Discurso no Senado Federal

COMEMORAÇÃO DO ANIVERSARIO DO ARQUITETO BRASILEIRO OSCAR NIEMEYER.

Autor
Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Ney Robinson Suassuna
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • COMEMORAÇÃO DO ANIVERSARIO DO ARQUITETO BRASILEIRO OSCAR NIEMEYER.
Publicação
Publicação no DSF de 05/12/1997 - Página 27044
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, OSCAR NIEMEYER, ARQUITETO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB-PB. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, meu caro Dr. Oscar Niemeyer, minhas Senhoras, meus Senhores, esta Casa vive hoje um momento privilegiado ao homenagear esse ilustre brasileiro, o arquiteto Oscar Niemeyer, que está completando, em poucos dias, 90 anos.

Feliz é o país que tem a oportunidade de cobrir de afeto e de admiração seus heróis culturais ainda em vida. No caso de Niemeyer, vida ainda ativa, generosamente criativa, como tem sido, de resto, década após década, há tantos anos.

Oscar Niemeyer fez parte da brilhante equipe que, no final dos anos 30, projetou a antiga sede do Ministério da Educação, no Rio de Janeiro, que se tornou um marco internacional da arquitetura moderna, obra arrojadíssima para a sua época. Lembro-me da minha infância, lá na Paraíba, todos os cadernos do MEC tinham a fotografia do Ministério da Educação, essa obra do Dr. Niemeyer.

Alguns anos depois, Niemeyer assinava o notável conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, com as linhas modernas, sensuais e elegantes que seriam para sempre a sua marca. A Igreja da Pampulha é obra citada em qualquer história da arquitetura de nosso século.

Foi a Pampulha que chamou a atenção de Juscelino Kubitschek para o talentoso arquiteto. Quando Kubitschek decidiu construir Brasília, a escolha de Niemeyer para arquiteto dos principais edifícios da cidade foi uma decisão natural.

Alguns poucos anos antes, o arquiteto Le Corbusier havia sido escolhido pelo governo indiano para projetar a capital do Estado do Punjab, a Cidade de Chandigarh. Le Corbusier lá deixou os traços de seu estilo, mas sua equipe contava com outros arquitetos importantes. Podemos afirmar com segurança que foi mais forte a marca pessoal de Niemeyer em Brasília do que a de Le Corbusier em Chandigarh.

Além do mais, Brasília, a Brasília do famoso plano urbanístico de Lúcio Costa, é certamente uma cidade mais importante. Brasília, com o brilho de sua criatividade arquitetônica, fez a fama do Brasil, tornou-se um monumento internacional de primeira ordem.

O desenho de Niemeyer, em Brasília, é presença fortíssima: o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Congresso, a Catedral - mãos elevadas em prece -, a Universidade. A unidade estilística da Praça dos Três Poderes é obra de Niemeyer; o mesmo vale para a Esplanada dos Ministérios e o Eixo Monumental.

Nos anos recentes, o talento de Niemeyer tem acrescentado mais alguns belos edifícios a Brasília: o Panteão e o Memorial Juscelino Kubitschek.

Durante os anos do regime que lhe foi politicamente adverso, Niemeyer foi convidado a semear beleza arquitetônica pelo mundo afora: Paris, Argélia, Israel. Em São Paulo fez o impressionante Memorial da América Latina.

Há dez anos, quando Oscar Niemeyer completava oitenta anos, pode ele testemunhar um evento histórico: a declaração, pela Unesco, de Brasília como Patrimônio Histórico da Humanidade. Isso foi no dia 7 de dezembro de 1987. Portanto, nestes dias, festejamos também dez anos de Brasília como monumento arquitetônico oficialmente reconhecido pela comunidade internacional.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a obra de Niemeyer está principalmente nos prédios públicos de grande significado social. É uma obra voltada para a sociedade.

Com seus monumentos de beleza, com sua generosa escultura de função social, Niemeyer polariza e inspira os melhores e mais elevados valores coletivos.

Esta Casa vive este momento feliz, homenageando um grande inovador da linguagem arquitetônica mundial, um grande brasileiro. É meu privilégio juntar-me a esta homenagem.

Muito obrigado. (Palmas)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/12/1997 - Página 27044