O SR. ADEMIR ANDRADE (Bloco/PSB-PA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero apenas fazer um breve registro, Sr. Presidente, de um protesto que será realizado no Estado do Pará.

As populações do sul do Pará, especialmente dos Municípios de São Félix do Xingu, Tucumã, Aurilândia do Norte e Água Azul realizarão, nessa próxima sexta-feira, um protesto inusitado: farão uma fila, de aproximadamente 15 quilômetros de extensão, em que as pessoas ficarão de mãos dadas durante horas, como forma de protesto pelo descaso do Governo do Estado e do Governo Federal com relação à implantação de energia naquela região.

A Hidrelétrica de Tucuruí foi construída para atender a três grandes projetos minerometalúrgicos voltados ao setor de exportação, mas 70 Municípios do Estado do Pará ainda não possuem energia dessa hidrelétrica, o que atrasa o processo de industrialização. A região era rica em ouro e madeira, e ocupava bastante mão-de-obra. Contudo, tais riquezas exauriram-se, e agora apenas a energia pode revitalizar a região.

A Bancada Parlamentar do Estado do Pará tem estado atenta a esse processo. No ano de 1997, pedimos R$10 milhões para a implantação dessa linha de energia. O Governo Federal recusou-se a liberar os recursos. Mais uma vez, no ano de 1998, colocamos mais R$10 milhões no Orçamento da União. Desta vez, esperamos que o Governo se sensibilize e libere o dinheiro que a Bancada Parlamentar do Estado do Pará, com tanto trabalho, colocou em uma de suas emendas.

           No entanto, como o povo está descrente e completamente desiludido - a luta da região já completa 12 anos -, resolveu preparar esse ato público e, evidentemente, pretende levar a imprensa e as televisões de nosso Estado para assisti-lo, pois é a única forma de fazer repercutir a necessidade do povo. Infelizmente, não poderei comparecer ao evento devido a outros compromissos assumidos, mas gostaria de manifestar, de antemão, minha solidariedade ao povo de Aurilândia do Norte e Tucumã. Creio que é um protesto até muito tranqüilo, pois qualquer atitude daquela população, ainda que fosse radical, seria mais do que justificável diante do descaso do Governo.

           Nesses três anos e três meses de Governo, a única coisa com que se preocupou o Governador do Estado, Almir Gabriel, foi em vender a Companhia de Energia do Estado do Pará. Ele é a cópia fiel do Sr. Fernando Henrique Cardoso: quer vender tudo o que o Estado brasileiro possui. Em se preocupando com a venda da Celpa, por sua inconseqüência e irresponsabilidade, não fez absolutamente nada para melhorar as condições das termoelétricas, completamente destroçadas e destruídas, que funcionam no Estado do Pará. Agora quer vender a Celpa a qualquer custo para fazer política às vésperas das eleições, com o dinheiro das centrais elétricas que serão vendidas, e faz com que a população se levante nesse protesto.

           Quero aqui deixar a minha solidaridade ao povo dessa região. Espero que o ato político a ser realizado no próximo dia 27, sexta-feira, reflita na consciência do Governador do Estado e do Presidente da República, para que este libere os recursos que a Bancada colocou no Orçamento e aquele tenha a responsabilidade de aplicá-los antes de vender as Centrais Elétricas do Pará.

           Muito obrigado, Sr. Presidente.