O SR. JONAS PINHEIRO (PFL-MT. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje, ocupamos a tribuna desta Casa para registrar a passagem de duas datas altamente significativas para todos os brasileiros: O Dia do Colono, em 25 de julho e o Dia do Agricultor, em 28 de julho.

Sr. Presidente, nos tempos atuais, com o crescente processo de industrialização e de urbanização, somos levados a desconsiderar a importância da agricultura e a esquecer que ela está, fundamentalmente, na base da nossa vida e da nossa sociedade.

Somos levados também a esquecer que a agricultura assegura, não somente a nossa alimentação, mas as matérias primas para a maioria dos produtos do nosso consumo.

Injustamente, esquecemos que a agricultura é no Brasil, uma importante fonte geradora de emprego e renda, não somente no campo, mas também no meio urbano e que dela depende boa parte da industria e do comércio.

Assim, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é muito provável que estas datas tenham passadas despercebidas da maioria da população brasileira. Isto porque, lamentavelmente, a grande parcela da população deixou de valorizar a agricultura e os milhares de homens, mulheres e jovens, que tiram da terra, direta ou indiretamente, a sua fonte de sustento.

Pessoalmente, como parlamentar comprometido com agricultura e com os colonos e agricultores brasileiros, não poderíamos deixar de ocupar a Tribuna do Senado Federal para prestar a nossa homenagem àqueles que, no campo, são responsáveis pela nossa manutenção.

Sr. Presidente, ao longo de nossa vida profissional, como técnico agrícola, como médico-veterinário, como extensionista rural e como parlamentar, tivemos a oportunidade de sempre estar ao lado dos colonos e agricultores.

E, acompanhando e apoiando os seus trabalhos, somos testemunhos das enormes dificuldades que enfrentam os colonos e agricultores brasileiros para produzir e, sobretudo, para comercializar a sua produção.

Mas também, pudemos sentir a garra e a dedicação desses abnegados brasileiros que, em condições adversas, sem o apoio devido e sem contar com a infra-estrutura mínima necessária, são os responsáveis por uma produção de cerca de 80 milhões de toneladas de grãos anualmente e por assegurar o equilíbrio da nossa balança comercial com a exportação de seus produtos.

Mas sentimos também, Sr. Presidente, que os colonos e agricultores brasileiros vem passando por uma crise sem precedentes. O aumento das importações, a concorrência desleal com produtos subsidiados em outros países, as altas taxas de juros internas, alto grau de endividamento, a elevada carga tributária e a carente infra-estrutura de apoio à produção e à comercialização, tem sufocado a atividade agrícola e os colonos e agricultores brasileiros.

Felizmente, Sr. Presidente, temos observado que as agruras e sofrimentos dos colonos e agricultores brasileiros tem sido lentamente reduzidas pelo Governo Federal, graças ao esforço do Presidente Fernando Henrique Cardoso e do Senador Arlindo Porto, à frente do Ministério da Agricultura e do Abastecimento.

Mas, sem dúvida, a agricultura brasileira carece ainda de uma maior atenção e de um apoio mais decisivo e efetivo, para que possa se expandir e impulsionar a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros, no campo e nas cidades.

Ao saudarmos os colonos e agricultores, pela passagem de seu dia comemorativo, prestamos nossa profunda homenagem àqueles que hoje estão em Mato Grosso, Estado do qual tenho a honra de representar nesta Casa, e que, graças à determinação e ao espírito empreendedor, são responsáveis pela profunda transformação daquele Estado, colocando-o como um dos maiores produtores agrícolas do País.

Muito Obrigado.