Discurso no Senado Federal

FAX ENVIADO A REVISTA ISTOE, REPELINDO NOTA INSULTUOSA A LIDERANÇA DO GOVERNO NO SENADO, PUBLICADA NA EDIÇÃO DESTA SEMANA, SOB O TITULO 'CRISE DE CREDIBILIDADE', DE QUE DURANTE A VOTAÇÃO DA LEI ELEITORAL TERIA S.EXA. LEVADO SEUS PARES A VOTAR EM BENEFICIO DO PFL, USANDO E ABUSANDO DO NOME DO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO. (COMO LIDER)

Autor
Elcio Alvares (PFL - Partido da Frente Liberal/ES)
Nome completo: Élcio Alvares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA.:
  • FAX ENVIADO A REVISTA ISTOE, REPELINDO NOTA INSULTUOSA A LIDERANÇA DO GOVERNO NO SENADO, PUBLICADA NA EDIÇÃO DESTA SEMANA, SOB O TITULO 'CRISE DE CREDIBILIDADE', DE QUE DURANTE A VOTAÇÃO DA LEI ELEITORAL TERIA S.EXA. LEVADO SEUS PARES A VOTAR EM BENEFICIO DO PFL, USANDO E ABUSANDO DO NOME DO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO. (COMO LIDER)
Publicação
Publicação no DSF de 15/10/1997 - Página 21872
Assunto
Outros > IMPRENSA.
Indexação
  • REPUDIO, INEXATIDÃO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, ISTOE, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CRITICA, ATUAÇÃO, ORADOR, QUALIDADE, LIDER, GOVERNO, SENADO, EPOCA, VOTAÇÃO, LEGISLAÇÃO ELEITORAL, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL.
  • LEITURA, FAX, AUTORIA, ORADOR, ENDEREÇAMENTO, PERIODICO, ISTOE, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), RESPOSTA, INEXATIDÃO, INFORMAÇÃO, CRISE, LIDERANÇA, GOVERNO, SENADO.

O SR. ELCIO ALVARES (PFL-ES. Como Líder, pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eminentes Colegas, depois de algum tempo no exercício da vida pública, nos acostumamos evidentemente com críticas feitas aos nossos trabalhos e, quase sempre, adotamos uma postura de profundo respeito à liberdade de imprensa e ao direito de comentar, de criticar e de noticiar.

Tenho adotado uma norma nesta Casa: raramente me atenho a fatos publicados na imprensa relacionados à minha pessoa. Mas, em se tratando de um noticiário com destaque, numa revista de grande circulação nacional, que faz algumas críticas muito pesadas e fortes em relação à Liderança do Governo, me permito ler, aqui, apenas como registro, Sr. Presidente e demais Colegas, fax que enviei à revista IstoÉ no dia de ontem:

      "Repilo com veemência a insultuosa nota publicada na edição de ontem, sob o título "Crise de Credibilidade".

      Após mais de seis anos de atividade no Senado, sendo praticamente três na Liderança do Governo, mantenho com a imprensa um relacionamento respeitoso e sério, conforme pode testemunhar Vossa Senhoria - o diretor daquela publicação, jornalista Eumano Silva -, com quem privei de convívio quando repórter político nesta Casa.

      Jamais fui homem dado a mentiras e não aceito juízo difamatório que timbre por tal jaez, razão pela qual rebato as inverídicas afirmações ali contidas, dizendo o seguinte:

      1 - não tem procedência a informação de que levei meus Pares a votar a Lei Eleitoral para beneficiar o meu Partido, o PFL, mesmo porque toda a imprensa nacional considerou a votação altamente favorável ao Governo. Não invoquei o nome do Presidente Fernando Henrique Cardoso, "usando e abusando", conforme pretende IstoÉ. O Presidente conversou comigo sobre o projeto e o resultado, acredito, acompanhou o seu enfoque, particularmente sobre dois pontos fundamentais da questão.

