Discurso no Senado Federal

LANÇAMENTO, HOJE, DA CONSTRUÇÃO DA USINA TERMELETRICA DE CUIABA, EMPREENDIMENTO FUNDAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE MATO GROSSO, QUE TEVE DESDE O INICIO, O INCENTIVO E COLABORAÇÃO DE S.EXA.

Autor
Júlio Campos (PFL - Partido da Frente Liberal/MT)
Nome completo: Júlio José de Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • LANÇAMENTO, HOJE, DA CONSTRUÇÃO DA USINA TERMELETRICA DE CUIABA, EMPREENDIMENTO FUNDAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE MATO GROSSO, QUE TEVE DESDE O INICIO, O INCENTIVO E COLABORAÇÃO DE S.EXA.
Publicação
Publicação no DSF de 13/02/1998 - Página 2977
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • REGISTRO, CONSTRUÇÃO, INICIATIVA PRIVADA, USINA TERMOELETRICA, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), FORNECIMENTO, ENERGIA ELETRICA, UTILIZAÇÃO, OLEO DIESEL, GAS NATURAL.
  • LEITURA, ANAIS, ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), REGISTRO, GESTÃO, ORADOR, VIABILIDADE, CONSTRUÇÃO, USINA TERMOELETRICA.

O SR. JÚLIO CAMPOS (PFL-MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, no dia de hoje, 12 de fevereiro de 1998, às 16h, estará ocorrendo em Cuiabá o lançamento da construção da Usina Termelétrica de Cuiabá, por meio da Empresa Produtora de Energia, EPE. Esta empresa estará realizando, no distrito industrial de Cuiabá, o lançamento do primeiro projeto de uma usina termelétrica para vender energia do sistema privado para as Centrais Elétricas de Mato Grosso, através da compra da Eletronorte.

Esse projeto é de vital importância porque muda a economia do Mato Grosso, que neste ano teria algum déficit no setor de abastecimento. Mas, com a inauguração dessa termelétrica, prevista, na sua primeira etapa, para novembro deste ano, com cerca de 150 mil KVAs, e em outras duas etapas, perfazendo um total até o ano 2000 de 480 mil KVAs, vamos abastecer o Mato Grosso, inicialmente, nessa primeira etapa, em 1998, com o sistema de fornecimento através de óleo diesel e, na segunda e terceira etapas, já com gás, proveniente da Bolívia. Será um ramal do gasoduto Brasil-Bolívia, que vai sair de Santa Cruz da La Sierra, na sua linha mestra, até Corumbá, Campo Grande e São Paulo, saindo uma diversificação de Santa Cruz para Santo Inácio, São Matias, na fronteira de Mato Grosso com a Bolívia, Cáceres e, em seguida, Cuiabá. Com isso, dentro de três anos, teremos energia gerada a gás no território mato-grossense.

Tive a honra de ser convidado pela Diretoria da firma Enron Engenharia S/A, que é a matriz da Empresa Produtora de Energia, EPE, para essa solenidade. Não posso comparecer em virtude dos trabalhos do Senado Federal. Mas a minha contribuição foi dada desde o início desse processo.

Ocupo a tribuna do Senado para esclarecer aos meus adversários políticos de Mato Grosso, principalmente ao Governador do Estado, Dante de Oliveira, que teve a insensibilidade, em uma entrevista ocorrida ontem, em Cuiabá, de afirmar que este Senador não tinha nada a ver com esse processo, que eu estava querendo tirar proveito político dessa empresa produtora. Não é verdade. Vejam bem o que dizem os Anais da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, na audiência pública realizada no dia 30 de abril de 96, do dia em que foi discutir a formação de uma joint venture entre o Governo de Mato Grosso, a Cemat, e a firma Enron norte-americana, que se constituiu, posteriormente, na EPE.

