O SR. LEONEL PAIVA (PFL-DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Antonio Carlos Magalhães, é uma honra ser empossado pessoalmente por V. Exª; Srªs e Srs. Senadores, meus queridos amigos.

Nasci em Uberaba, Minas Gerais, há 53 anos. Pai dentista, mãe professora. Avós paternos e maternos oriundos das atividades rurais.

Ramificações familiares em todo o Triângulo Mineiro. Uberaba, Uberlândia, Araxá, Araguari, Conceição das Alagoas, Pirajuba, Campo Florido, Planura, Itapagipe, Campina Verde, Prata, São Francisco de Sales, Centralina, Água Comprida e Frutal, cujo povo tão carinhosamente me acolhei na minha juventude.

Radialista, jornalista e publicitário, depois fiz parte da equipe que implantou a Empresa Brasileira de Radiodifusão - Radiobrás -, na qual fui Diretor de Programação Comercial, aliei-me profissional e ideologicamente aos brasileiros que trabalharam pela implantação da Nova República. Tive muito orgulho em trabalhar na equipe de comunicação que Mauro Salles montou para o Presidente Tancredo Neves.

Daí para cá, não deixei mais a militância política. Da Coordenadoria de Divulgação do Palácio do Planalto, na época do eminente Presidente José Sarney, vim para o Senado, onde trabalhei com os Senadores Enéas Faria, na Primeira-Secretaria, e José Ignácio Ferreira, na Primeira Vice-Presidência desta Casa, ambos defensores das boas causas, patriotas e geradores de ensinamentos que sempre seguirei, como o de dedicar a maior admiração e o mais profundo respeito aos funcionários deste Poder Legislativo.

Depois, passei a uma militância político-partidária mais efetiva, fundando movimentos de base em todo o Distrito Federal, aliando-me aos defensores da autonomia política de Brasília.

Fui Secretário de Estado do Trabalho; Administrador da Região do Núcleo Bandeirante, que englobava Candangolândia, Metropolitana, MSPW e meu querido Riacho Fundo. Ocupei, também cumulativamente, nessa época, o cargo de Diretor-Executivo da Fundação do Serviço Social.

Nas eleições de 03 de outubro de 1990, os quase 20 Partidos que compunham a Frente Comunidade indicaram o meu nome para ser o 1º Suplente do eminente Senador Valmir Campelo, que foi eleito com mais de 290 mil votos. Hoje, S. Exª. é merecidamente o Ministro Valmir Campelo Bezerra. O PFL comigo ganha mais um defensor de suas bandeiras.

Plenamente sintonizado com os esforços do meu Partido pela modernização do País, assumo, desde já, o compromisso de lutar por reformas capazes de agilizar o nosso processo de desenvolvimento e dotar o Brasil da necessária competitividade, num mundo que se anuncia globalizado e interdependente.

Entendo que acima das ideologias e das cores partidárias, impõem-se, necessariamente, a consciência de que passamos por um profundo processo de mudanças.

Combaterei sistematicamente, como Senador, as estruturas e concepções arcaicas, que, há muito tempo, têm retardado a inserção do Brasil no fechado clube das nações desenvolvidas.

Num contexto geopolítico completamente renovado, é fundamental rever o papel do Estado brasileiro, reconsiderando suas funções e dimensões, para melhor direcioná-lo na direção das áreas onde sua atuação é indispensável como a educação, a saúde, a segurança e a proteção ao meio ambiente.

A recente crise que tem seu epicentro no Sudeste Asiático, cujos efeitos se fizeram sentir com maior intensidade nos países de economia em processo de ajuste, como é o nosso caso, tornou imperativas as reformas propostas pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, aí incluídas as reformas administrativa, previdenciária, tributária, para citar apenas as mais urgentes.

Dessa forma, sem perder de vista os compromissos democráticos que vêm transformando o perfil institucional do País, cabe a nós a intransferível tarefa de moldar o Brasil para o desafio de estender os benefícios da cidadania a toda a nação.

Apóio, irrestritamente, as medidas recém-adotadas pelo Governo Fernando Henrique. Em momentos de crise, impõem-se os interesses maiores da Nação. E é preciso muita coragem!

Os ajustes ora propostos, embora amargos à primeira vista, visam a assegurar a estabilidade de nossa economia, que caminha a passos firmes para a plena integração nos mercados globalizados do nosso tempo.

Assim sendo, os sacrifícios do presente constituem a garantia de um futuro melhor, mais justo e com maiores oportunidades para todos.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, por fim, permito-me prestar a mais amorosa homenagem à minha querida mãe, Abigail Paiva, e ao meu pai, José Alves de Paiva, ambos falecidos, mas bem vivos em mim, pelo meu neto Vitor Paiva Bittar.

Permito-me ainda, emocionado, agradecer à minha mulher Aparecida, meus filhos Patrícia, Rodrigo e ao meu genro, Roberto, pelo apoio que deles tenho recebido, e aos - graças a Deus - inúmeros amigos que em hora alguma deixaram de acompanhar-me em minhas lutas.

É uma honra, para quem, como eu, sempre valorizou a atividade política, exercer mandato num Senado com tantas figuras ilustres, ex-Governadores, ex-Presidentes, Parlamentares de vários mandatos e com larga experiência. Quero aprender com os meus companheiros.

Que Deus me oriente a cada dia, para que possa melhor servir à minha Pátria e à minha gente.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado a todos. (Palmas. O orador é cumprimentado)