Discurso no Senado Federal

CUMPRIMENTANDO O MINISTRO-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR, GENERAL DO EXERCITO, ANTONIO JOAQUIM SOARES MOREIRA, PELA NOMEAÇÃO E POSSE DE 10 NOVOS JUIZES-AUDITORES SUBSTITUTOS, OCORRIDO NO DIA 9 DESTE MES. HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO, NO ULTIMO SABADO, DO JORNALISTA E EX-DIRETOR DA AREA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO SENADO FEDERAL, JOÃO ORLANDO BARBOSA GONÇALVES, O GUEGUE.

Autor
Leonel Paiva (PFL - Partido da Frente Liberal/DF)
Nome completo: Ildeu Leonel Oliveira de Paiva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • CUMPRIMENTANDO O MINISTRO-PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR, GENERAL DO EXERCITO, ANTONIO JOAQUIM SOARES MOREIRA, PELA NOMEAÇÃO E POSSE DE 10 NOVOS JUIZES-AUDITORES SUBSTITUTOS, OCORRIDO NO DIA 9 DESTE MES. HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO, NO ULTIMO SABADO, DO JORNALISTA E EX-DIRETOR DA AREA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO SENADO FEDERAL, JOÃO ORLANDO BARBOSA GONÇALVES, O GUEGUE.
Aparteantes
Edison Lobão, Júlio Campos.
Publicação
Publicação no DSF de 16/12/1997 - Página 28868
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • CUMPRIMENTO, ANTONIO JOAQUIM SOARES MOREIRA, GENERAL DE EXERCITO, MINISTRO MILITAR, PRESIDENTE, SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR (STM), NOMEAÇÃO, POSSE, JUIZ AUDITOR SUBSTITUTO.
  • HOMENAGEM POSTUMA, JOÃO ORLANDO BARBOSA GONÇALVES, JORNALISTA, PAIS ESTRANGEIRO, PORTUGAL, EX-DIRETOR, SENADO.

O SR. LEONEL PAIVA (PFL-DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, valho-me desta oportunidade para externar meus cumprimentos ao Sr. Ministro-Presidente do Superior Tribunal Militar, General de Exército, Antônio Joaquim Soares Moreira. Congratulo o Sr. Ministro e o STM pela nomeação e posse de dez novos juízes-auditores substitutos, evento ocorrido no dia 9 do mês corrente, os quais venho de público parabenizar. São quatro juízes e seis juízas - também lá chegam as mulheres com muita competência: Juiz Cláudio Amin Miguel, Juíza Regina Coeli Gomes de Souza, Juíza Marilena da Silva Bittencourt, Juiz José Barroso Filho, Juíza Safira Maria de Figueiredo Sousa, Juiz Antônio Jorge da Silva, Juíza Suely Pereira Ferreira, Juíza Eleonora Salles de Campos Borges, Juiz Frederico Magno de Melo Veras e Juíza Maria do Socorro Leal.

O acontecimento, com tão significativo número de nomeações, inaugura nova fase na história do Superior Tribunal Militar, seja porque proporciona renovado elã, seja em virtude da alta qualificação dos novos juízes, todos habilitados por meio de concurso público.

São novas inspirações, novas visões, novos talentos, novos estros que irão corroborar o valioso trabalho do Tribunal, a sua primorosa tradição de bem servir à pátria na precípua tarefa de administrar corretamente a justiça.

Entendo que a administração da justiça se torna tanto mais complexa e exigente quanto mais evoluída a sociedade. Daí a importância de recursos humanos altamente preparados.

O Superior Tribunal Militar insere-se no contexto da atualidade vivida pela sociedade brasileira, uma sociedade dinâmica, moderna e, por conseguinte, sempre mais consciente dos direitos da cidadania e dos deveres de cada cidadão para com sua pátria.

Um dos esteios básicos para o crescimento da civilização dos povos é uma justiça imparcial, competente, lúcida, apanágio dos competentes Membros do Superior Tribunal Militar, presidido pelo preclaro Ministro-Presidente.

Meus cumprimentos ao Tribunal e a todos os nomeados!

Senhor Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faço agora um triste registro: Faleceu sábado à noite o jornalista João Orlando Barbosa Gonçalves, nosso querido Gueguê, que durante quase três décadas serviu ao Senado Federal, quer como jornalista, quer como Diretor da Área de Comunicação Social, cargo este que exerceu durante mais de 20 anos com uma dedicação e zelo observáveis apenas nas pessoas que têm profunda paixão pela profissão que escolhem.

Gueguê estava internado desde quinta-feira no Hospital Santa Luzia com complicações decorrentes, como ele mesmo costumava falar, de um velho "câncer turista", tendo em vista que "a cada dia se encontrava em um lugar diferente". Assim era o humor de Gueguê, sem dúvida, marca registrada que permaneceu com ele até seus últimos momentos.

Gueguê deixa dois filhos, Rosa e João, além de netos.

Esse português, de Monção, que veio para o Brasil na década de 50, iniciou sua carreira trabalhando na imprensa de Belo Horizonte; depois, transferiu-se para o Distrito Federal.

Autêntico pioneiro, trabalhou no Correio Braziliense - onde foi editor e dos bons -, trabalhou na TV Brasília, na Rádio Planalto e na saudosa revista O Cruzeiro.

