Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM A MEMORIA DE LADY DIANA DE GALES.

Autor
Benedita da Silva (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Benedita Souza da Silva Sampaio
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM A MEMORIA DE LADY DIANA DE GALES.
Publicação
Publicação no DSF de 03/09/1997 - Página 17928
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, DIANA SPENCER, PARTICIPANTE, MONARQUIA, PAIS ESTRANGEIRO, INGLATERRA.

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há luto e perplexidade na Inglaterra e no mundo com a trágica morte da Princesa Diana. E nós, Nação brasileira, também estamos de luto.

Ela foi, sem dúvida, a mais popular figura da realeza britânica. "Diana é a rainha do povo", disse um trabalhador inglês que estava em frente ao Palácio Real, momentos após sua morte. Em poucas palavras, ele resumiu um sentimento generalizado.

Com suas atividades humanitárias, suas obras assistenciais e sua simplicidade conquistou plebeus de todo o mundo.

Como mãe, preocupava-se em passar aos dois filhos um retrato real do mundo. Seus amigos mais chegados afirmam que ela os ensinou a ver a vida tanto nos palácios como nas ruas. Ensinou os filhos a se preocuparem com os menos favorecidos. Algumas vezes, levava o primogênito às visitas assistenciais que fazia. Eles eram o centro de sua vida. Ela insistia para que desfrutassem dos prazeres comuns da infância. Imagino como será agora, como ficará o tempo desses meninos para serem peraltas, moleques, serem apenas crianças sem reinado e sem coroa!

Consta que o nível de álcool encontrado no sangue do motorista estava acima do permitido, e esse fato me chama a atenção porque é inacreditável que tenham confiado nele para dirigir aquele carro, naquele momento, naquelas condições.

Fico pensando também em outro fato: o insuportável assédio da imprensa e a rudeza dos fotógrafos que, aos jornais sensacionalistas, vendem fotografias de personalidades em situações inusitadas. E isso tem um pouquinho de Brasil. Começa com caras e bocas, cochichos, cochilos involuntários, meias furadas, etc.

Ao morrer de forma trágica, a Princesa Diana deixou como legado uma grande discussão sobre os limites éticos da imprensa sensacionalista. O Governo britânico deverá, nos próximos dias, adotar medidas para impedir a invasão grosseira da privacidade de celebridades em geral.

Diana dedicava metade do seu dia a atividades como visita às crianças doentes de câncer, a campanha contra a AIDS, visitas a refugiados e conforto aos mutilados de guerra - sua mais recente missão foi encampar a luta pelo fim da fabricação e utilização das minas terrestres.

"Rainha", "Fada-Madrinha", "Gata Borralheira", "Cinderela", ativista humana e humanitária, nos quatro cantos do mundo realizou vários eventos sociais, arrecadando milhões de dólares para doações a entidades assistenciais.

Quem não se lembra do grande leilão de parte de seu guarda-roupa em favor da campanha contra a AIDS e de várias outras ações?

Hoje, já tive a oportunidade de apartear a Senadora Emilia Fernandes e dizer como Diana tocou o coração dos nossos cariocas quando, em visita ao Brasil, visitou uma de nossas instituições que acolhem meninas e meninos de rua.

À sua família e, em especial, a seus filhos, queremos deixar o nosso abraço .

Sabemos perfeitamente que ela cumpriu sua missão, sua tarefa de mulher ousada, que não se encastelou, que buscou dar ao mundo, e não apenas a seus filhos, ensinamentos.

Apesar da fortuna que a rodeava, soube dividir aquilo que tinha de maior valor: o seu coração.

Morreu a rainha dos corações humanos!

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/09/1997 - Página 17928