Discurso no Senado Federal

REFERENCIAS AO PRONUNCIAMENTO DO SENADOR PEDRO SIMON DE CRITICA AO PSDB. CRITICAS A OPOSIÇÃO.

Autor
Sérgio Machado (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/CE)
Nome completo: José Sérgio de Oliveira Machado
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • REFERENCIAS AO PRONUNCIAMENTO DO SENADOR PEDRO SIMON DE CRITICA AO PSDB. CRITICAS A OPOSIÇÃO.
Aparteantes
Ademir Andrade.
Publicação
Publicação no DSF de 06/06/1997 - Página 11004
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • DEFESA, UNIÃO, PARTIDO POLITICO, CONGRESSO NACIONAL, REALIZAÇÃO, REFORMULAÇÃO, INFRAESTRUTURA, ESTADO, VIABILIDADE, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, JUSTIÇA SOCIAL, PAIS, NECESSIDADE, RESPEITO, VONTADE, MAIORIA, POVO, REPRESENTAÇÃO POLITICA, CONGRESSISTA, DEMOCRACIA, BRASIL.
  • CRITICA, DECLARAÇÃO, PEDRO SIMON, DESRESPEITO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB).

O SR. SERGIO MACHADO (PSDB-CE. Como Líder. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srº Presidente, Srªs e Srs. Senadores, fizemos uma aliança com o PFL, com o PMDB, com o PTB e com o PPB no sentido de aprovarmos as reformas estruturais de que o País precisa. Nesse momento, não temos que nos preocupar de quem é a vitória, o importante é que o País ganhe, que tenha uma vitória que respeite a vontade da maioria, porque a essência da democracia é a vontade da maioria.

Quem chegou ao Congresso Nacional chegou por meio do voto, do voto popular. Temos que aprender, no Brasil, a respeitar a vontade popular. Diz-se muito que não pode acontecer uma coisa, que não podemos fazer reformas de outras porque, caso contrário, vai-se manipular o povo. Pergunto: o Presidente da República, os Governadores, os Prefeitos, os Senadores e os Deputados chegaram ao poder com o voto de quem? Não foi do povo? Do povo que está bem à frente das elites e que sabe absolutamente o que quer.

Sr. Presidente, o PSDB e os demais Partidos que apóiam o Governo estão conscientes desse momento que vivemos. Temos que deixar a vaidade de lado e construir este novo Brasil. Às vezes, trilhamos caminhos não muito fáceis, mas temos que ter coragem para poder avançar.

Estranhei muito a posição do Senador Pedro Simon, quando S. Exª falou de dois companheiros nossos de que gostamos muito, o Euclides Scalco e o Pimenta da Veiga, que, se estivessem aqui, com certeza, estariam nos liderando, porque os respeitamos, porque os consideramos e com eles trabalhamos.

O Sr. Ademir Andrade - V. Exª me permite um aparte?

O SR. SERGIO MACHADO - Concedo o aparte a V. Exª.

O Sr. Ademir Andrade - Senador Sergio Machado, V. Exª falou de democracia e de direito da maioria. É evidente que, no Congresso Nacional, o Governo é maioria. Respeitamos isso, embora tenhamos nosso ponto de vista contrário. Mas o fato de haver maioria no Congresso Nacional não quer dizer que a democracia esteja concretizada no Brasil. V. Exª definiu muito bem uma questão: democracia é o direito da maioria, o qual a minoria tem que respeitar. Pergunto a V. Exª: será que o povo brasileiro está de acordo com o fato de que a maioria dos brasileiros ganha R$120,00 e nós ganhamos R$8 mil por mês? Será que o povo brasileiro concorda que, enquanto um cidadão tem que matar ou morrer para possuir 50 hectares de terra, existam latifundiários com 100, 200, 500 ou 3 milhões de hectares de terra, como a Jari Florestal? Será que é democracia que só os ricos e a classe média tenham acesso à saúde e à educação? É essa a democracia que existe no Brasil? Democracia, Senador Sergio Machado, é algo que ainda está por ser conquistado, que ainda está por vir. Estamos muito longe da verdadeira democracia, que é fazer valer o direito da maioria, o que haveremos de alcançar um dia, inclusive derrotando o Governo que V. Exª defende, porque não é um Governo que defende os direitos das maiorias do nosso País.

O SR. SERGIO MACHADO - V. Exª não ouviu o que eu disse. Eu disse que democracia é o direito da minoria e a vontade da maioria. E só há um mecanismo para aferir essa maioria, qual seja, o voto. Talvez V. Exª não aceite o voto como um critério de definição da maioria.

É claro que todos nós somos inconformados com essa sociedade injusta que está aí; uma sociedade que, ao longo dos tempos, de cada dez brasileiros, excluiu sete. Queremos mudar; todavia, só o faremos mediante propostas - propostas para aperfeiçoar, para melhorar. Estamos prontos a discutir propostas. Tragam-nas para que possamos discutir, possamos aperfeiçoar, porque é esse o nosso objetivo.

Voltando ao meu pronunciamento, quero dizer que temos de nos unir nesse momento. Digo ainda mais: Senador Pedro Simon, em que pese à admiração que tenho por V. Exª, não admito a colocação que V. Exª fez em relação aos nossos 14 companheiros. Talvez V. Exª estivesse emocionado na tribuna e tenha dito sem sentir; porém, V. Exª disse que deveria haver líderes aqui como dois companheiros que respeito, os quais, lamentavelmente, como não se candidataram, não são Senadores; talvez, se o fossem, estariam na Liderança fazendo aquilo que V. Exª deseja.

Todavia, a meu ver, é hora de construir; é hora de deixar de lado essas pequenas coisas, posto que temos um grande desafio pela frente, qual seja, o de transformar este País e efetivar as reformas que o Brasil necessita. O PSDB e os 14 Senadores que aqui se encontram estão dispostos a enfrentar essa luta e a discutir propostas concretas.

Sr. Presidente, era o que tinha a realçar e a frisar nesta tarde. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/06/1997 - Página 11004