Discurso no Senado Federal

ALTO INDICE DE APROVAÇÃO E POPULARIDADE DO GOVERNO DO MARANHÃO, SOB O COMANDO DA SRA. ROSEANA SARNEY, DE ACORDO COM PESQUISA DA ISTO E/ BRASMARKET E DO IBOPE.

Autor
Bello Parga (PFL - Partido da Frente Liberal/MA)
Nome completo: Luís Carlos Bello Parga
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO MARANHÃO (MA), GOVERNO ESTADUAL.:
  • ALTO INDICE DE APROVAÇÃO E POPULARIDADE DO GOVERNO DO MARANHÃO, SOB O COMANDO DA SRA. ROSEANA SARNEY, DE ACORDO COM PESQUISA DA ISTO E/ BRASMARKET E DO IBOPE.
Aparteantes
Epitácio Cafeteira, Osmar Dias.
Publicação
Publicação no DSF de 26/08/1997 - Página 17263
Assunto
Outros > ESTADO DO MARANHÃO (MA), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • COMENTARIO, DADOS, PESQUISA, OPINIÃO PUBLICA, CONFIANÇA, GOVERNANTE, ESTADOS, REGISTRO, SUPERIORIDADE, INDICE, APROVAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL, ROSEANA SARNEY, GOVERNADOR, ESTADO DO MARANHÃO (MA).
  • RESPOSTA, APARTE, EPITACIO CAFETEIRA, SENADOR, FALTA, DEFINIÇÃO, POSSIBILIDADE, REELEIÇÃO, GOVERNADOR, ESTADO DO MARANHÃO (MA).

O SR. BELLO PARGA (PFL-MA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, traço característico da conjuntura atual do nosso País é - podemos assim dizer - o descrédito com que os políticos são vistos, especialmente aqueles que exercem mandato parlamentar.

Efetivamente, a imprensa não se cansa de vergastar a nós, representantes do povo, com ou sem razão. É certo que a quase totalidade dos meios de comunicação social são inclementes para conosco. Erigem-se em tutores da moralidade, da ética e não se cansam em nos apontar como transgressores das normas da moralidade e da ética política e parlamentar.

Portanto, Sr. Presidente, não seria de admirar que a população de um modo geral nos olhasse até com animosidade, dadas essas manifestações constantes nos jornais. No entanto, para alegria minha - e acredito de todos nós, Parlamentares no âmbito federal e nas esferas estadual e municipal -, foram realizadas pesquisas de opinião pública por instituições abalizadas e autorizadas nesse mister que não chegam a essa conclusão que seria de se esperar.

A classe política não está desmoralizada como querem fazer supor. E fundamento isso, Sr. Presidente, com o que foi publicado, que teve de ser publicado, que não poderia deixar de ser publicado na imprensa nesses últimos dias.

Inicio minha argumentação citando duas pesquisas de âmbito nacional: uma pesquisa nacional feita pela revista IstoÉ e pela empresa Brasmarket, na última semana do mês de julho, em que foram ouvidas, em todo o País, 16.160 pessoas. Vejam bem, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores: nessa pesquisa nacional sobre a situação dos atuais Governadores de Estado, verificou-se que, dos vinte e sete Estados, vinte estão com grau de aprovação superior a 50%. Para gáudio particular meu, o Governo do Maranhão está em oitava colocação em ordem decrescente, com um índice de 66,7%.

Esse percentual ou grau de aprovação é estabelecido, segundo as técnicas de pesquisa, pelas notas "ótimo", "bom" e "regular". Na análise do critério "grau de popularidade", foram aproveitadas somente as classificações "ótimo" e "bom", pois muitas vezes a aprovação não está intimamente ligada à popularidade, uma vez que há Governadores com sua maneira de governar e suas medidas administrativas plenamente aceitas, mas, por uma razão ou outra, não são pessoas populares. Quanto ao "grau de popularidade", então, a Governadora do Estado do Maranhão fica em 6º lugar, com 44,4%, segundo a pesquisa IstoÉ/Brasmarket, feita em âmbito nacional.

