Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM AO VIGESIMO ANIVERSARIO DA CRIAÇÃO DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL.

Autor
Lúdio Coelho (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MS)
Nome completo: Lúdio Martins Coelho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM AO VIGESIMO ANIVERSARIO DA CRIAÇÃO DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL.
Publicação
Publicação no DSF de 10/10/1997 - Página 21424
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), EXPECTATIVA, AUMENTO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

O SR. LÚDIO COELHO (PSDB-MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Senador Romeu Tuma, Srªs e Srs. Senadores, hoje estamos comemorando os 20 anos de nascimento do Estado de Mato Grosso do Sul.

O Colega Senador Ramez Tebet, o Senador Levy Dias e eu já atuávamos na vida pública naquela época.

Morei durante grande parte da minha vida no norte do Mato Grosso. Como a parte sul do Estado era muito mais desenvolvida, nós, do norte, sentimos uma certa frustração com a divisão do Estado. Pessoalmente, naquela ocasião não aceitei muito bem a idéia, porque queria o Mato Grosso unido para crescer junto. Mas a realidade foi outra.

A parte norte - hoje Estado de Mato Grosso - desenvolveu-se muito e tornou-se importante produtora de gêneros alimentícios, principalmente de soja, milho, suínos e carnes, contribuindo enormemente para a economia brasileira. Mato Grosso do Sul, que naquela ocasião, por dificuldades políticas, não conseguiu nomear um Governador local, nomeou, então, o Governador Harry Amorim Costa. Eu era Presidente da Arena e, a pedido do Presidente Ernesto Geisel, acompanhei o Governador do Estado em visita a todos os Municípios de Mato Grosso do Sul.

Quero dizer aos Srs. Senadores e à população do meu Estado que, apesar das dificuldades momentâneas, acredito no desenvolvimento de Mato Grosso do Sul.

Temos uma situação geográfica privilegiada e estratégica. Mato Grosso do Sul é o tampão entre o Brasil, Bolívia e Paraguai. Fazemos limite com a Bolívia e o Paraguai, e com os Estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Somos um Estado de boa topografia; um Estado com uma população ordeira, que se originou, parte no Rio Grande do Sul, uma outra em Minas, outros oriundos do Japão e do Oriente Médio. É um Estado que apresenta perspectivas de crescimento excelentes.

As nossas duas principais atividades são a agricultura e a pecuária. É bom que a Nação se recorde de que mesmo estando distantes do Oceano Atlântico temos competência para produzir e abastecer o País, além de exportar nossa produção, gerando divisas importantes para a Nação brasileira.

Dentro de poucos dias se iniciará a construção de uma rodovia que permitirá o acesso do Brasil ao Oceano Pacífico. Essa rodovia passará por uma ponte sobre o rio Paraguai, em Corumbá, atravessando a Bolívia até chegar ao Pacífico.

Como o Senador Ramez Tebet disse há pouco, a construção da termoelétrica de Corumbá haverá de abrir novas perspectivas para essa cidade, cidade esta que foi muito importante econômica e socialmente no Mato Grosso unido. Ela era a base do abastecimento do norte de Mato Grosso e de parte da Amazônia. Depois, com a falta de conservação dos rios Cuiabá e Paraguai, praticamente acabou a navegação para aquela região. A Amazônia começou a ser abastecida por caminhões e Corumbá perdeu a importância que tinha naquela época.

Ontem, em conversa com o Prefeito de Corumbá, S. Sª mostrou-me um projeto de reformulação do Porto de Corumbá, oportunidade em que pude lhe informar que há poucos dias estive na Argentina, a serviço do Mercosul, onde visitei o Porto do Rio da Prata, em Buenos Aires, que, aliás, está muito bonito. Fez-se uma bonita avenida entre os armazéns e o rio por onde a população passeia. Os armazéns foram reconstruídos e, embaixo desses armazéns, que mantiveram a arquitetura inicial, há vários restaurantes. Acredito que também Corumbá ficará muito bonita e com isso tenho a certeza de que superaremos aquela situação de isolamento, seja pelo fato de não possuirmos cidades-satélites, nem tampouco área agrícola.

Com o funcionamento da termoelétrica de Corumbá, tenho a impressão de que surgirão usinas complementares no setor de siderurgia.

Quero dizer ao meu Estado que sempre pregamos a necessidade de serem investidos recursos, principalmente os da área federal, nas cidades fronteiriças do Brasil com a Bolívia, que é Corumbá, e do Brasil com o Paraguai, a fim de que exercêssemos a influência benéfica para que populações daqueles países viessem conviver conosco nessas cidades desenvolvidas.

Enfim, quero dizer à população do meu Estado, que, com o término da rodovia ligando todo o Estado, da região do planalto, que é produtora de soja, ao Porto de Porto Murtinho, com o propósito do Governo de fazer funcionar a hidrovia, ligando Cárceres, Corumbá, Porto Murtinho ao Rio Paraguai, vamos novamente ter um centro de desenvolvimento importante em Porto Murtinho.

O nosso Estado tem uma grande esperança no setor de turismo. Nós temos um dos lugares mais bonito do País, chama-se Bonito - e é bonito de fato, pois lá existem lindas grutas, com águas transparentes, através das quais pode-se enxergar os diversos tipos de peixes. Portanto, estou de pleno acordo com o Senador Ramez Tebet. Ou seja, quando se fez a divisão do Estado, foi assumido pela União a responsabilidade de nos ajudar a instalar a infra-estrutura de governo e de estradas. Mas isso nunca aconteceu.

Quero transmitir a toda a população do meu Estado, a toda família mato-grossense, o meu respeitoso abraço e a minha certeza de que haveremos de vencer todas as dificuldades e alcançar o que esperávamos quando criamos o Estado. Esperávamos um Estado promissor, com perspectivas boas para nossa família, para nossa juventude.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/10/1997 - Página 21424