Discurso no Senado Federal

REBATENDO DECLARAÇÃO DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO, DR. PAULO RENATO DE SOUZA, DE QUE S.EXA. TERIA FEITO PRESSÃO EM FAVOR DA FACULDADE ANHEMBI - MORUMBI, DE SÃO PAULO, SENDO SUA LUTA, NA VERDADE NA DEFESA DA FACULDADE DE SALVADOR - FACS, RECONHECIDA UNANIMIMENTE PELO CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO. INJUSTIÇA COM O ENSINO NO NORDESTE, ESPECIALMENTE NA BAHIA, SOBRETUDO O SUPERIOR. TRANSCRIÇÃO DE NOTAS SOBRE A PROBLEMATICA DO ENSINO SUPERIOR NA BAHIA.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO.:
  • REBATENDO DECLARAÇÃO DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO, DR. PAULO RENATO DE SOUZA, DE QUE S.EXA. TERIA FEITO PRESSÃO EM FAVOR DA FACULDADE ANHEMBI - MORUMBI, DE SÃO PAULO, SENDO SUA LUTA, NA VERDADE NA DEFESA DA FACULDADE DE SALVADOR - FACS, RECONHECIDA UNANIMIMENTE PELO CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO. INJUSTIÇA COM O ENSINO NO NORDESTE, ESPECIALMENTE NA BAHIA, SOBRETUDO O SUPERIOR. TRANSCRIÇÃO DE NOTAS SOBRE A PROBLEMATICA DO ENSINO SUPERIOR NA BAHIA.
Publicação
Publicação no DSF de 27/08/1997 - Página 17324
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO.
Indexação
  • ESCLARECIMENTOS, DECLARAÇÃO, PAULO RENATO SOUZA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), INCLUSÃO, ORADOR, PARTICIPANTE, INTERVENÇÃO, CRIAÇÃO, FACULDADE, REGIÃO SUDESTE.
  • TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, DADOS, SITUAÇÃO, ENSINO SUPERIOR, ESTADO DA BAHIA (BA).

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL-BA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, leio, pelos jornais, uma polêmica, talvez desnecessária, e que nada teria com ela não fosse a citação do meu nome pelo ilustre Ministro da Educação, Paulo Renato Souza.

Trata-se, sem dúvida, de uma citação, pelo menos mal colocada do Ministro, no seu problema filosófico ou educacional com o Sr. José de Arthur Giannotti. O Ministro da Educação citou, entre as pessoas que fizeram pressão para a nova Faculdade Anhembi-Morumbi, Antonio Carlos Magalhães, Mário Covas, José Serra e outros. Há um equívoco. Essa foi a questão da briga do Ministro com o Giannotti ou do Giannotti com o Ministro, porque eles se entendem mais do que eu com eles. Portanto, é um res inter alios acta, diriam os latinistas. Eu digo: resolvam entre si.

Na realidade, sou admirador do Ministro. Lutei, como do meu dever, para que uma faculdade, com vários cursos, excelentes cursos, fosse considerada, no Conselho de Educação, como universidade. E o Conselho Federal de Educação aprovou, por unanimidade, inclusive com o voto do cientista, filósofo, antropólogo Giannotti, esta Faculdade, que é a FACS, é das melhores do País, tem 25 anos de fundada, com resultados magníficos em todo o País.

Também sou contra a proliferação de universidades, mas, como baiano e nordestino, tenho o dever de reclamar do número exagerado de universidades no sul do País, principalmente São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro, em detrimento do Nordeste, onde, sem que haja recursos, os estudantes têm que fugir para estudar em outros locais, algumas vezes até para estudar em faculdades ou universidades que não deveriam existir. E aí concordo com o Conselho de Educação na ala Giannotti, as universidades só devem existir para prestar bons serviços. E essa, que foi aprovada por onze a zero, a FACS, Faculdade de Salvador, é um modelo de conjunto de faculdades que agora se torna universidade.

O Ministro Paulo Renato errou em me confundir com o Senador José Serra, com Mário Covas, que têm o direito de pleitear para suas regiões, mas eu não queira estar em tão boa companhia nesta hora. Prefiro estar na companhia da Bahia, que lutou com todos os integrantes da sua Bancada, principalmente o Deputado Manoel Castro, para que esse desejo dos baianos viesse a ser concretizado.

Não tinha cabimento eu ter sido citado pelo Ministro da Educação. Se a luta contra o Sr. Giannotti precisa de outros parceiros, que ele me convoque, até aí posso chegar, mas não posso, evidentemente participar de uma luta que não é minha, sem saber as causas.

A Anhembi-Morumbi é de outros. A Faculdade de Salvador, é minha. E os dados dessa faculdade são tão evidentes; como é evidente a ausência no Nordeste, na Bahia, de entidades universitárias e de faculdades para ensino superior, aliás, tema que seria motivo para discurso meu desta tribuna. Infelizmente, não tenho tempo para fazê-lo.

Sr. Presidente, como sou fiel cumpridor do Regimento desta Casa quando V. Exª preside, para que eu possa ter autoridade quando presido, peço a transcrição desses dados, chamando a atenção também do Senado para a injustiça com o ensino no Nordeste, especialmente na Bahia, sobretudo o superior. É alguma coisa estarrecedora. E isso é péssimo para os estudantes pobres, que têm o direito a universidades públicas e, não o tendo, têm que recorrer ao ensino privado. Mas, mesmo assim, não encontram faculdades ou universidades para estudar.

A FACS, repito, foi aprovada por unanimidade e o Sr. Giannotti também votou a favor. A briga do Sr. Paulo Renato com o Sr. Giannotti é uma coisa particular. Que eles se entendam sob a égide do Presidente Fernando Henrique Cardoso, que é amigo dos dois.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/08/1997 - Página 17324