Sr. Presidente, referindo-me à segunda pesquisa, do Ibope - talvez o mais credenciado dos institutos, além de ser o que analisa os dados com maior abrangência -, que, atendendo solicitação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), efetuou pesquisa nacional somente nas capitais, nos dias 08 a 12 de agosto. Estabeleceram-se várias questões, sendo que, na Capital de meu Estado, São Luiz, ouviram-se 400 pessoas, na faixa etária de 16 a mais de 45 anos, das quais 186 eram homens e 214, mulheres.

O primeiro item da referida pesquisa estabeleceu uma avaliação das medidas administrativas postas em prática, que correspondeu à seguinte pergunta: "Como classifica até o momento a administração da Governadora Roseana Sarney?". As respostas foram estas: "ótima" - 16% e "boa" - 39%. A soma dessas duas, que estabelece o "grau de popularidade", atinge 55%. Se a isso acrescentarmos os que consideram a administração regular, que são 38%, esse índice, que passa a ser "índice de aprovação", estabelece-se em 93%. Houve desaprovação na cifra de 2% e 5% não quiseram ou não souberam opinar.

Em seguida, a pesquisa passa a fazer uma avaliação do desempenho global do Governo. Os consultados disseram, em 76% dos casos, que aprovavam essas medidas; 21% desaprovaram totalmente as medidas governamentais. Não souberam ou não quiseram opinar apenas 3%.

Frise-se que esses 76% de aprovação são confirmados pela própria estrutura da pesquisa, pois 77% dos homens e 76% das mulheres aprovaram. Há uma coerência nos dados.

A pesquisa procurou estabelecer o "grau de confiabilidade" do Governo do Estado do Maranhão com a seguinte pergunta: "Confia ou não confia na Governadora?" Setenta e um por cento responderam que confiam, contra 26% que disseram que não confiam. O restante, 3%, são aqueles que não sabiam ou não quiseram opinar. Está-se vendo, pela forma como as perguntas foram feitas, que elas se entrelaçam e que os resultados são muito homogêneos.

A pesquisa procurou fazer o balanço dos resultados apresentados pelo Governo do Estado do Maranhão até o momento e estabeleceu alguns itens para que houvesse uma consistência nesses dados. Aqueles que acham que o Governo do Estado do Maranhão, a Governadora, só obteve acertos; exclusivamente acertos foram 17%. Mas outro item da pesquisa perguntou se houve mais acertos do que erros, ao que responderam "sim" 61%. Quer dizer, houve um saldo positivo em favor da Governadora do meu Estado em "somente acertos" e "mais acertos do que erros". Agora, houve saldo negativo? Sim, houve, porque aqueles que acharam que havia mais erros do que acertos foram 13%, e aqueles que não perdoaram, que consideram que houve somente erros do Governo foram 5%, Sr. Presidente, sendo que esse saldo negativo, que é a soma de "mais erros do que acertos" mais "somente erros", foi de 18%.

Finalmente, dado esse grau de confiabilidade, esse nível de aprovação do Governo, a última questão posta aos que foram inquiridos foi sobre as diretrizes governamentais estabelecidas pela Governadora, que promoveu austeridade fiscal, promoveu o Programa de Demissão Voluntária, enxugou a máquina do Estado, privatizou empresas, entre outras coisas necessárias e em comum com a política que o Governo Federal realiza em nosso País, com o nosso apoio aqui no Senado.

Perguntou-se então o seguinte: "O Estado do Maranhão está no caminho certo ou no caminho errado?" Foi bastante clara e positiva essa questão. Responderam que o Governo do Maranhão está no caminho certo 68% dos consultados, e que está no caminho errado apenas 24%. Sendo de se assinalar que esses que acham que o caminho está certo representam, em 38 pessoas, 28 "sim" e apenas 10 "não". Foram esses os índices dos indicadores políticos que essas pesquisas apresentaram, casando-se exatamente ambas as pesquisas, feitas por empresas distintas.

