Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM A REDE AMAZONICA DE RADIO E TELEVISÃO PELO SEU JUBILEU DE PRATA.

Autor
Ernandes Amorim (PPB - Partido Progressista Brasileiro/RO)
Nome completo: Ernandes Santos Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM A REDE AMAZONICA DE RADIO E TELEVISÃO PELO SEU JUBILEU DE PRATA.
Publicação
Publicação no DSF de 05/09/1997 - Página 18144
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, REDE DE TELECOMUNICAÇÕES, EMISSORA, RADIO, TELEVISÃO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, INTEGRAÇÃO, REGIÃO AMAZONICA.

           O SR. ERNANDES AMORIM (PPB--RO) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tanto se fala, ultimamente, em globalização, dando-se ênfase à circulação crescente de capitais e mercadorias através das fronteiras dos países, que nos esquecemos, muitas vezes, de dar o destaque devido a um dos principais fatores desse fenômeno de integração do mundo. Refiro-me, naturalmente, ao extraordinário progresso atingido pelos meios de comunicação eletrônicos nestas últimas décadas do século vinte, este nosso tempo que já foi chamado, pelos estudiosos, de era da informação.

           De fato, é a comunicação instantânea pela telemática que possibilita a circulação dos capitais pelas bolsas de valores de todo o mundo, 24 horas por dia, acompanhando o sol desde o Japão até a Califórnia, passando por todos os mercados asiáticos e europeus. É a facilidade de comunicação por telefax e por correio eletrônico que permite a negociação de contratos de compra e venda de mercadorias entre empresas de países e continentes diferentes. Mas é sobretudo a circulação de informações a principal característica de nosso tempo, que o distingue de qualquer outro período da história. Tudo isso, no entanto, nos parece tão natural que nem sempre nos lembramos de como era tudo vinte, trinta anos atrás.

           Há poucos anos, por exemplo, o mundo sofreu o impacto da transmissão ao vivo, pela cadeia americana de notícias CNN, da Guerra do Golfo, no Oriente Médio. Sentados em nossas poltronas da sala de visitas, podíamos ver o clarão dos mísseis na mesma hora em que cruzavam os céus de Bagdá. Noutro episódio, foi-nos possível compartilhar as emoções da demolição do muro de Berlim, evento que marcou o fim de uma era.

           Aqui, no Brasil, pelo menos no que diz respeito ao rádio e à televisão, as telecomunicações têm um desenvolvimento comparável ao dos países mais avançados da América do Norte e da Europa. Algumas de nossas redes de emissoras já exportam suas produções para vários países. Para a maioria dos brasileiros, de fato, só existem essas grandes redes do Centro-Sul do País, mesmo porque se ignora, no resto do País, a existência de uma notável rede da região Norte, que está completando um quarto de século de existência.

           Refiro-me -- como o sabem meus Pares do Acre, do Amapá, do Amazonas, de Rondônia e de Roraima -- à Rede Amazônica de Rádio e Televisão, do empresário amazonense Phelippe Daou. Inaugurada em 1972, conta hoje com cinco emissoras geradoras -- a TV Amazonas, canal 5, de Manaus, a TV Acre, canal 4, de Rio Branco, a TV Amapá, canal 6, de Macapá, a TV Rondônia, canal 4, de Porto Velho, e a TV Roraima, canal 4, de Boa Vista. Além dessas estações, a rede conta com cinco emissoras de UHF, sete minigeradoras e mais de cem retransmissoras localizadas nos Municípios do interior desses cinco Estados, cobrindo uma área que corresponde a quase trinta por cento da superfície total do País.

           Trata-se de um empreendimento pioneiro, heróico e patriótico, porque leva aos brasileiros que habitam os rincões mais remotos do País as notícias e a informação cultural que fazem de nossa gente um único povo, irmanado pelos ideais da brasilidade. Essa integração se faz hoje de modo ainda mais completo desde o advento, em 1991, do Amazonsat, um canal de satélite que transmite o sinal da Rede Amazônica de Rádio e Televisão para as suas emissoras e mais a todos os brasileiros e sul-americanos que têm acesso ao Brasilsat, por antena parabólica, no canal 23.

