Discurso no Senado Federal

CUMPRIMENTANDO A SECRETARIA DE SEGURANÇA PUBLICA DO DISTRITO FEDERAL, PARTICULARMENTE AS POLICIAS CIVIL E MILITAR, NA ATUAÇÃO FRENTE AO SEQUESTRO DA FILHA DO DEPUTADO E EMPRESARIO LUIZ ESTEVÃO, REGISTRANDO A PASSAGEM, HOJE, DO ANIVERSARIO DE NASCIMENTO DO EX-PRESIDENTE JUSCELINO KUBITSCHEK, QUE ESTARIA COMPLETANDO 95 ANOS.

Autor
José Roberto Arruda (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
Nome completo: José Roberto Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SEGURANÇA PUBLICA.:
  • CUMPRIMENTANDO A SECRETARIA DE SEGURANÇA PUBLICA DO DISTRITO FEDERAL, PARTICULARMENTE AS POLICIAS CIVIL E MILITAR, NA ATUAÇÃO FRENTE AO SEQUESTRO DA FILHA DO DEPUTADO E EMPRESARIO LUIZ ESTEVÃO, REGISTRANDO A PASSAGEM, HOJE, DO ANIVERSARIO DE NASCIMENTO DO EX-PRESIDENTE JUSCELINO KUBITSCHEK, QUE ESTARIA COMPLETANDO 95 ANOS.
Publicação
Publicação no DSF de 13/09/1997 - Página 18750
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • CUMPRIMENTO, ATUAÇÃO, SEGURANÇA PUBLICA, DISTRITO FEDERAL (DF), ESPECIFICAÇÃO, POLICIA MILITAR, SOLUÇÃO, SEQUESTRO, FILHO, LUIZ ESTEVÃO, DEPUTADO DISTRITAL.

O SR. JOSÉ ROBERTO ARRUDA (PSDB-DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, antes de fazer o pronunciamento pela data de hoje, que merece ser destacada, e as razões colocarei em seguida, quero cumprimentar a Segurança Pública do Distrito Federal, particularmente as Polícias Civil e Militar, pelo trabalho que fizeram, pondo fim, graças a Deus, a esse seqüestro que mexeu com a família brasiliense.

Desejo ao Deputado Distrital e empresário dessa cidade Luiz Estevão e a sua família que possam retornar a um clima de tranqüilidade depois de dias terríveis de ansiedade pelo seqüestro de uma garota de 12 anos na porta de uma escola. Cumprimento os profissionais da Segurança Pública que colocaram fim a esse episódio. E, claro, solicito que as pessoas responsáveis pela área de segurança do Distrito Federal reflitam sobre o que ocorreu no sentido de evitar que problema como esse possa se repetir.

O Sr. Eduardo Suplicy (PT-SP) - Permite V. Exª um aparte?

O SR. JOSÉ ROBERTO ARRUDA (PSDB-DF) - Ouço V. Exª com prazer.

O Sr. Eduardo Suplicy (PT-SP) - Cumprimento os responsáveis pela Segurança Pública e também o Governador Cristovam Buarque pela sua atitude, pois, em que pese ter sido muitas vezes objeto de críticas de seu adversário político Luiz Estevão, nesse caso prestou o seu dever como Governador de estar muito atento, manifestando inclusive solidariedade ao sofrimento da família do Deputado Distrital Luiz Estevão. Foi muito importante que os responsáveis pela segurança pública pudessem ter salvo a menina Cleucy.

O SR. JOSÉ ROBERTO ARRUDA (PSDB-DF) - O que me traz à tribuna hoje, Sr. Presidente, é a data de 12 de setembro, quando comemoramos o nascimento do ex-Presidente da República Juscelino Kubitschek, que estaria completando hoje 95 anos. O ex-Presidente da República Juscelino Kubitschek deu ao País um dos momentos mais importantes de liberdade, de vida democrática plena, de entendimento político - como os que protagonizou nos episódios de Jacareacanga e Aragarças -, de desenvolvimento, de interiorização do desenvolvimento - e aí Brasília tem um símbolo importante - além da construção de estradas e de usinas. Enfim, o Presidente Juscelino Kubitschek deu ao Brasil, neste século, uma mudança de perfil. Ajudou a transformar este país de agrícola em industrializado, que se urbanizou, que passou a ser respeitado no cenário internacional. O Presidente Juscelino Kubitschek levantou sobremaneira o astral do brasileiro, o nosso otimismo, a nossa crença no País, e foi no seu Governo que surgiram movimentos culturais e esportivos da maior importância, como o caso da Bossa Nova e o fato de o Brasil ganhar a primeira Copa do Mundo em 58. Tudo isso, de certa forma, foi resultado daquele clima de otimismo que emanava da sua liderança política e que fez com que este País atravessasse cinco anos de grande desenvolvimento. Sua Excelência pregava 50 anos de desenvolvimento em 5 anos de governo e, mais do que isso, de crença nas nossas possibilidades e até de orgulho no nosso País.