Na Rádio Planalto, tive oportunidade de ler, durante dois anos consecutivos, quando de lá fui locutor, uma crônica diária chamada "Crônica da Cidade", que supreendemente, a cada dia, trazia um novo assunto de alta relevância para nossa comunidade.

Na TV Brasília, Gueguê redigiu e trabalhou numa equipe composta de jornalistas do mais alto gabarito, como o nosso prezado Senador Edison Lobão, Rubens Furtado, Deputado Alberico Cordeiro, Sérgio Dias, Gilberto Amaral e outros. Tive oportunidade, também, de lá ler seus textos nos telejornais da casa.

Intelectual, dominava, além da língua portuguesa, o latim, como poucos que conheci, e encantava seus amigos recitando poesias, entre as quais os “Sermões”, de Vieira, que, sem sombra de dúvida, eram seus favoritos.

O Sr. Júlio Campos (PFL-MT) - V. Exª me permite um aparte?

O SR. LEONEL PAIVA (PFL-DF) - Ouço V. Exª com prazer.

O Sr. Júlio Campos (PFL-MT) - É com tristeza, também, que tomei conhecimento, na manhã de hoje, do falecimento ocorrido na noite de sábado último, aqui em Brasília, do nosso querido jornalista e professor, João Orlando Barbosa Gonçalves, o popular Gueguê. Conheci Gueguê, uma figura carismática, competente e amiga, no Congresso Nacional, quando aqui cheguei, em 1991, como Senador por Mato Grosso. Em todos os momentos que queríamos ter um contato maior com a imprensa, podíamos recorrer a ele, sempre sentado na Tribuna da Imprensa. Posteriormente, como 1º Secretário do Senado Federal, na gestão do ex-Presidente Humberto Lucena, tive a honra de conviver no dia-a-dia com o jornalista Gueguê. Pessoalmente, comparecia todos os dias à 1ª Secretaria para prestar contas das suas atividades e mostrar ao 1º Secretário as matérias que estava preparando para a imprensa nacional, para a imprensa de Brasília e, principalmente, para a Voz do Brasil. Tive com ele, nesses dois anos de convivência - eu, como 1º Secretário, ele, como Diretor do Serviço de Comunicação do Senado -, o melhor dos entendimentos. Gueguê também foi um dos homens que mais lutou, junto à Mesa Diretora de então, para que transformássemos a Central de Vídeo do Senado. Na gestão do ex-Presidente Mauro Benevides, cujo 1º Secretário era o Senador Dirceu Carneiro, começou a crescer o pequeno embrião que se transformou na TV Senado, na gestão do Presidente Sarney; e, agora, na gestão do Presidente Antonio Carlos Magalhães, a TV Senado tomou vulto nacional e já é uma emissora de prestígio em todo o País. Gueguê foi um dos grandes lutadores para a transformação da Central de Vídeo na TV Senado, coroando com sucesso seu trabalho. Fico muito triste porque eu estava neste final de semana em Brasília e não tomei conhecimento, a tempo e a hora, do falecimento, para que eu pudesse ir ao cemitério levar meu abraço aos seus familiares e a minha última despedida a esse grande brasileiro de Portugal, a esse grande jornalista que o Brasil perdeu. Quero fazer das vossas palavras as minhas. Tenho certeza de que essa tribuna hoje está mais triste. Falta alguém sentado ali, na sua humildade, na sua simplicidade. Há poucos dias, ao encontrá-lo aqui Senado Federal, ele já bastante abatido pela doença, dei-lhe um abraço e disse que ele estava muito jovem. Gueguê respondeu: “Não, meu câncer turístico está me levando para a viagem final. Agora, não tenho retorno”. Lamento profundamente essa grande perda e acho que Brasília perdeu um filho querido e o Brasil um grande jornalista. Meus sinceros pêsames à família do Gueguê e a todos os seus colegas do Senado Federal. Nós, que o conhecíamos, cada vez mais admirávamos seu trabalho.

O SR. LEONEL PAIVA (PFL-DF) - Acolho com prazer as suas palavras, eminente Senador Júlio Campos.

O Sr. Edison Lobão (PFL-MA) - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. LEONEL PAIVA (PFL-DF) - Com prazer, Senador.

O Sr. Edison Lobão (PFL-MA) - Senador Leonel Paiva, o falecimento do nosso colega jornalista Gueguê nos entristece a todos. Era de fato uma figura inteligente e afável, sempre predisposto a ajudar alguém. Conheci-o quando cheguei a Brasília, ainda na década de 60. Com ele convivi estes anos todos, dele tornei-me amigo e com ele também aprendi muita coisa do jornalismo. Gueguê desaparecido significa um vácuo de grandes proporções na imprensa profissional de Brasília. Junto, portanto, minha palavra de tristeza à de V. Exª e levo minhas condolências à família desse grande jornalista.

O SR. LEONEL PAIVA (PFL-DF) - Muito obrigado, Senador Edison Lobão.

João Orlando Barbosa Gonçalves foi um homem de bem. Ele ultimamente ocupava função de Ouvidor do Senado Federal, cargo que como todos os outros exerceu com galhardia, competência, seriedade. E nesse instante tão difícil quero solidarizar-me com a sua família, desejando que ela encontre forças no exemplo de fibra que lhes foi outorgado por esse exemplo ímpar de pai, avô e homem.

Que Deus o guarde e que, de onde ele se encontra, ore por nós!

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/12/1997 - Página 28868