O SR. JOSÉ ROBERTO ARRUDA (PSDB-DF. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

É uma comunicação muito rápida, apenas para fazer um registro nesta Casa de que a revista Time de hoje trouxe na sua capa uma matéria extremamente importante para o País, não só pela fotografia do Presidente Fernando Henrique, mas principalmente porque traz uma matéria dizendo de todos os riscos que o Presidente Fernando Henrique está correndo para fazer o que chamam de revolução.

E, numa matéria de 6 páginas, Sr. Presidente, Srs. Senadores, a revista Time traz aqui o custo da mudança. Uma publicação do conceito da revista Time, uma publicação que é lida em todos os países do mundo, reconhece, numa matéria de capa, que o Brasil está se modernizando rapidamente, está conseguindo modificar o papel do Estado, está oxigenando a sua economia, está conseguindo, mais do que isso, saltar os obstáculos conservadores que impediriam as mudanças; mais ainda, está conseguindo, com isso, a estabilidade econômica, a injeção de recursos externos quinze vezes maior do que tínhamos quatro anos atrás.

Registra ainda a revista Time, como gancho da matéria, que faz tudo isso num regime democrático, convivendo e discutindo com aqueles que têm discordâncias, com aqueles que fazem críticas construtivas, com o povo que vai às ruas discordar desta ou daquela decisão, e mais importante ainda, com todas essas reformas sendo discutidas e votadas no Congresso Nacional.

Nós, brasileiros, estamos acostumados a ver o Brasil nas páginas esportivas das grandes publicações do mundo. É claro que nos orgulhamos quando se fala nos gols de Pelé ou de Romário, nas vitórias de Senna, Fittipaldi, Nelson Piquet, nas vitórias do nosso tenista Guga, mais recentemente. Tudo isso nos dá orgulho, da mesma forma que nos dão tristeza as páginas policiais, falando de criminalidade, violência, meninos de rua.

A novidade, Sr. Presidente, é que saímos das páginas policiais e não estamos apenas nas páginas esportivas. As publicações mais sérias do mundo, quando falam de política e economia, já falam do Brasil, e com respeito. Falam da seriedade com que o País está se transformando, da revolução brasileira - revolução que tem riscos, obstáculos, mas que traz mudanças; mudanças estruturais, mudanças básicas que estão permitindo que a inflação brasileira seja, este ano, menor que 7% ao ano, contra 2.700% no primeiro semestre de 1993; mudanças que estão permitindo que 16 milhões de brasileiros que passavam fome estejam inseridos em uma vida digna. É uma revolução porque está fazendo com que o setor produtivo brasileiro se modernize, capacite-se tecnologicamente para a concorrência internacional.

Enfim, está aí o Brasil, sendo visto com uma imagem internacional favorável aos investimentos externos. Penso que, se nada das outras coisas boas estivessem acontecendo, só essa mudança da imagem externa do Brasil no cenário internacional já valeria a pena.

Finalmente quero dizer, Sr. Presidente - e com orgulho de ver o Brasil na capa da revista TIME -, que essa matéria merece ser lida, registrada e, mais do que isso, merece ser refletida: por que o mercado internacional, o cenário político internacional está respeitando o Brasil? Porque estamos tendo coragem de enfrentar os nossos problemas, estamos deixando de colocar os nossos problemas embaixo do tapete, enfrentando-os um a um, dentro do regime democrático, do regime de estabilidade econômica e já no quinto ano de crescimento sustentado. Essa é a diferença. A nossa geração, estou convencido disso, não vai perder essa chance, essa oportunidade histórica de transformar a estabilidade econômica e o regime democrático em algo muito mais importante, que é uma sociedade mais justa.

Era este o registro, Sr. Presidente, agradecendo a atenção do Senador Renan Calheiros, que é o próximo orador.