Dizia o Dr. Roberto Yukai, Presidente da Firma Black & Weatch Engenharia, que é associada da Enron aqui, no Brasil, em seu pronunciamento registrado nos Anais daquela Casa:

    “Chegamos à conclusão, naquela época, logo após a eleição de 94, antes de aproximar um novo governo, que ainda estava em organização, nós achamos melhor conversar com uma pessoa que já conhecia muito esse problema de Mato Grosso, que é o ilustre Senador Júlio Campos.” Palavras do Dr. Roberto, Presidente dessa grande empresa.

    “Então, o escritório do Dr. Eliezer Batista pediu uma audiência com o Sr. Júlio Campos e eu fui até o Senador, em outubro de 1994, na 1ª Secretaria do Senado Federal, onde discutimos esse problema. O Senador - não estou querendo elogiá-lo publicamente - nos recebeu com extrema cordialidade e discutimos esse problema de integração infra-estrutural, transportes, telecomunicações e, principalmente, energia de Mato Grosso. E ele, percebendo essa importância do Projeto de Integração entre Mato Grosso e Bolívia, pessoalmente, me disse: ‘Dr. Roberto, você vai ter que falar com os novos governantes que vão tomar posse agora em janeiro’ - já que o mandato do meu irmão, o Governador Jaime Veríssimo de Campos, terminava no dia 31 de dezembro próximo -, e se ofereceu, pessoalmente, para agilizar um contato com os novos governantes. ‘Agora, como ele está muito ocupado formando o seu governo, por que você não fala com os seus principais assessores, que são a Srª Inês de Oliveira e o Sr. Armando de Oliveira?’ Eu até pedi ao Senador: “Senador, será que o senhor não poderia fazer essa ligação para mim?’ E o Senador Júlio Campos, na minha frente, ligou para a Secretária Inês de Oliveira e marcou uma audiência para mim”, ou seja, para o grupo empresarial, que iniciou contato para a implantação dessa usina termelétrica em Mato Grosso.

Portanto, quero esclarecer aos eleitores de Mato Grosso, ao povo mato-grossense, que o convite que a Enron fez para o Senador Júlio Campos visitar aquele projeto e participar da festa de lançamento não é mais do que justo, porque fui eu que, em outubro de 94, aqui da 1ª Secretaria do Senado Federal, no gabinete que, hoje, é ocupado pelo Senador Odacir Soares, o primeiro introdutor, porque fiz a ligação entre essa grande empresa norte-americana com a Cemat.

Agora quem está adquirindo a energia em Mato Grosso é a Eletronorte, órgão do Ministério das Minas e Energia, cujo Ministro, Raimundo Brito, é do PFL e se empenhou, de corpo e alma, para viabilizar a política energética de Mato Grosso. Orgulho-me em dizer que é um Ministro do PFL. A política energética do Brasil é comandada pelo PFL brasileiro. Nós comandamos, no Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, o Ministério das Minas e Energia; a Eletrobrás, pelo seu Presidente, Dr. Firmino Sampaio, também indicado pelo PFL, principalmente pelo grande Senador Antonio Carlos Magalhães; a Eletronorte, cujo Diretor Robério Garcia é ligado a Mato Grosso, um profundo conhecedor dos problemas energéticos do Estado e que fez todo o possível para que a Eletronorte adquirisse a energia da firma Enron e pudesse, com isso, viabilizar o problema de energia do nosso Estado.

Nesta oportunidade, quero dizer que, com muita honra, participamos desse projeto, ajudamos a viabilizá-lo, e é uma pena que não possa estar presente à solenidade de hoje. Mas, tenho certeza, Sr. Presidente, que, no final do ano, quando será inaugurada oficialmente esse usina, o povo mato-grossense já terá reconhecido o nosso trabalho nas urnas, no dia 4 de outubro próximo.

É com satisfação que quero dizer que ajudei a viabilizar esse projeto e estaremos ajudando todos os empreendimento cujo objetivo seja beneficiar o Estado de Mato Grosso. Por isso, tenho certeza absoluta de que teremos resolvido o problema energético do Estado graças ao nosso Partido, o PFL.

Cumprimento os diretores da Enron e da EPE por esse acontecimento que se realizará hoje à tarde na capital mato-grossense.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/02/1998 - Página 2977