O SR. GERALDO MELO (PSDB-RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, não posso esconder que tenho um certo constrangimento de voltar à tribuna hoje porque acho que esta Casa é testemunha de que quando ocupo a tribuna procuro passar pelo menos um mês em silêncio, para não cansá-los demasiadamente com as minhas intervenções.

           No entanto, no dia de hoje, creio que uma voz de um integrante da Mesa Diretora, que trabalha ao lado do Presidente Antonio Carlos Magalhães, precisava trazer o seu testemunho e o seu depoimento. É o que desejo fazer, em breves palavras, neste momento.

           Se eu falar da honra que tenho tido de integrar a Mesa Diretora atual do Senado Federal, sob a liderança de V. Exª, Presidente Antonio Carlos, não pense que estou falando por mim, porque tenho certeza de que - sem os haver consultado, sem ter pedido permissão nem mesmo ao Senador Ronaldo Cunha Lima, pelo o que ouvi, ao longo deste ano em que estivemos juntos, de todos os companheiros da Mesa - falo por todos.

           Declaro perante os meus companheiros desta Casa que tem sido uma grande honra, um grande aprendizado, uma grande experiência de vida, de sabedoria política, de patriotismo, de exercício enérgico e democrático da autoridade, de fidelidade à norma e, sobretudo, de responsabilidade e compromisso com o Congresso Nacional, que V. Exª, Senador Antonio Carlos Magalhães, preside e com o Senado Federal, do qual é membro e, também, Presidente. Essa é uma lição que tem enriquecido a todos nós e eu não poderia me sentir mais confortável do que me sinto agora ao prestar este depoimento.

           Antes de chegar a esta Casa, minha experiência na vida pública era exclusivamente no Poder Executivo. Participei, a vida inteira, da média de opiniões do povo brasileiro sobre seu Congresso. A mim cabia uma fração desse quociente que cada um de nós tem na média de opiniões sobre o Congresso Nacional, que, de modo geral, não são lisonjeiras. Aqui aprendi, entretanto, surpreendido com a revelação da realidade não só do trabalho dos Senadores, mas também do trabalho dos seus assessores, dos servidores, enfim do trabalho de todos que fazem desta Casa uma organização viva a serviço do Brasil.

           Depois de dois anos de trabalho sob a Presidência do Presidente José Sarney, que deu a esta Presidência a envergadura que soube dar à sua vida pública inteira, coroada com o exercício da Presidência da República, era preciso que alguém como V. Exª viesse para realizar essa tarefa que está sendo realizada sem alarde, mas uma tarefa sem a qual a democracia brasileira não terá futuro.

           Congressos, o Brasil os teve durante o regime autoritário. Congressos em silêncio, Congressos que eram grandes auditórios para aplaudir, Congressos reverentes, o Brasil os teve em muitos instantes de supressão da liberdade.

           O Congresso de que necessita a democracia brasileira é um Congresso competente, é um Congresso que trabalha, um Congresso austero, um Congresso altivo, um Congresso independente, um Congresso cercado das suas prerrogativas, um Congresso protegido por instrumentos que a lei lhe dê, para que não precise mais nunca dobrar-se diante de ninguém.

Esse é o Congresso que V. Exª preside. Esse é o Congresso que V. Exª ajuda a construir e quando, no futuro, alguém agradecer o fato de termos sido capazes, ao longo dos anos que virão, de fazer com que sobreviva a democracia no Brasil, há de haver alguém que descubra que o nome do Senador Antonio Carlos Magalhães estará definitivamente associado à obra de consolidação da autoridade e do respeito do Congresso Nacional.

Portanto, como brasileiro, agradeço a V. Exª pela obra que realiza. Agradeço, como Senador, aos meus Pares a oportunidade que me deram de integrar a Mesa Diretora, que V. Exª preside com tanta competência e tanto brilho a serviço do Congresso Nacional e a serviço do Brasil.

Muito obrigado.