O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT-SP. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Geraldo Melo, Srªs. e Srs. Senadores, como Líder do Partido dos Trabalhadores e Líder do Bloco da Oposição, externo nosso sentimento de pesar ao Senador Antonio Carlos Magalhães, Presidente do Senado e do Congresso, e a toda a sua família pela perda desse extraordinário homem público, seu filho, o Deputado Luís Eduardo Magalhães.

Todos nós Senadores tivemos a oportunidade de testemunhar o amor do pai Antonio Carlos por seu filho Luís Eduardo. Freqüentemente, durante as nossas sessões, o Deputado Luís Eduardo aqui comparecia, sempre que havia um intervalo ou algum momento em que S. Exª pudesse deixar a sessão da Câmara, antes como Presidente, mais recentemente como Líder do Governo naquela Casa. Víamos que o Deputado aqui chegava, dizia uma palavra ao pai, às vezes uma mensagem importante sobre os destinos do País, sobre o que se passava na Câmara ou no Senado. Essas palavras sempre eram acompanhadas de um abraço ao pai. Nessas oportunidades, o Deputado Luís Eduardo nos dirigia um cumprimento, um aceno, o que caracterizava sua cortesia, a forma civilizada e exemplar de tratar as pessoas, inclusive nós, da Oposição.

Em diálogo com nossos companheiros Deputados Federais do PT e de outros Partidos de Oposição, inclusive com a Deputada Marta Suplicy, minha mulher, Deputado José Genoino e tantos outros ficou claro que sempre pudemos confiar na palavra dada pelo Deputado Luís Eduardo. Por essa razão ele se engrandeceu, assumindo postos tão importantes: Líder do PFL, Presidente da Câmara, Líder do Governo.

S. Exª tinha energia, clareza para expor as idéias em que acreditava. Era extremamente assertivo, mas gostava de ouvir também as idéias que a Oposição apresentava. Estive em seu gabinete algumas vezes e pude constatar que ele tinha prazer em conversar, em ouvir. Certo dia, disse a ele que gostaria de expor uma das proposições que sempre defendo: o Programa de Garantia de Renda Mínima. Ouviu-me com atenção. Ao término, disse-me que era favorável à proposição. Tive conhecimento, por um dos membros da Direção Nacional do PFL, o publicitário Mauro Salles, que, graças a essa compreensão de Luís Eduardo, o PFL inseriu no seu novo documento “Uma Política Social para o Brasil”, a recomendação de uma renda mínima em termos nacionais.

Pudemos todos compreender a dor, o sofrimento do Presidente Antonio Carlos Magalhães, de sua esposa, de seus filhos e filhas. Queremos dizer que, no nosso entender, se a sua carreira foi interrompida por essa fatalidade, por outro lado, certamente a sua vida servirá de exemplo para tantos brasileiros.

Poderíamos até fazer um paralelo com o futebol. No Brasil, um extraordinário número de pessoas sabem jogar futebol excepcionalmente. Trata-se de um extraordinário celeiro de craques. Quando pensamos em como seria difícil substituir um Pelé, vêm outros, como Ronaldinho, Romário e tantos outros. Queira Deus que também na vida política seja assim. Luís Eduardo foi um extraordinário político. Que o seu exemplo sirva de inspiração para outros.