Dessa maneira, na qualidade de representante do povo maranhense, mais do que simples correligionário da Governadora, sinto-me satisfeito por ver que o esforço que se empreende em nosso Estado está sendo compreendido pela população maranhense, notadamente pela população da capital.

O Sr. Osmar Dias (PSDB-PR) - Permite-me V. Exª um aparte, nobre Senador Bello Parga?

O SR. BELLO PARGA (PFL-MA) - Ouço o nobre Senador Osmar Dias.

O Sr. Osmar Dias (PSDB-PR) - Senador Bello Parga, V. Exª faz uma análise circunstanciada da pesquisa e nesse sentido quero apenas fazer um comentário: entendo que é obrigação do Congresso Nacional proibir a divulgação de pesquisas um mês antes das eleições. Há um festival de pesquisas em meu Estado, e creio que no País todo, onde a variação de números é tão grande que confunde a opinião pública e pode, com sua divulgação um mês antes das eleições, induzir o eleitorado. Em meu Estado, a mesma pesquisa coloca o Governador em 10º lugar. Existe uma tradição no Paraná: os Governadores estão sempre colocados entre os três primeiros do País, porque a população é bastante generosa com seus governantes. Mas hoje está em 10º lugar, com apenas 30,3% da soma entre "ótimo" e "bom". Ocorre que, quando o Governo do Paraná paga um instituto para realizar a pesquisa, atinge quase a unanimidade, 85%, 90%, como se estivéssemos falando de algo sagrado, divino. Não digo com isso que todas as pesquisas sejam fraudadas ou que não mereçam crédito. Mas é preciso que estabeleçamos critérios, sobretudo quanto à divulgação de pesquisas. Quando o nome do Governador é colocado para Presidente da República, o que é uma antiga pretensão de S. Exª, aparece atrás do Sr. Enéas, com 1,9%. Portanto, as pesquisas do Palácio do Iguaçu são muito diferentes das pesquisas divulgadas na revista IstoÉ da última semana. Agradeço a oportunidade, Senador Bello Parga.

O SR. BELLO PARGA (PFL-MA) - Nobre Senador Osmar Dias, efetivamente, como em tudo que é humano, há distorções e desvios no resultado das estatísticas. Mas gostaria de frisar apenas um ponto, concordando com V. Exª: o de que as pesquisas, no que se refere ao período eleitoral, devem ter uma regulamentação, a fim de evitar que elas possam induzir o eleitorado a erro por causa da divulgação, por técnicas falsas ou por técnicas de persuasão subliminares.

Mas não é disso que trato no momento, porque essas pesquisas não são locais, não são do Estado do Maranhão. A propósito, temos lá uma empresa de pesquisas que é bem confiável, a Econométrica, uma empresa local. Tomei conhecimento dessas pesquisas pelos jornais O Estado do Maranhão e O Imparcial. Não cito O Estado do Maranhão porque é um jornal que tem linha editorial de apoio ao Governo, mas O Imparcial, que é dos Diários Associados, e que, nada obstante a presença do nobre Senador Epitacio Cafeteira, presumivelmente, é imparcial. E essas pesquisas são feitas, uma, por encomenda da Confederação Nacional da Indústria, e outra, pela própria revista IstoÉ, também de circulação nacional. Então não seria o caso.

O Sr. Epitacio Cafeteira (PPB-MA) - Senador Bello Parga, V. Exª me concede um aparte?

O SR. BELLO PARGA (PFL-MA) - Ouço o nobre Senador Epitacio Cafeteira, sempre com prazer.

