Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO SR. SILVIO DE MACEDO, PROFESSOR E EX-DIRETOR DA FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOS.

Autor
Guilherme Palmeira (PFL - Partido da Frente Liberal/AL)
Nome completo: Guilherme Gracindo Soares Palmeira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO SR. SILVIO DE MACEDO, PROFESSOR E EX-DIRETOR DA FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOS.
Publicação
Publicação no DSF de 19/03/1998 - Página 4552
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, SILVIO DE MACEDO, JURISTA, ESTADO DE ALAGOAS (AL), PROFESSOR, UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL).

O SR. GUILHERME PALMEIRA (PFL-AL. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, é com profundo pesar que registro o falecimento do Prof. Sílvio de Macedo, professor e ex-diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Alagoas, cujos quadros ilustrou como um dos maiores juristas do Estado. Nascido às margens do rio São Francisco, na histórica cidade de Penedo, era filho de Serapião Rodrigues de Macedo e de d. Áurea Barreto de Macedo. Tendo estudado em sua cidade natal, em Aracaju e no Liceu Alagoano, em Maceió, bacharelou-se em Ciências Jurídicas na Faculdade de Direito do Recife, e concluiu, na Pontifícia Universidade Católica de Pernambuco, os cursos de Pedagogia e de Ciências Econômicas, o que dá bem idéia de sua vasta cultura, de uma enorme erudição, e de características pessoais que fizeram dele um humanista.

           Além de catedrático de Direito, Sociologia e Filosofia, foi professor de Direito Civil, de Introdução à Ciência do Direito, de Economia, de grego, de latim e de lingüística, antes de chegar à direção da mais antiga instituição de ensino superior do Estado. Pertenceu a virtualmente todas as entidades culturais de Alagoas, notadamente o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, a Academia Alagoana de Letras e a Academia Brasileira de Ciências Jurídicas. De sua atividade intelectual e de seu magistério profissional, deixou vasta, prolífica e erudita obra representada por livros, artigos, conferências e ensaios com que colaborou para os mais prestigiosos periódicos e jornais do país. Foi examinador de teses e concursos públicos para o magistério, tendo sido mestre e orientador de inúmeras gerações de alagoanos que, em vida, sempre lhe tributaram o testemunho de seu reconhecimento.

           Era um cidadão exemplar, um homem virtuoso e um profissional dedicado a inúmeras tarefas intelectuais, digno de nossa admiração, de nosso respeito e do reconhecimento de toda a sociedade alagoana pelo muito que a ilustrou com seus exemplos e seu magistério. Em meu nome pessoal, e no de seus muitos amigos, quero transmitir à sua viúva, d. Dulce Gama Breda de Macedo, e a seus quatro filhos, Maria Márcia, José Carlos, Dulce e Luciano, o penhor de nossos mais profundos sentimentos de tristeza por seu passamento. Creio que ninguém melhor que o jurista, pensador e ensaísta Sílvio Meira, que o recebeu na Academia Brasileira de Ciências Jurídicas, expressou o sentimento de carinho que todos tínhamos por ele, ao afirmar que ele tinha conseguido, com sua obra, “superar o tempo”. Ele não superou só o tempo. Superou, sobretudo, o tempo de sua própria vida, na extensão dos ensinamentos e dos exemplos que legou a seus alunos, aos amigos, aos admiradores e aos que, mesmo não o tendo conhecido na intimidade, foram capazes de nutrir enorme admiração por seu exemplo de trabalho, dedicação e patriotismo.

           Deixo também registrada a minha solidariedade a seus irmãos, o médico Gilberto de Macedo e a professora Célia Rodrigues de Macedo que, como todos os alagoanos, pranteiam uma perda irreparável para o nosso Estado, a sua cultura e toda a sociedade alagoana, em nome da qual, tenho a certeza de poder me expressar, neste momento de profunda consternação. Que os exemplos de Sílvio de Macedo possam continuar sendo a inspiração de quantos o admiraram em vida e agora lamentam com profunda tristeza a morte que ceifou uma eloqüente e exemplar existência.

           Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/03/1998 - Página 4552