Discurso no Senado Federal

RECORDE DA TAXA DE DESEMPREGO NA GRANDE SÃO PAULO, SEGUNDO DADOS DA FUNDAÇÃO DIEESE E A FUNDAÇÃO SEADE. LENTIDÃO DO GOVERNO EM RESOLVER OS PROBLEMAS DAQUELES QUE MAIS ESTÃO SENDO ATINGIDOS PELA POLITICA ECONOMICA, COMO OS TRABALHADORES E A POPULAÇÃO POBRE.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESEMPREGO. POLITICA SOCIAL.:
  • RECORDE DA TAXA DE DESEMPREGO NA GRANDE SÃO PAULO, SEGUNDO DADOS DA FUNDAÇÃO DIEESE E A FUNDAÇÃO SEADE. LENTIDÃO DO GOVERNO EM RESOLVER OS PROBLEMAS DAQUELES QUE MAIS ESTÃO SENDO ATINGIDOS PELA POLITICA ECONOMICA, COMO OS TRABALHADORES E A POPULAÇÃO POBRE.
Publicação
Publicação no DSF de 28/11/1997 - Página 26181
Assunto
Outros > DESEMPREGO. POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • COMENTARIO, DADOS, ESTATISTICA, DIVULGAÇÃO, DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATISTICA E ESTUDOS SOCIO ECONOMICOS (DIEESE), AUMENTO, DESEMPREGO, BRASIL, ANTERIORIDADE, CRESCIMENTO, TAXAS, JUROS, CORTE, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, AREA, ATUAÇÃO, GOVERNO, AGRAVAÇÃO, COBRANÇA, IMPOSTOS.
  • CRITICA, DEMORA, GOVERNO, SOLUÇÃO, PROBLEMA, NATUREZA SOCIAL, POPULAÇÃO CARENTE, TRABALHADOR, COMPARAÇÃO, URGENCIA, AUXILIO, CLASSE EMPRESARIAL, BANCOS, INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, PAIS.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT-SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a taxa de desemprego na Grande São Paulo, segundo a Fundação DIEESE e a Fundação Seade, bateu o recorde desde que foi iniciada a medida do referido índice por essas instituições: no mês de outubro último, 16,5%, correspondendo a 1.428.000 trabalhadores. Isso, Sr. Presidente, ocorreu antes do agravamento da crise que se vem abatendo não apenas sobre a economia brasileira, mas com forte repercussão a ponto de o Governo brasileiro ter tomado medidas como a elevação significativa - para praticamente o dobro - da taxa de juros e o anúncio do corte de gastos governamentais em inúmeras áreas, além do aumento de impostos.

Todas as medidas deverão consistentemente agravar a situação de desemprego, uma vez que constituem-sem em breques sobre a atividade econômica.

No diálogo que mantive com o Ministro Pedro Malan esta semana, transmiti-lhe minha preocupação. Como não houve, Sr. Presidente, a possibilidade de réplica por ocasião do debate aqui realizado, disse pessoalmente ao Ministro Pedro Malan a maneira como o Governo gasta muito menos energia, tempo e dedicação na hora de tomar medidas para resolver o problema daqueles que pouco ou nada ganham, daqueles que estão ficando desempregados por causa da política econômica.

S. Exª protestou quando, no sábado, mencionou-se que o Governo era rápido para socorrer instituições financeiras. Mas qual é a realidade senão essa dificuldade em resolver o problema dos trabalhadores, da população mais pobre? Costuma dizer Frei Beto que as pessoas agem e pensam muito de acordo com onde pisam seus pés. Na medida em que o Ministro Pedro Malan, os responsáveis pela política e o próprio Presidente da República tentem um contato, no seu cotidiano, muito maior com as elites do País, com aqueles que têm extraordinário patrimônio ou aqueles que têm poder concentrado em suas mãos e muito menor contato com as classes sociais de menor renda, com os trabalhadores, enfim, com aqueles que estão sendo atingidos pelo desemprego, observa-se ainda a lentidão do Governo em resolver os problemas daqueles que mais estão sendo atingidos pela política econômica, o que agravará a situação dos atingidos pela diminuição do ritmo da atividade econômica.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/11/1997 - Página 26181