O Sr. Epitacio cafeteira (PPB-MA) - Nobre Senador Bello Parga, V. Exª falou nos dois matutinos. Diria que a diferença entre os dois não é que um apóia o Governo e o outro não. É que um é da Governadora e o outro se diz independente, mas sempre apoiou o Governo. Mas fico feliz de ver a felicidade de V. Exª e de pensar que a sua alegria é uma continuação da alegria da Governadora, porque isso me acalenta e me diz que S. Exª realmente vai disputar a reeleição e que, portanto, vou ter a oportunidade de ir ao tira-teima. Até hoje a Governadora diz que ainda não se decidiu se vai ou não concorrer. Mas diante de uma pesquisa tão boa como essa, acho que S. Exª não pode se recusar a disputar uma eleição. Entretanto, quanto às pesquisas, li uma frase uma vez muito importante: "Pesquisa é como biquíni, que mostra muita coisa, mas esconde o essencial."

O SR. BELLO PARGA (PFL-MA) - Agradeço ao nobre Senador Epitacio Cafeteira pelo seu bem-humorado aparte.

Mas, Sr. Presidente, gostaria de assinalar, no que S. Exª asseverou, que essas pesquisas não foram encomendadas pela Governadora, nem pelo Governo do Estado, nem por qualquer outra entidade a S. Exª ligada. Todavia servem como indicadores de rumo para suas ações administrativas, para as medidas que S. Exª vier a tomar. Acredito que elas possam mudar, mais adiante, daqui a um ano, porque pesquisas são um instantâneo, nobre Senador Epitacio Cafeteira, e no momento são francamente favoráveis. Não podemos fugir de três alternativas: ou S. Exª estará em melhor situação ou na mesma ou em pior situação. Então, só mais adiante, a Governadora poderá tomar essa decisão.

Portanto, não é disso que se trata. Mesmo porque - já que V. Exª citou a reação da Governadora -, S. Exª encarou isso com muita maturidade, muita sobriedade. Vou ler as palavras de S. Exª no tocante a isso, quando indagada pelos jornalistas. Palavras da Governadora Roseana Sarney:

      "É reconfortante saber que a população aprova o trabalho do meu Governo. Isso compensa o enorme esforço que eu, como governadora, e toda a minha equipe fazemos todos os dias para manter a eficácia da administração estadual, planejando cuidadosamente cada ação, aplicando corretamente cada centavo do dinheiro público para proporcionar uma vida melhor para o povo.

      Esse reconhecimento da parte do povo maranhense nos dá força para seguir em frente porque ele nos diz: estamos no caminho certo."

Então, efetivamente, essa pesquisa foi de grande utilidade para quem governa.

Antes de encerrar, Sr. Presidente, gostaria de registrar que não queria dar nenhuma conotação político-partidária a essa matéria, o que acabou acontecendo em face do aparte do nobre Senador Epitacio Cafeteira.

Uma das coisas que, sob o ponto de vista político, me reconforta, e aqui eu falo do ponto de vista exclusivamente político, é que, na última eleição para Governador, a candidata Roseana Sarney, na ilha de São Luís do Maranhão, onde está a capital do Estado, mais três municípios, obteve, de modo geral, e isso se refletiu praticamente em todas as urnas, uma média de 20% da votação, e o outro candidato, o nobre Senador Epitacio Cafeteira, obteve 80%.

Quer dizer, de cada cinco votantes em São Luís, um votou na atual Governadora e quatro votaram no Senador Epitacio Cafeteira. Mas, hoje em dia, nós já temos uma reversão de expectativa, conforme essa pesquisa. Isso significa que o povo está acompanhando, acredito que não só no Maranhão, não só em São Luis, mas em todo o País, o que está acontecendo, e foi isso que a pesquisa da Istoé, Brasmarketing, demonstrou.

Espero que a Governadora Roseana Sarney persista no trabalho de corresponder à confiança do povo maranhense sem preocupar-se com a possível repercussão política do resultado dessas pesquisas. Estas servem de bússola para que S. Exª e sua equipe continuem a trabalhar a bem do povo do Maranhão.

Era o que me cabia dizer no momento, Sr. Presidente.

Agradeço a V. Exª por ter-me concedido a palavra.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/08/1997 - Página 17263