Pronunciamento de Ademir Andrade em 16/04/1998
Discurso no Senado Federal
REGISTRO DA CRIAÇÃO, NA DATA DE ONTEM, DA FRENTE PARLAMENTAR PELA DEFESA DAS NOSSAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR, COM A PARTICIPAÇÃO DE TODOS OS PARTIDOS POLITICOS. JUSTIFICATIVAS AO REQUERIMENTO DE CONVOCAÇÃO PARA O MINISTRO DA EDUCAÇÃO PARA PRESTAR ESCLARECIMENTOS AO SENADO, LIDO NA PRESENTE SESSÃO. TRANSCURSO DOS DOIS ANOS DE IMPUNIDADE DA CHACINA DE ELDORADO DOS CARAJAS, NO PARA.
- Autor
- Ademir Andrade (PSB - Partido Socialista Brasileiro/PA)
- Nome completo: Ademir Galvão Andrade
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
ENSINO SUPERIOR.
SEGURANÇA PUBLICA.
REFORMA AGRARIA.:
- REGISTRO DA CRIAÇÃO, NA DATA DE ONTEM, DA FRENTE PARLAMENTAR PELA DEFESA DAS NOSSAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR, COM A PARTICIPAÇÃO DE TODOS OS PARTIDOS POLITICOS. JUSTIFICATIVAS AO REQUERIMENTO DE CONVOCAÇÃO PARA O MINISTRO DA EDUCAÇÃO PARA PRESTAR ESCLARECIMENTOS AO SENADO, LIDO NA PRESENTE SESSÃO. TRANSCURSO DOS DOIS ANOS DE IMPUNIDADE DA CHACINA DE ELDORADO DOS CARAJAS, NO PARA.
- Publicação
- Publicação no DSF de 17/04/1998 - Página 6759
- Assunto
- Outros > ENSINO SUPERIOR. SEGURANÇA PUBLICA. REFORMA AGRARIA.
- Indexação
-
- REGISTRO, CRIAÇÃO, GRUPO, CONGRESSISTA, DEFESA, INSTITUIÇÃO FEDERAL DE ENSINO, ENSINO SUPERIOR, PARTICIPAÇÃO, TOTAL, REPRESENTANTE, PARTIDO POLITICO.
- TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, PRONUNCIAMENTO, AUTORIA, ORADOR, REFERENCIA, SITUAÇÃO, UNIVERSIDADE, GREVE, PROFESSOR.
- APRESENTAÇÃO, REQUERIMENTO, CONVOCAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), DISCUSSÃO, GREVE, PROFESSOR, INSTITUIÇÃO FEDERAL DE ENSINO, DISPARIDADE, TRATAMENTO, REGIÃO, UNIVERSIDADE, CREDITO EDUCATIVO.
- REGISTRO, ANIVERSARIO, MORTE, SEM-TERRA, CONFLITO, POLICIA MILITAR, MUNICIPIO, ELDORADO DOS CARAJAS (PA), ESTADO DO PARA (PA).
- CRITICA, OMISSÃO, GOVERNO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATENDIMENTO, DEMANDA, TERRAS, REIVINDICAÇÃO, SEM-TERRA, TRABALHADOR RURAL, PROVOCAÇÃO, CONTINUAÇÃO, OCORRENCIA, MORTE, CONFLITO, POSSE, ATRASO, IMPLANTAÇÃO, REFORMA AGRARIA, BRASIL.
O SR. ADEMIR ANDRADE (Bloco/PSB-PA. Para uma breve comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, quero, nesses cinco minutos, tratar de dois temas, por mais impossível que isso possa parecer.
Anuncio que foi criada, ontem, no Congresso Nacional, a Frente Parlamentar pela Defesa das nossas Instituições Federais de Ensino Superior, com a presença de todos os reitores brasileiros, de políticos de todos os partidos, sem exceção de nenhum, inclusive, representando o Senado, estavam presentes os Senadores Pedro Simon, Emilia Fernandes, Esperidião Amin, entre outros, e mais de cem Parlamentares federais. Essa Frente foi constituída para cuidar da questão das nossas universidades em função das dificuldades que enfrentam.
Desejo, Sr. Presidente, que seja transcrito nos Anais o pronunciamento que faço sobre a questão das nossas universidades, especificamente as greves que nelas estão ocorrendo. Peço também a transcrição do requerimento que apresento a esta Casa - espero contar com o apoio dos Senadores, inclusive da base do Governo -, convocando o Ministro da Educação ao plenário do Senado Federal para discutir três questões das nossas universidades: a greve dos docentes das instituições federais de ensino superior, diferenças de tratamentos regionais às universidades brasileiras - é um verdadeiro absurdo o que se faz com as universidades do Norte e Nordeste do nosso País - e a questão do crédito educativo.
Espero que o Plenário do Senado aprove o requerimento, e que o Ministro da Educação possa vir o mais breve possível, até porque uma das primeiras tarefas dessa Frente Parlamentar de Defesa das nossas universidades é fazer com que o Governo se abra ao diálogo com os docentes dessas instituições.
Por último, Sr. Presidente, quero registrar, à semelhança do que fizeram o Senador Eduardo Suplicy e a Senadora Benedita da Silva, que amanhã completa dois anos a chacina de Eldorado dos Carajás.
Registro também, de maneira breve, que, na verdade, os conflitos continuam. Há 20 dias dois trabalhadores líderes dos sem-terra foram bárbara e friamente assassinados. O fazendeiro que os matou, na presença de muitas pessoas, até agora não foi preso; um deles se entregou, mas o que cometeu o crime até o momento não está preso.
A omissão e a falta de ação do Governo em atender à demanda pela terra dos nossos trabalhadores faz com que o conflito e as mortes ocorram. Interessam ao Sr. Fernando Henrique Cardoso essas mortes e esse conflito, porque, na medida em que eles ocorrem, o Presidente tenta nos isolar, joga trabalhadores rurais sem terra contra médios e pequenos produtores rurais, cria o conflito e identifica a Oposição, Lula, o PSB e o PT como integrantes do MST e como responsáveis pelo caos em que ele coloca este País.
Deixo registrado no plenário do Senado que, se chegarmos ao Governo, saberemos fazer a Reforma Agrária com paz, com harmonia, com diálogo, com trabalhadores rurais sem terra, com proprietários, com Governadores, com Prefeitos, com competência e com responsabilidade, e não com essa irresponsabilidade e com essa omissão do Sr. Fernando Henrique Cardoso, que provoca as mortes que interessam a ele. Quero que a Nação brasileira saiba que a Oposição sabe fazer as coisas, e haveremos de resolver esses conflitos com ordem e com paz. O que o Fernando Henrique quer dizer ao povo brasileiro é que se chegarmos ao Poder vai haver caos e desrespeito à propriedade, e não é isso que pretendemos. Fazer Reforma Agrária no Brasil é uma questão de vontade política. Um País do tamanho do nosso tem todas as condições para atender à demanda da sua população sem nenhum conflito, sem nenhuma violência e sem nenhuma morte. São milhares de proprietários rurais que querem negociar suas terras com o Governo, e o Governo não atende a esse desejo, a esse compromisso, e não resolve as coisas como deveria. Portanto, essa violência só interessa ao Sr. Fernando Henrique Cardoso. Nenhum de nós a deseja. E, se chegarmos ao poder, resolveremos as questões sem violência alguma.
Eram esses os registros que eu queria fazer, Sr. Presidente.
Agradeço a V. Exª.