Discurso no Senado Federal

PARTICIPAÇÃO EM DEBATE PROMOVIDO PELA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO MARANHÃO EM TORNO DA SITUAÇÃO POLITICO-ADMINISTRATIVA DO PAIS, NO QUAL ABORDOU QUESTÕES RELATIVAS A LINHA DE TRANSMISSÃO COM EXTENSÃO DE 1.276KM, QUE INTERLIGARA IMPERATRIZ A BRASILIA.

Autor
Edison Lobão (PFL - Partido da Frente Liberal/MA)
Nome completo: Edison Lobão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ENERGIA ELETRICA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • PARTICIPAÇÃO EM DEBATE PROMOVIDO PELA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO MARANHÃO EM TORNO DA SITUAÇÃO POLITICO-ADMINISTRATIVA DO PAIS, NO QUAL ABORDOU QUESTÕES RELATIVAS A LINHA DE TRANSMISSÃO COM EXTENSÃO DE 1.276KM, QUE INTERLIGARA IMPERATRIZ A BRASILIA.
Publicação
Publicação no DSF de 18/04/1998 - Página 6907
Assunto
Outros > ENERGIA ELETRICA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, DEBATE, PROMOÇÃO, ASSOCIAÇÃO COMERCIAL, ESTADO DO MARANHÃO (MA), COMENTARIO, FALTA, APOIO, ORADOR, PROPOSTA, EXECUTIVO, PRIVATIZAÇÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), DEFESA, NECESSIDADE, CONSTRUÇÃO, LINHA DE TRANSMISSÃO, LIGAÇÃO, REGIÃO NORTE, REGIÃO NORDESTE, REGIÃO SUL, REGIÃO SUDESTE, FAVORECIMENTO, ENERGIA ELETRICA, MUNICIPIOS, ESPECIFICAÇÃO, REGIÃO, RIO TOCANTINS.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, ASSOCIAÇÃO COMERCIAL, ESTADO DO MARANHÃO (MA), DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, REGIÃO.

           O SR. EDISON LOBÃO (PFL-MA. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, a 15 deste mês estive debatendo, em reunião plenária da Associação Comercial do Maranhão, em São Luís, os problemas políticos brasileiros.

           Essa Associação Comercial, uma das mais antigas de nosso País, tem oferecido importante contribuição ao desenvolvimento do meu Estado. Com um expressivo quadro de associados, inclui-se, no Maranhão, como um dos mais importantes formadores de opinião, liderando, ao longo da sua história, movimentos cívicos de grande interesse nacional.

           Presentemente, promove debates em torno da situação política e administrativa do País, procurando informar-se sobre o que tem sido feito especialmente no âmbito legislativo em benefício da coletividade.

           A mim foi dada a incumbência de iniciar debates em torno da grande obra do governo federal que, através de uma moderna linha de transmissão com a extensão de 1.276 km, interligará Imperatriz, na região tocantina, a Brasília, levando para o Centro-Sul a energia elétrica produzida pelo Sistema Norte-Nordeste.

           O debate foi muito interessante, com inúmeros participantes em busca dos detalhes técnicos e políticos da grande obra federal.

           Enfim, a iniciativa de tais reuniões só confirma as inspirações de interesse público que movimentam a Associação Comercial do Maranhão, e nossos votos são os de que prossiga nesse roteiro, que fortalece a inegável importância representada pelas Associações Comerciais junto às comunidades nas quais se sediam.

           Permito-me, Sr. Presidente, repetir desta tribuna um trecho de alguns dos conceitos por mim expostos no mencionado debate que tive a honra de participar. Disse naquela oportunidade:

           “Não preciso ressaltar, aqui, os inúmeros projetos que têm sido votados ou aprovados pelo Congresso Nacional que vêm ocupando as manchetes dos jornais. Registre-se, apenas, que o Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso tem encontrado na bancada federal maranhense um importante apoio para aquelas medidas que, por nossa convicção, são do interesse público.

           No episódio da Vale do Rio Doce, por exemplo, não lhe demos o apoio irrestrito que de nós esperava o Poder Executivo. Ao contrário, sempre que nos foi proporcionada a oportunidade, protestamos pessoalmente junto ao Presidente da República e profligamos das tribunas, ou em declarações à imprensa, essa única privatização que nos pareceu contrariar os interesses nacionais.

