O SR. PEDRO SIMON (PMDB-RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, uma honrosa incumbência me foi deferida pelo então Presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, Deputado João Luiz Vargas, do PDT - o atual presidente é o meu companheiro José Ivo Sartori do PMDB - no sentido de entregar a V. Exª, Sr. Presidente, e à Biblioteca do Senado um volume do documento elaborado sobre a figura de Getúlio Vargas, editado pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. É um trabalho fantástico de História, uma análise que conta toda a história, desde a adolescência, desse homem extraordinário, Dr. Getúlio Vargas.

Esse é o segundo volume que a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul publica sobre grandes deputados estaduais que prosseguiram na vida pública. O primeiro foi sobre João Neves da Fontoura, cujos discursos me impressionaram pelo seu conteúdo. Este de Getúlio Vargas apresenta seus depoimentos, seus discursos, sua história, sua biografia, sua identidade com o positivismo, com Júlio de Castilho. A análise feita realmente merece respeito e admiração.

Penso que esse documento Parlamentares Gaúchos - Getúlio Vargas irá enriquecer o acervo da Biblioteca do Senado Federal. A Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul envia também a V. Exª, Sr. Presidente, um exemplar.

Felicito a Assembléia Legislativa do meu Estado por esta decisão tão importante. É tão triste ver um País como o nosso sem memória, sem história; os fatos acontecendo sem que a mocidade tome conhecimento.

Outro dia, Sr. Presidente, um jornal do Rio de Janeiro publicou uma reportagem em que poucos se lembravam de Juscelino Kubitschek. Ao verificar a história dos grandes nomes, praticamente ninguém sabia quem tinha sido Santos Dumont.

È cruel o que acontece conosco. Outros países, ao contrário, reverenciam, respeitam a sua história, a biografia de seus homens - dos quais podemos muitas vezes discordar, divergir, mas preservar a história tem uma latitude, uma imensidão que constitui exatamente o patrimônio do país.

O Brasil é a sua terra, sim, as suas riquezas, sim, mas é também a história dos seus homens, da sua gente, a biografia daqueles que construíram o País que aí está. E é uma pena, é profundamente lamentável esse descrédito real e concreto que existe na História do Brasil com relação a essa questão.

Há um projeto meu, a ser apreciado, determinando que se crie, no Rio de Janeiro, um memorial ou um museu ou seja lá o que for para abrigar os depoimentos e os pertences de Getúlio Vargas, como a carta-testamento na sua versão original, a caneta com que esta carta foi assinada, o revólver com o qual se suicidou, que, hoje, são acervos de sua neta e que ela faz questão de oferecer gratuitamente como patrimônio do Brasil.

O tempo passou, o Museu do Catete disse que não queria, o Museu Imperial disse que lá não era o local adequado. E, em meio às discussões, esses objetos estavam se deteriorando. Creio que o assunto está sendo resolvido e teremos - não digo um panteão, deveria ser, não digo nada de mais importante -, pelo menos, um local para abrigar um acervo importante e significativo da história de Getúlio Vargas.

Meus cumprimentos à Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Meus cumprimentos aos meus amigos Deputados do Rio Grande do Sul.

É uma satisfação, Sr. Presidente, poder entregar a V. Exª este exemplar. O terceiro farei chegar, a pedido do Presidente da Assembléia, às mãos do Presidente da Câmara dos Deputados, para que faça parte da biblioteca daquela Casa do Congresso Nacional. É bom que isso se repita!

Aqui já estamos fazendo isto. Um projeto de minha autoria determinou que, periodicamente, estudemos e publiquemos a biografia de vultos da nossa História e do nosso Senado. Por proposição minha, a primeira foi a do Senador Teotônio Vilela, escolha muito feliz e oportuna. Creio que, assim fazendo, estamos realmente contribuindo para a nossa História e para o nosso País.

Muito obrigado, Sr. Presidente.