Lembro-me de que, na minha Cidade do interior de Minas, ainda garoto, pessoas, que construíam casas, colocavam nos muros colunas que imitavam o Palácio da Alvorada. Este era apenas um sinal, no interior do País, do orgulho que se tinha com a construção de Brasília e com o fato de o Presidente Juscelino liderar um movimento de trabalho, de harmonização das várias regiões brasileiras e de construção de um novo tempo de desenvolvimento.

No caso de Brasília, o Presidente Juscelino Kubitschek viveu aqui, talvez, a fase mais importante da sua vida: primeiro, como construtor da Cidade; segundo, como homem que, já ex-Presidente, no seu mandato de Senador, teve os seus direitos políticos cassados. O último discurso de Juscelino Kubitschek, desta tribuna do Senado Federal, é antológico.

Depois de anunciar à Nação brasileira que tinha informações de que ocorreria um ato de iniqüidade, e que o seu mandato seria cassado contra a vontade popular, no mesmo discurso, Sua Excelência se dirigiu às nações estrangeiras, como chefe de Estado - que nunca deixou de ser - e pediu desculpas aos outros povos, dizendo que não julgassem o Brasil por aquele ato de iniqüidade, porque aquele ato não representava o sentimento da nacionalidade brasileira, mas era um ato de alguns poucos usurpadores da vontade popular e ditadores de plantão.

O Presidente Juscelino foi corajoso quando saiu menino pobre de Diamantina para seguir uma carreira política vitoriosa; foi corajoso quando deixou, mais tarde, a Medicina, para ser primeiro prefeito de Belo Horizonte, depois Governador de Minas, Deputado Federal e Presidente da República; foi corajoso quando assumiu, assim, o desafio de mudar a capital do País; foi corajoso quando liderou o desenvolvimento brasileiro; mas foi corajoso, sobretudo, no sofrimento.

Sofreu nos longos meses em que ficou no exílio, pela saudade deste País, e depois, em outros tantos, na sua fazendinha próxima a Brasília, em que recebia poucos amigos, onde era muito pouco visitado - à época, visitá-lo era risco.

Quero, inclusive, registrar o meu orgulho de, ainda como engenheiro recém-formado, trabalhando na empresa de eletricidade de Brasília, ter tido o privilégio de fazer a ligação de energia elétrica naquela que seria a fazendinha do Presidente e a sua última morada.

Fui recebido com aquele sorriso largo e, depois, travei uma relação de amizade muito forte com Dona Sara Kubitschek, que, inclusive, no último aniversário de Juscelino, esteve aqui, numa homenagem que prestamos a Sua Excelência, com suas filhas Márcia e Maristela e com toda a sua família, o que me honra muito.

Mas quero, desta tribuna, Sr. Presidente, em nome do povo do Distrito Federal, do povo de Brasília, principalmente dos pioneiros, dos que ajudaram a construir esta cidade, registrar que hoje é aniversário de Juscelino.

O país que não tem memória, o país que não conhece a sua história, tende a repeti-la no que ela tem de pior. Por outro lado, o país que zela pelos seus vultos históricos, pelos seus momentos importantes, o país que conhece a sua trajetória e o seu passado, pode projetar melhor o seu futuro. Conhecer Juscelino Kubitschek, conhecer o que fez nos anos 50 pelo futuro deste País, conhecer o pensamento e a ação de Juscelino Kubitscheck é um gesto de amor ao Brasil.

Encerro esta homenagem a este grande Presidente da República, que foi Juscelino Kubitschek, para que fique gravado na Ata desta Casa as palavras que Sua Excelência fez imortais ao inaugurar Brasília - numa patente homenagem a todos os pioneiros, à sua família e a todos os brasileiros que sabem ter saudade de JK.

Disse Sua Excelência que:

      "Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se tornará em cérebro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos, mais uma vez, sobre o amanhã do meu País e antevejo, com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites, o seu grande destino."

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/09/1997 - Página 18750