           Integram, ainda, a Rede Amazônica de Rádio e Televisão três emissoras de freqüência modulada, em Manaus, Macapá e Rio Branco, e uma emissora AM na cidade amazonense de Manacapuru. Além dessas estações de rádio e televisão, a rede mantém uma sucursal nesta Capital Federal, a partir da qual seu Diretor, Dr. Raimundo Farias Moreira, envia à região as notícias políticas de interesse nacional, com destaque para as que dizem respeito à Amazônia. Daqui da Capital é transmitido diariamente o último bloco do programa Bom Dia Amazônia, programa local de Manaus que antecede o Bom Dia Brasil da Rede Globo, à qual a Rede Amazônica é afiliada. Em cada um dos outros Estados, é gerado um programa diário semelhante -- Bom Dia Amapá, Bom Dia Acre, Bom Dia Rondônia e Bom Dia Roraima.

           Assim, por intermédio da Rede Amazônica de Rádio e Televisão, tudo o que nós, parlamentares do Norte ou de outras regiões do País, fazemos ou deixamos de fazer no Congresso chega ao conhecimento do povo da região, o que contribui para o seu pleno exercício da cidadania.

           Outros programas jornalísticos da Rede Amazônica merecem menção: Amazônia em Revista, de segunda a sábado ao meio-dia, apresenta a agenda social e cultural da região; o Amazônia em Notícia, que vai ao ar antecedendo o jornal Hoje da Rede Globo, é um informativo local de 30 minutos; o Encontro com o Povo, é um programa de entrevistas das terças-feiras que permite a participação ao vivo dos telespectadores pelo telefone; o TV Comunidade é um programa dominical de ênfase sociocultural; e o Telejornal Local, é um noticioso produzido por cada uma das geradoras, contando com as matérias da sucursal de Brasília, que vai ao ar diariamente, antes do Jornal Nacional e depois do Jornal da Globo.

           Citei, anteriormente, a rede norte-americana CNN. Não o fiz sem propósito determinado, mas exatamente porque foi fechada, há poucas semanas, uma parceria entre ela e a Rede Amazônica para a transmissão mundial de matérias jornalísticas sobre a região. Para isso, repórteres da empresa brasileira serão treinados nos Estados Unidos, nos centros de formação de pessoal da rede americana. Será uma forma de fazer a Amazônia ser ouvida em todo o mundo na sua própria voz, sem as mistificações comumente feitas por estranhos à região que vivem dando palpites desarrazoados sobre os problemas sociais e ambientais da área.

           Nas comemorações do jubileu de prata dessa grande empresa regional de telecomunicações, desejo juntar minhas congratulações às manifestações de parabéns que o Dr. Phelippe Daou certamente vem recebendo de toda a comunidade amazônida e dos profissionais de jornalismo do País todo.

           Essas felicitações são extensivas a toda a sua equipe de diretores, composta pelo Superintendente de Jornalismo, Dr. Milton Cordeiro, pelo Diretor Administrativo, Dr. Aluísio Daou, pelo Diretor Técnico, Dr. Nivelle Daou Júnior, pelo Dr. Joaquim Margarido e pelo Diretor da sucursal de Brasília, Dr. Raimundo Farias Moreira.

           Gostaria de felicitar, também, todos os empregados dessa empresa amazônica, que tanto vêm contribuindo, com seu trabalho, para que a rede tenha chegado ao ponto a que chegou e para que ainda aspire a ir mais adiante.

           Senhores Senadores! Não é todo dia que podemos comemorar os vinte e cinco anos de uma empresa genuinamente brasileira e amazônica. Por isso, acredito estar falando por toda a bancada da região ao lembrar, nesta tribuna, os feitos desses bravos conterrâneos e desejar-lhes muitos anos mais de sucesso. Nestes tempos da informação cada vez mais globalizada, os brasileiros podem se orgulhar de uma rede que fala diretamente da Amazônia para o mundo.

           Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/09/1997 - Página 18144