           Fato consumado, o tempo dirá com quem estava a razão.

           Na outra ponta dos acontecimentos, contudo, está o acontecimento da fantástica construção da linha de transmissão Norte-Sul - o chamado "Linhão", o qual, resolvendo definitivamente um problema estratégico brasileiro, interligará a produção do Sistema Norte-Nordeste (com Tucuruí, no Pará, e todo o Sistema CHESF) e o Sistema Sul-Sudeste, acrescentando ao Sistema brasileiro, como um todo, o ganho aproximado de 1.000 megawatts/ano.

           O "Linhão" criará condições para que o Norte-Nordeste amplie os megawatts reclamados pelo acelerado desenvolvimento do Sul e Centro-Sul, ou vice-versa, além de atender às eventualidades das falhas acidentais.

           A acentuar-se que essa ligação - através de uma linha de transmissão com cerca de 1276 km de extensão - unirá Imperatriz a Brasília e ao Brasil pelos mais modernos métodos de comunicação elétrica.

           O nosso Estado, especialmente Imperatriz, e toda a região tocantina receberão um excepcional afluxo de recursos federais. Estima-se que 750 milhões dólares estão sendo investidos nessa iniciativa. E boa parte desses recursos naturalmente ficará em Imperatriz e no Maranhão.

           Imperatriz se transformará no maior centro redistribuidor de energia elétrica do Brasil. Com o linhão, por outro lado, estarão criadas as condições que possibilitarão a construção da hidrelétrica de Serra Quebrada, a 15 km de Imperatriz, na qual se investirão 1 bilhão e 200 milhões de dólares.

           Igualmente viável, nessa sucessão de perspectivas alvissareiras, a construção da hidrelétrica de Estreito, que exigirá um investimento federal de 1 bilhão de dólares.

           Vai acelerar-se, nessa "onda" de abundante energia em território maranhense, a implantação do pólo de celulose na região, investimento estimado de 1 bilhão e 500 milhões de dólares.

           Qualquer pessoa do povo pode perceber, mesmo sem utilizar bolas de cristal, que se abrem para a região tocantina e o Estado do Maranhão, em termos de geração de empregos e de oportunidades negociais e comerciais, expectativas do mais procedente otimismo.

           Se conseguirmos, como temos pleiteado no âmbito federal, a manutenção mais imediata e criteriosa da Belém-Brasília, e a continuada construção da ferrovia Norte-Sul - sem falar nas possibilidades hidroviárias do Tocantins -, teremos fechado todas as condições para assegurar naquela região, porta de entrada da Amazônia, novas explosões de desenvolvimento que relembrarão as do passado.

           Tais perspectivas me fizeram lançar uma proclamação dirigida às populações de Imperatriz, João Lisboa, Açailândia, Montes Altos, Governador Lobão, Sítio Novo, Amarante, Porto Franco, Cidelândia, Estreito, Governador La Rocque - enfim, a toda a região -, na qual eu assumi a responsabilidade de dizer, entre outras considerações:

           "Não saiam de Imperatriz e desta região os que pensam em deixá-las à busca de melhores oportunidades. E voltem aqueles que daqui se mudaram no passado. Vamos todos participar nesta região, mais uma vez, da explosão de um progresso extraordinário."

           Também ponderei, nessa manifestação, que se tornam necessários o bom senso e a criatividade para se consolidar o que se vai conseguir em breve futuro. Planejarem-se as prudentes providências que evitem futuras crises.

           Aí é que entra a experiência secular da Associação Comercial do Maranhão e dos seus associados, os comerciantes maranhenses, que podem oferecer às comunidades da região tocantina a imprescindível contribuição dos seus conselhos e orientações, gerados exatamente pelos resultados de debates como os que são levados a efeito nessas Reuniões Plenárias.

           Políticos como eu, que nasceram e forjaram sua conduta pública pelo voto majoritário dos seus conterrâneos, conhecem a importância exponencial das Associações Comerciais, no que elas fazem e podem fazer como formadores de opinião.

           É neste sentido que fica a minha confiança de que esta Associação, como suas congêneres, muito ajudarão a região tocantina a usufruir, construtivamente, o progresso que já lhe bate às portas.”

           Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

           Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/04/1998 - Página 6907