O SR. ROMEU TUMA (PFL-SP. Para uma comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu estava preparado para fazer um pronunciamento sobre o momento econômico que o Brasil atravessa, analisando desde a recente visita do Presidente norte-americano, Bill Clinton, passando pelas respostas que os Ministros Pedro Malan e Antonio Kandir deram neste plenário em razão das medidas provisórias, e outros fatos que agravaram a situação econômica do mundo, não só do Brasil.

Eu queria dar um destaque aos crimes financeiros, que acabam intercedendo no processo econômico dos países.

Chamou-me a atenção a falência da corretora Yamaichi, que acumula uma dívida superior a US$27 bilhões. Seus diretores foram processados por terem envolvimento com a máfia japonesa, denominada Yakuza, cujo dinheiro eles aplicavam. Essa lavagem de dinheiro faz com que aqueles que o aplicam possam manipulá-lo na medida em que houver necessidade.

Em São Paulo, recentemente, a divisão de estrangeiros, investigando a máfia chinesa, por intermédio do Dr. Marco Antonio Veronezi, prendeu quinze membros que praticavam a extorsão junto a comerciantes, obrigando-os, para que continuassem o seu comércio, a sua indústria, a pagar US$50 mil e ameaçando de morte cada um desses cidadãos chineses. As denúncias vieram dos Consulados americano e chinês e de outros setores.

Essas investigações, Sr. Presidente, levaram, após a identificação dos responsáveis, ao apoiador dessa máfia, que manipulava o contrabando. Pasmem, Srs. Senadores! Por intermédio da investigação e localização desse apoiador, a polícia encontrou 41 contêineres de contrabando das mais variadas mercadorias. Isso nos traz com clareza que se o Governo procurasse de uma forma eficiente - sei que a Receita Federal tem procurado fazê-lo - coibir o contrabando, o superfaturamento, talvez minimizasse um pouquinho essas dificuldades de ordem econômica e os juros cairiam.

Isso me traz a esta tribuna na ansiedade de vermos aprovado o projeto sobre a lavagem de dinheiro, porque não tenho dúvidas de que esse dinheiro ajuda a macular o sistema econômico, levando a essas crises que poderão ocorrer não-somente agora, mas em um futuro muito próximo.

Acredito que estamos em uma encruzilhada. Ou a ação do Estado vai contra a marginalidade, o comércio ilegal, as importações ilegais, subfaturamento e contrabando ou, a cada dia, a produção nacional, sem dúvida nenhuma, cairá porque não haverá clientes pelo custo entre o produto contrabandeado e o produzido no nosso País onde há uma distância muito grande.

Teremos que investir na fiscalização para que as portas sejam fechadas para o crime organizado.