Discurso no Senado Federal

SAUDANDO O MINISTERIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO PELA EXPEDIÇÃO DO NOVO MANUAL DE ZONEAMENTO AGRICOLA PARA A CULTURA DE SOJA NO MATO GROSSO.

Autor
Carlos Bezerra (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MT)
Nome completo: Carlos Gomes Bezerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
AGRICULTURA.:
  • SAUDANDO O MINISTERIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO PELA EXPEDIÇÃO DO NOVO MANUAL DE ZONEAMENTO AGRICOLA PARA A CULTURA DE SOJA NO MATO GROSSO.
Publicação
Publicação no DSF de 22/08/1997 - Página 17088
Assunto
Outros > AGRICULTURA.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, INICIATIVA, MINISTERIO DA AGRICULTURA (MAGR), EXPEDIÇÃO, MANUAL, ZONEAMENTO AGROECOLOGICO, CULTIVO, LAVOURA, SOJA, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), IMPEDIMENTO, PERDA, SAFRA, AGRICULTURA, MOTIVO, SECA, ALTERAÇÃO, CLIMA, GARANTIA, AUMENTO, PRODUÇÃO AGRICOLA, REGIÃO.

           O SR. CARLOS BEZERRA (PMDB-MT) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho a esta tribuna saudar importante iniciativa do Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Refiro-me à expedição do novo manual contendo o zoneamento agrícola para a cultura de soja no meu Estado do Mato Grosso.

           A importância do zoneamento agroclimático para essa cultura, visando à redução dos riscos típicos da atividade agrícola, não pode ser subestimada. Afinal, a deficiência hídrica, associada a períodos de longa estiagem durante a estação chuvosa, constitui, na atualidade, a principal causa das quebras nas safras de grãos do Brasil Central. Nessa medida, reduzir os riscos climáticos para a atividade agrícola, por meio de trabalhos científicos da qualidade desse ora realizado pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento, constitui relevante missão em defesa da economia nacional.

           Consciente dessa realidade, o projeto do Ministério da Agricultura, desenvolvido em parceria com a FINATEC, a EMBRAPA, o INMET, o DNAEE, o IAPAR e a EPAGRI-SC, objetivou identificar, quantificar e mapear as áreas mais favoráveis ao plantio da cultura de soja, levando em consideração o clima e, principalmente, a precipitação pluviométrica.

           Com base em dados técnico-científicos, o projeto oferece orientações quanto aos períodos de plantio mais favoráveis por Município e por tipo de solo, de modo a evitar-se as adversidades climáticas responsáveis por significativo percentual de perdas na agricultura. A identificação das regiões de menor e maior risco climático à cultura de soja para o Estado do Mato Grosso foi feita utilizando-se um modelo de simulação do balanço hídrico da cultura.

           A primeira etapa do trabalho consistiu na obtenção dos dados necessários. Junto ao DNAEE foram obtidos os dados relativos aos valores diários de séries de precipitação pluviométrica, observados num período mínimo de 15 anos ininterruptos, abrangendo 45 estações no Estado do Mato Grosso. O INMET, por seu turno, forneceu a evapotranspiração potencial de referência para 8 locais do Mato Grosso. Os solos foram classificados em três diferentes tipos, conforme sua capacidade de armazenamento de água. As simulações foram feitas para nove períodos de semeadura, de dez dias cada, entre 1º. de outubro e 31 de dezembro. Para representar as cultivares de soja recomendadas para o Estado, foram eleitas duas cultivares hipotéticas, com ciclos de 110 e 140 dias, as quais se denominaram de "precoce" e "tardia", respectivamente. O trabalho inclui também uma relação de cultivares recomendadas para o Estado do Mato Grosso.

           O resultado do zoneamento agroclimático para a cultura de soja no Estado do Mato Grosso consta de 54 mapas que definem as áreas de maior ou menor risco de ocorrência de déficit hídrico durante a fase mais crítica da cultura. As tabelas constantes no manual indicam os períodos mais favoráveis, sob o ponto de vista hídrico, para a cultura da soja, nos diferentes Municípios do Estado, apontando aqueles períodos em que há menor probabilidade de perdas por ocorrência de déficit hídrico.

           O manual do Ministério da Agricultura terá grande utilidade para o produtor rural mato-grossense, contribuindo para evitar perdas em razão da ocorrência de seca e outros eventos climáticos prejudiciais ao empreendimento do agricultor, os quais acabam tendo reflexos negativos no abastecimento e nos preços dos produtos agrícolas. Temos certeza de que o trabalho redundará no incremento e na expansão da cultura de soja no Estado, beneficiando produtores, técnicos e pesquisadores, e constituindo, portanto, uma ferramenta básica aos diversos setores ligados a essa cultura.

           O intuito do Ministério da Agricultura é que as informações do manual sejam amplamente divulgadas e franqueadas às associações de produtores, entidades de assistência técnica e extensão rural, agentes financeiros, cooperativas, secretarias de agricultura e entidades públicas e privadas ligadas ao setor agrícola, de forma a que os agricultores passem a utilizar o zoneamento agrícola como instrumento efetivo para o aumento de produção e produtividade.

           Tendo em vista a grande importância do manual para a economia do Mato Grosso, deixo registrado meu apoio ao Ministério da Agricultura pela sua edição, bem como meu apelo no sentido de que mais recursos sejam alocados para a ampliação desse meritório trabalho. Requeiro, outrossim, a transcrição da referida publicação nos anais desta Casa.

           Era o que tinha a dizer.

           Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/08/1997 - Página 17088