Discurso no Senado Federal

FORMAÇÃO DE ALIANÇAS ENTRE AS ESQUERDAS PARA AS ELEIÇÕES DE 1998, COMO ALTERNATIVA AO DESCOMPROMETIMENTO DO GOVERNO FEDERAL COM A AREA SOCIAL E COM A PRESERVAÇÃO DO PATRIMONIO DA NAÇÃO BRASILEIRA, QUE VEM SENDO ENTREGUE AO CAPITAL INTERNACIONAL.

Autor
Benedita da Silva (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Benedita Souza da Silva Sampaio
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • FORMAÇÃO DE ALIANÇAS ENTRE AS ESQUERDAS PARA AS ELEIÇÕES DE 1998, COMO ALTERNATIVA AO DESCOMPROMETIMENTO DO GOVERNO FEDERAL COM A AREA SOCIAL E COM A PRESERVAÇÃO DO PATRIMONIO DA NAÇÃO BRASILEIRA, QUE VEM SENDO ENTREGUE AO CAPITAL INTERNACIONAL.
Publicação
Publicação no DSF de 02/09/1997 - Página 17678
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, ENCONTRO, AMBITO NACIONAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), APROVAÇÃO, RECONDUÇÃO, JOSE DIRCEU, DEPUTADO FEDERAL, PRESIDENCIA, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, DEFINIÇÃO, POLITICA, FORMAÇÃO, COLIGAÇÃO PARTIDARIA, OPOSIÇÃO, GOVERNO, FORMA, ALTERNATIVA, DEMOCRACIA, ATENÇÃO, CRIAÇÃO, EMPREGO, MELHORIA, ATENDIMENTO, SAUDE, EXTINÇÃO, ANALFABETISMO, SUBSTITUIÇÃO, MODELO, ESTADO, PREDOMINANCIA, BRASIL, ENTREGA, ECONOMIA, CAPITAL ESTRANGEIRO, NEGLIGENCIA, POLITICA SOCIAL, MELHORAMENTO, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO.

A SRª BENEDITA DA SILVA (BLOCO/PT-RJ. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a conjuntura nacional aponta para o crescimento das dificuldades políticas do atual Governo Federal. A exemplo do episódio da compra de votos para aprovação da reeleição, denúncias de corrupção em sua sustentação político-parlamentar se sucedem. A extinção de órgãos essenciais, como o caso da Sunab, deixam a população a descoberto para toda a sorte de abusos do poder econômico. Travestido de social-democrata, as privatizações de empresas estatais estratégicas denunciam o verdadeiro perfil do atual governo, descomprometido para com a preservação do patrimônio da Nação brasileira, que vem sendo entregue ao voraz capital internacional.

Nunca se teve tanta consciência da necessidade de uma frente única das esquerdas contra o poder neoliberal, como neste momento. O fortalecimento do Movimento dos Sem-terras, a irrupção das greves e conflitos em todo o país, os níveis de desemprego alarmantes, notadamente no Estado do Rio de Janeiro, os quais o IBGE vem publicando seguidamente a crise na Saúde, nos remetem à necessidade urgente de uma proposta alternativa para fazer frente ao atual modelo de estado, apartado das políticas sociais.

A alternativa democrática e popular é um projeto nacional, ao qual devem se subordinar os processos políticos locais e estaduais dos partidos de esquerda. Sem essa conjugação, a esquerda permanecerá fragmentada e suas iniciativas regionais logo se chocam com a abrangência da política nacional neoliberal. Somente o PT dobrou o número de prefeituras, elegendo 116 prefeitos e 1.892 vereadores. É de se notar que no primeiro turno, nas 100 maiores cidades do País, o PT foi o partido mais votado, com 5.640.000 votos. O PDT, por sua vez, conquistou 435 prefeituras e o PSB, 145. Juntos, esses partidos representam uma respeitável força política.

No 11º Encontro Nacional do PT, realizado neste final de semana no Rio, ficou aprovada, a partir da recondução do companheiro José Dirceu à Presidência Nacional do Partido, a linha política que deveremos adotar no sentido de abrirmos o diálogo com os outros partidos de esquerda, objetivando a construção de uma frente progressista para concentrar todo o potencial político eleitoral conquistado nas eleições municipais de 1996. Uma aliança política sólida está surgindo a partir de agora rumo a uma alternativa democrática popular, cujo poder representativo a Nação brasileira ansiosamente aguarda.

A partir do arco de alianças entre as esquerdas estaremos abrindo canais permanentes de diálogo para oferecer à sociedade novas perspectivas em termos de projetos e reformas. Sem olvidar o processo de globalização e a necessidade do crescimento econômico, estaremos tratando com o devido cuidado e urgência que a situação exige, do desemprego, da saúde, do analfabetismo, da cidadania do povo, da questão da terra, valores humanos e sociais que a insensibilidade do atual modelo político não consegue ou não quer alcançar.

Era o que tinha a dizer! Muito obrigada!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/09/1997 - Página 17678