Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO DEPUTADO FEDERAL LUIS EDUARDO MAGALHÃES.

Autor
Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Ney Robinson Suassuna
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO DEPUTADO FEDERAL LUIS EDUARDO MAGALHÃES.
Publicação
Publicação no DSF de 24/04/1998 - Página 6954
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, LUIS EDUARDO MAGALHÃES, DEPUTADO FEDERAL, ESTADO DA BAHIA (BA), EX PRESIDENTE, CAMARA DOS DEPUTADOS.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB-PB. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, os últimos dias têm sido dias de muita tristeza para todos nós da classe política deste País.

Nós, da Paraíba, tivemos uma perda irreparável com o passamento do Senador Humberto Lucena. Mal nos recuperávamos, tivemos a perda do Ministro Sérgio Motta, que, com inúmeros serviços prestados a este País, deixou toda a classe política e, por que não dizer, todos os brasileiros perplexos.

Mas perplexidade mesmo, Sr. Presidente, sentimento de fato foi a perda desse jovem de 43 anos de idade, com todo um futuro pela frente, uma carreira irretocável. Seja da posição do Governo ou da Oposição, todos reconhecem os seus méritos e os grandes serviços que prestou a esta República.

Ontem, em Salvador, eram muito mais de 60 mil pessoas, porque se renovavam as multidões. Víamos o desespero no seio do povo baiano. Milhares de pessoas desesperadas choravam e se manifestavam, sentindo realmente a perda daquele líder, que não era baiano, era nacional.

Na minha opinião, o que mais caracterizava a carreira brilhante de Luís Eduardo Magalhães era o pulso que tinha, jovem, mas firme; a coerência, a seriedade com que assumia os compromissos; e, principalmente, a prudência e o coração, que era fabuloso.

Dou, inclusive, um depoimento do que estou dizendo: no dia em que tive um entrevero com o Presidente Antonio Carlos Magalhães, encontrei Luís Eduardo Magalhães. Eu esperava que ele estivesse magoado comigo, mas ele veio, abraçou-me e, antes que ele falasse algo, disse-lhe que eu não tinha tido culpa. Ele então me disse: “Eu sei, conheço a impetuosidade e a emoção do meu pai. Mas quero pedir-lhe desculpas e dizer que, mais cedo ou mais tarde, papai vai fazer o mesmo”. Realmente isso aconteceu. O que hoje me liga a Antonio Carlos Magalhães é exatamente a admiração diante da humildade que ele tem: quando toma uma posição emocional, ele pondera. E isso era exponenciado no filho, este tinha essa humildade, o que me fez admirá-lo cada vez mais. Estou dando esse depoimento, porque naturalmente um filho toma partido do pai sem discutir, mas ele ponderava cada coisa, cada acontecimento, e era extremamente racional nas atitudes políticas. Isso faz com que o Brasil sinta essa perda de uma forma incrível.

Ontem, emocionado, não só aqui, no Salão Negro, mas lá, em Salvador, pensava comigo: “Que pena que o Brasil perdeu um homem dessa envergadura! Seria, com certeza, um Presidente vitorioso num futuro muito próximo.”

Quero me solidarizar com esse requerimento.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/04/1998 - Página 6954