Discurso no Senado Federal

SOLIDARIEDADE AO PRONUNCIAMENTO DO SR. BERNARDO CABRAL EM COMEMORAÇÃO AO DIA DO SOLDADO. PREOCUPAÇÃO COM OBRAS DE CUNHO ELEITORAL, PRESTES A SEREM DESENCADEADAS POR GOVERNADORES, CONFORME DENUNCIA A IMPRENSA, UM PARADOXO A ROLAGEM DAS DIVIDAS ESTADUAIS E MUNICIPAIS EM CURSO NO SENADO.

Autor
Lúdio Coelho (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MS)
Nome completo: Lúdio Martins Coelho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. ELEIÇÕES.:
  • SOLIDARIEDADE AO PRONUNCIAMENTO DO SR. BERNARDO CABRAL EM COMEMORAÇÃO AO DIA DO SOLDADO. PREOCUPAÇÃO COM OBRAS DE CUNHO ELEITORAL, PRESTES A SEREM DESENCADEADAS POR GOVERNADORES, CONFORME DENUNCIA A IMPRENSA, UM PARADOXO A ROLAGEM DAS DIVIDAS ESTADUAIS E MUNICIPAIS EM CURSO NO SENADO.
Publicação
Publicação no DSF de 26/08/1997 - Página 17269
Assunto
Outros > HOMENAGEM. ELEIÇÕES.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, PRONUNCIAMENTO, AUTORIA, BERNARDO CABRAL, SENADOR, HOMENAGEM, DIA NACIONAL, SOLDADO.
  • DEFESA, NECESSIDADE, RESPEITO, FUNCIONARIO MILITAR, ASSIDUIDADE, PAGAMENTO, MELHORAMENTO, NIVEL, SALARIO, GARANTIA, DIREITOS, SIMULTANEIDADE, EXIGENCIA, DISCIPLINA, MILITAR.
  • APREENSÃO, AUMENTO, NUMERO, INAUGURAÇÃO, OBRA PUBLICA, ESTADOS, OBJETIVO, PROMOÇÃO, GOVERNANTE, MOTIVO, PROXIMIDADE, REALIZAÇÃO, ELEIÇÕES, RESULTADO, ADIAMENTO, PAGAMENTO, DIVIDA CONSOLIDADA, AMEAÇA, COMPROMETIMENTO, EFICACIA, PLANO DE GOVERNO, ESTABILIZAÇÃO, ECONOMIA.

O SR. LÚDIO COELHO (PSDB-MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há pouco, o Senador Bernardo Cabral prestou uma homenagem ao Dia do Soldado - e eu gostaria de me associar a S. Exª nessa homenagem - e fez referência à disciplina que deve existir nas forças públicas. Quero lembrar ao Senado Federal que não pode ser de outra forma. Entretanto, ao mesmo tempo em que se exige disciplina dos militares, é necessário respeitar-se o soldado e manter seus vencimentos em dia. Não é possível exigir-se do soldado, que ganha duzentos ou trezentos reais, às vezes com seis meses de atraso nos vencimentos, como ocorre em Alagoas, que ele não tenha o direito de pleitear o que lhe é sagrado.

Esse assunto precisa ser estudado cuidadosamente, porque é necessário que os governantes respeitem os servidores do Estado.

Sr. Presidente, estou aqui hoje para falar mais ou menos na linha do pronunciamento do ilustre Senador Guilherme Palmeira. Quase toda semana ou toda quinzena, aprovamos rolagem de dívida de Estados. A União está assumindo a responsabilidade dos Estados em seus descobertos. Lendo o jornal O Estado de S. Paulo de ontem, vejo as seguintes manchetes: "Covas toca obras no ritmo da reeleição", "Governadores aceleram inaugurações", "Alencar abre cofres do Rio e investe em propaganda", e por aí vai.

Tenho a impressão de que, a permanecer esse estado de coisas, com governantes que pleiteiam a reeleição sem deixar o cargo, é muito possível que nos próximos dois ou três anos o Senado Federal tenha um serviço muito intenso de rolagem de dívidas novamente. Há cerca de quatro anos, um número grande de Estados rolaram suas dívidas; agora, rolamos novamente. Quero ver onde terminará, com a União assumindo a responsabilidade de Estados e Municípios maiores.

Creio que o esforço de governantes em fazer obras que depois não sabem como pagar ameaça seriamente o plano de estabilidade econômica, ameaça o Plano Real, pois não existe uma correspondente redução de despesas e aumento de receitas. Nunca vi empresa nenhuma nem o Poder Público conseguir se estabilizar se não ocorrerem estas duas coisas elementares: redução de despesas e aumento proporcional de receitas.

Sr. Presidente, tenho impressão de que o Senado Federal precisa ficar atento a essa animação dos governantes. Eles querem fazer obra a todo custo, porque as eleições de outubro do ano que vem estão ficando próximas. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/08/1997 - Página 17269