O SR. JOSÉ ALVES (PFL-SE. Para uma comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, uso a tribuna do Senado da República nesta oportunidade para registrar um fato que comoveu significativamente grande parte da sociedade sergipana, especialmente o meio acadêmico e a comunidade médica do Estado.

Na última terça-feira, dia 24 do corrente, ocorreu em Aracaju o sepultamento de um dos mais notáveis médicos sergipanos da atualidade, que faleceu em pleno vigor de sua carreira profissional como urologista e professor da Universidade Federal de Sergipe.

Falo, Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, do Dr. Fernando Maynard, Diretor do Hospital Universitário de Aracaju, pioneiro dos transplantes de rins em nossa região, iniciando, com sucesso, sua primeira experiência nos idos de 1985.

Sua atuação tornou-se um marco no desenvolvimento de sua especialidade médica em Sergipe, que se pode dizer como antes e depois de Fernando Maynard.

Nascido no Município de Laranjeiras, em 1944, veio para a Capital do Estado ainda criança, onde estudou até se formar em Medicina pela Universidade Federal de Sergipe, onde foi meu colega de curso. Depois fez residência médica em Curitiba e mestrado em Ribeirão Preto, sempre em primeiro lugar nos concursos onde disputava uma vaga.

Como estudante e médico tinha a dedicação de um pesquisador, de um vocacionado cientista, sempre interessado e acompanhando a evolução do conhecimento do progresso científico e tecnológico que vinha surgindo na Medicina.

Além de profissional e mestre competentíssimo, altamente conceituado no meio acadêmico e nos círculos médicos, sempre muito considerado e ouvido, era uma figura humana extraordinária, um cidadão de alta respeitabilidade pelo exemplo de conduta e um amigo de dedicação e lealdade irreparáveis.

Nos últimos três anos, lutando obstinadamente contra a enfermidade que o acometera e que poderia vitimá-lo em poucos meses, conforme os diagnósticos autorizados, pôde demonstrar o poder de cura da fé, da crença e terapia do trabalho, prolongando surpreendentemente seus últimos dias.

Sou testemunha do caráter admirável desse grande sergipano porque, desde minha mocidade, tive o privilégio de sua amizade e a distinção de ser aceito entre os muitos amigos que freqüentavam sua residência, sendo nossas famílias muito próximas.

O falecimento do Dr. Fernando Maynard, tão comentado pela imprensa sergipana, é realmente uma grande perda para o Estado, abrindo uma grande lacuna na medicina e no ensino médico em Aracaju, onde a Universidade Federal de Sergipe decretou luto oficial em sua memória.

Nesta oportunidade, Sr. Presidente, associo-me a todos os que lamentam essa perda e, desta tribuna do Senado, envio, profundamente consternado, as manifestações do meu pesar a sua esposa, D. Célia, aos seus filhos, a sua irmã, Desembargadora Marisa Maynard, e demais familiares, que espero encontrem conforto no exemplo de homem íntegro, digno e trabalhador que sempre foi e que deixa como legado de sua vida.