      Por oportuno, esclareço que o Presidente sempre reiterou que, em matéria política, tem por princípio ouvir e respeitar a soberania do Plenário;

      2 - Não articulei qualquer manobra e não tentei obter votos usando o nome do Presidente, com quem falei minutos antes da votação, dando-lhe relato completo das posições.

      Se IstoÉ tivesse tido o cuidado de verificar o resultado da votação, iria constatar que os meus votos foram idênticos aos dos três Senadores de Goiás, ligados politicamente ao Ministro Iris Rezende.

      Se Iris Rezende consultou o Presidente Fernando Henrique, mais uma razão teve para pedir aos seus amigos e companheiros no Senado um voto semelhante ao meu;

      3 - O Presidente jamais botou "panos quentes" em imaginária renúncia do Líder do Governo, pelo simples fato de não ter havido qualquer conversa entre nós a respeito do assunto;

4 - Na votação da Previdência, no segundo turno, não fiz pedido de voto a nenhum dos meus Pares. Mantive-me silente, respeitando a posição manifestada no primeiro turno quando, aí como Líder, segui a orientação do Ministério da Previdência, transmitida ao Relator Beni Veras. No segundo, declarei que votava apenas como Senador e à imprensa informei que o Presidente não apoiava a emenda "no que couber".

Ao Presidente Antonio Carlos Magalhães não neguei a posição que tomei no segundo turno, não havendo então necessidade de checagem com o Presidente da República, com quem falei antes da votação e não recebi qualquer tipo de censura ou recomendação, e o Senador Osmar Dias informou-me que o desabafo que teve não se referia a mim, mesmo porque não lhe falei nenhuma palavra sobre o segundo turno da Previdência.

Daí se conclui que não há qualquer veracidade na tentativa de, intrigando, vislumbrar crise de credibilidade no âmbito da Liderança do Governo no Senado.

Somente ao Presidente Fernando Henrique Cardoso, responsável único pela indicação e manutenção do seu Líder, que, no caso, permanece na função há cerca de três anos, portanto não deve ser um leviano ou mentiroso, cabe afirmar ou demonstrar a credibilidade daquele que tem sobre os ombros a responsabilidade de árdua tarefa que até o dia de hoje, passado tanto tempo, tem sido amplamente vitoriosa e usufruído do respeito e confiança dos Senadores, meus colegas.

Lamentando esse tipo de jornalismo, que não constrói o elevado conceito da imprensa brasileira, ainda assim acredito na publicação por inteiro desta resposta. Assino."

Sr. Presidente, faço questão de ler esse fax porque os nomes nele referidos são de pessoas que se encontram em plenário. O Presidente Antonio Carlos Magalhães conhece muito bem o meu modo de agir.

Hoje mesmo já tive reiterada confiança do Palácio do Planalto em relação ao trabalho que realizamos. Queremos deixar claro que a crítica é admissível, mas às vezes é tangida por uma posição do jornalista, que respeito, mas no momento em que ela é formulada com essa intenção, insultuosa, inclusive deixando sentir que o Líder do Governo seria mentiroso ao se dirigir aos seus colegas, urge um esclarecimento. Faço isso dentro do plenário, porque cada Senador é testemunha da minha lisura e do meu trato com cada um dos colegas. Jamais usei o nome do Presidente para impor vontade ou qualquer solicitação de voto.

Portanto, Sr. Presidente, este registro é o que eu devia a todos os meus Pares, porque na convivência que temos ao longo de três anos, onde sou distinguido permanentemente, quando recebo de cada um palavra de apoio e solidariedade, dando ao Governo os resultados magníficos que obteve, penso que presto assim, ao ler esse fax, homenagem a todos aqueles que sempre confiaram no trabalho do Líder, como um trabalho sério, honrado e respeitoso, sem precisar jamais lançar mão de mentiras para conseguir qualquer resultado deste Plenário.

Era a comunicação que gostaria de fazer, Sr. Presidente, como Líder do Governo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/10/1997 - Página 21872