Discurso no Senado Federal

COMENTARIOS AO EDITORIAL DO JORNAL O ESTADO DE S.PAULO, INTITULADO 'A BAHIA DA O EXEMPLO', SOBRE A RECENTE CRIAÇÃO, NAQUELE ESTADO, DE UM FUNDO PARA PAGAMENTO DA FOLHA DOS SERVIDORES ESTADUAIS, RESULTADO DO EQUILIBRIO DE SUAS CONTAS PUBLICAS.

Autor
Waldeck Ornelas (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Waldeck Vieira Ornelas
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DA BAHIA (BA), GOVERNO ESTADUAL.:
  • COMENTARIOS AO EDITORIAL DO JORNAL O ESTADO DE S.PAULO, INTITULADO 'A BAHIA DA O EXEMPLO', SOBRE A RECENTE CRIAÇÃO, NAQUELE ESTADO, DE UM FUNDO PARA PAGAMENTO DA FOLHA DOS SERVIDORES ESTADUAIS, RESULTADO DO EQUILIBRIO DE SUAS CONTAS PUBLICAS.
Publicação
Publicação no DSF de 10/03/1998 - Página 3627
Assunto
Outros > ESTADO DA BAHIA (BA), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • ANALISE, EDITORIAL, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), REFERENCIA, CRIAÇÃO, FUNDO DE PREVIDENCIA, SERVIDOR PUBLICO CIVIL, ESTADO DA BAHIA (BA), OBJETIVO, GARANTIA, RECEBIMENTO, APOSENTADORIA, SIMULTANEIDADE, IMPEDIMENTO, DESEQUILIBRIO, GASTOS PUBLICOS, GOVERNO ESTADUAL, REGIÃO.
  • CONGRATULAÇÕES, PAULO SOUTO, GOVERNADOR, ESTADO DA BAHIA (BA), ANTONIO CARLOS MAGALHÃES, SENADOR, PRESIDENTE, CONGRESSO NACIONAL, INICIATIVA, CRIAÇÃO, FUNDO DE PREVIDENCIA, CONTRIBUIÇÃO, PROCESSO, RECUPERAÇÃO, NATUREZA ECONOMICA.

O SR. WALDECK ORNELAS (PFL-BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, os últimos dias foram marcados por um forte debate, uma ampla discussão nacional sobre a crise fiscal e do déficit público, dominada, determinada, provocada pela divulgação dos números com que foi fechado o ano de 1997. Nesse contexto, discutiu-se muito e intensamente a presença e a participação das finanças dos Estados no desequilíbrio das contas públicas. Ressaltou-se , em particular e muito especificamente, o destino dado aos recursos derivados das privatizações.

Assim, Sr. Presidente, quero chamar a atenção da Casa para o editorial de ontem de O Estado de S. Paulo - que peço seja considerado parte integrante do meu pronunciamento - sob o título “A Bahia dá o exemplo”.

Diz explicitamente O Estado de S. Paulo no seu editorial:

“Há dúvidas sobre a quase totalidade dos Estados, mas nenhuma sobre aquele cujas finanças estão equilibradas há já um bom número de anos, porque ali prevalece a visão de longo prazo, característica dos verdadeiros estadistas, que infelizmente vêm faltando à maioria de nossos Governos”.

O editorial reporta-se especificamente a um ato do Governo da Bahia: a recente criação do Fundo de Previdência dos Servidores Públicos, por meio do qual o Governo se dispôs a enfrentar o problema que é identificado pelo editorial como comum a todas as administrações públicas (da União, dos Estados e dos municípios), decorrente do peso dos funcionários aposentados, ou seja, dos inativos sobre a folha de pagamento, que vem desequilibrando-se acentuadamente. O problema precisa ser corrigido.

É fato que se está votando uma reforma da previdência que tende a orientar, que sinaliza no sentido de que devemos passar do regime de repartição para o regime de capitalização. Mas ainda assim há um passivo, há um estoque que precisa ser equacionado e que representa uma dívida, um compromisso para com aqueles que já se aposentaram.

A criação do fundo objetiva, assim, enfrentar o problema. Como bem enfatiza o editorial, a Bahia, em caráter pioneiro, dá o exemplo, constituindo um conselho que já foi instalado com representantes dos três Poderes do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário, e mais a Associação dos Funcionários Públicos. Poder-se-á, assim, ao longo do tempo, equacionar o grave problema da aposentadoria dos servidores públicos, que passarão a ter, no caso da Bahia, a garantia de que no futuro receberão suas aposentadorias.

Assim, a Bahia, que é também um dos poucos Estados - muito poucos, aliás - que se situa dentro do limite constitucional de gastos com pessoal, deverá ter reduzido de 57% para 34% da renda arrecadada a participação da folha de pessoal sobre a sua receita.

Isso, para mim que sou baiano e que tenho a honra de representar meu Estado nesta Casa da Federação, não constitui nenhuma novidade. Os anos 90 foram marcados pela recuperação administrativa, financeira e moral do Estado. O editorial enfatiza isso ao chamar a atenção para o fato de que a Bahia teve o benefício da continuidade administrativa numa arquitetura e numa construção que foi feita a partir da liderança afirmativa de Antonio Carlos Magalhães, Governador do período 1991 a 1995, e do Governador Paulo Souto, que exerce o atual quadriênio.

Feliz o Governante que pode, como é o caso de Paulo Souto, chegar ao final do seu período de Governo sendo nacionalmente reconhecido pelo esforço, pelo trabalho, pela seriedade, pela competência e pela dedicação com que governou o seu Estado, dando seqüência a um trabalho que, como disse, foi iniciado por Antonio Carlos Magalhães, de cuja equipe, aliás, eu e Paulo Souto participamos.

Quero, por conseguinte, cumprimentar nesta hora o Governador Paulo Souto, cumprimento que se estende também ao ex-Governador e hoje Senador Antonio Carlos Magalhães, que foi o arquiteto de todo esse processo de recuperação da Bahia, que hoje se constitui num exemplo para todo o País, reconhecido nacionalmente, como demonstra o editorial de O Estado de S. Paulo.

Ao me congratular com o Governador Paulo Souto, posso, contudo, também assegurar a esta Casa e, desta tribuna, à Nação que a continuidade administrativa que o editorial reflete, que o editorial reconhece, que o editorial proclama como êxito desse trabalho administrativo na Bahia, terá, certamente, sem dúvida alguma, continuidade pelos próximos quatro anos, porque essa é a vontade e o desejo do povo baiano, que se deu conta perfeitamente da importância dessa diretriz, desses critérios, desse trabalho para o bem-estar do nosso povo e a construção de uma realidade socioeconômica mais justa e de oportunidades para todos.

           Era o registro que eu desejava fazer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/03/1998 - Página 3627