Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM POSTUMA A CRITICA DE ARTE MARISTELLA TRISTÃO.

Autor
Francelino Pereira (PFL - Partido da Frente Liberal/MG)
Nome completo: Francelino Pereira dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM POSTUMA A CRITICA DE ARTE MARISTELLA TRISTÃO.
Publicação
Publicação no DSF de 06/12/1997 - Página 27205
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MARISTELLA TRISTÃO, ESPECIALISTA, ARTES, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG).

O SR. FRANCELINO PEREIRA (PFL-MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Belo Horizonte e todos os mineiros amantes das artes choram o desaparecimento da crítica de arte Mari’Stella Tristão, que faleceu ontem aos 78 anos, vítima de um aneurisma cerebral.

      Professora, curadora, jornalista, ele tornou-se, ao longo dos anos, figura das mais expressivas na vida cultural de Minas Gerais.

Seu trabalho de difusão cultural, de articulação do interesse pelas artes visuais, de mobilização da opinião pública em campanhas memoráveis de preservação dos valores culturais do povo mineiro, de auxílio desinteressado e até maternal aos jovens artistas que despontavam para o sucesso, valeu-lhe o reconhecimento e o respeito de todos os mineiros.

Colunista do jornal Estado de Minas durante mais de 30 anos, Mari’Stella Tistão soube ocupar essa trincheira de luta para defender o desenvolvimento artístico e cultural de Minas.

           Querida pelos artistas, sempre foi por eles escolhida nas eleições para representá-los junto aos júris dos salões de arte.

           Mas sua atividade não se restringiu ao jornalismo e à crítica de artes.

           Ela exerceu, ao longo de sua vida, diversos cargos públicos de expressão nas áreas de educação, turismo e cultura, ajudando ainda mais a desenvolver projetos nas artes visuais, na música, na dança, na decoração e na arte popular.

           Destaque especial deve ser dado ao esforço em defesa do extraordinário patrimônio cultural das Minas Gerais.

Quando exerceu o cargo de coordenadora artística da Reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais, Mari’Stella Tristão levou a Belo Horizonte exposições de grande importância como Desenhos de Di Cavalcanti, Arte Negra na África , Grupo Phases e a Semana Nacional de Poesia de Vanguarda.

           Incansável, promoveu várias mostras individuais e coletivas de artistas mineiros que se lançaram no mercado graças à sua ajuda.

Foi atuando como assessora da Secretaria de Trabalho e Cultura Popular que a jornalista e crítica de arte interessou-se pelo artesanato e o folclore de Minas Gerais, descobrindo a sua riqueza e diversidade, expostos em mostras, salões, festivais, cursos e simpósios realizados com grande sucesso.

           Posteriormente, como assistente de Arte e Turismo da Hidrominas, Mari’Stella cria o Salão de Arte de Ouro Preto, promove concurso de serestas e organiza o 1º Congresso Nacional de Turismo do Circuito das Águas, reativando a atividade turística naquela importante região de Minas.

Com sua interveniência, o júri da Bienal de São Paulo foi a Minas e premiou diversos artistas mineiros, cujos prêmios foram oferecidos pelo governo do Estado, igualmente como resultado do esforço da jornalista, que também foi a primeira coordenadora do setor de Artes Plásticas do Palácio das Artes.

Afável, sempre sorridente e cercada de amigos, Mari’Stella realizou seu último trabalho organizando uma exposição na Telemig, inaugurada hoje, em memória do saudoso Sálvio Oliveira, fundador da Galeria Guinard,

É justamente por ter dedicado toda a sua vida ao desenvolvimento das artes, ao apoio aos jovens talentos e à defesa intransigente do patrimônio cultural de Minas, que todos os mineiros choram o desaparecimento de Mari’Stella Tristão e inscrevem seu nome no repositório do que há de melhor na história das artes do meu Estado.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/12/1997 - Página 27205