Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM AO SAUDOSO DEPUTADO LUIS EDUARDO MAGALHÃES.

Autor
Djalma Bessa (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Djalma Alves Bessa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM AO SAUDOSO DEPUTADO LUIS EDUARDO MAGALHÃES.
Publicação
Publicação no DSF de 28/04/1998 - Página 7043
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, LUIS EDUARDO MAGALHÃES, DEPUTADO FEDERAL, ESTADO DA BAHIA (BA), EX PRESIDENTE, CAMARA DOS DEPUTADOS.

O SR. DJALMA BESSA (PFL-BA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, hoje, um pouco menos traumatizado com a morte do Deputado Luís Eduardo, venho manifestar-me sobre ele, como seu assessor na Liderança do PFL, na Presidência da Câmara dos Deputados, na Comissão de Relações Exteriores e na Liderança do Governo.

Embora de gerações diferentes, nós nos entendíamos muito bem e, algumas vezes, aprendi com ele, ao me passar a mudança, do tempo em que exerci a militância política, de 54 a 86, aos dias atuais.

Luís Eduardo, na Liderança do PFL, revelou-se logo um articulador político, havendo desempenhado com muito acerto o comando da Bancada na base do convencimento, da conversa, da informação, da discussão, da troca de idéias, da comunicação, de reuniões.

Presidindo as sessões da Câmara, Luís Eduardo soube conter as obstruções descabidas, os expedientes protelatórios e manter as proposições tramitando normalmente.

Eleito Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, observou-se que não era o cargo para o titular, mais afeito às dezenas de atribuições como Presidente da Casa e aos constantes embates como Líder do PFL, numa atividade incessante.

           A Liderança do Governo foi um desafio que enfrentou e venceu com dedicação, trabalho, brilho, compreensão, competência, numa coordenação que somava, unia e empolgava as lideranças e bancadas do Governo, antes um pouco dispersas e menos motivadas.

           Quantas vezes ouvi, na tramitação das reformas, Luís Eduardo citando a legislação de países desenvolvidos para justificá-las, confessando que, sem as reformas, o País não seria viável; elas eram indispensáveis ao desenvolvimento do Brasil, para que pudesse ter condições de crescer, de prosperar e oferecer bem-estar ao seu povo.

           Havia, antes das votações, uma ampla arregimentação, exigindo o pleno conhecimento da situação para as providências adequadas, num trabalho extenuante de vinte e quatro horas diárias. Eram encontros, reuniões, audiências, era o plano de estratégia da tramitação da proposição e a preocupação com a presença dos Deputados. Grande era o esforço, compensado pelos resultados favoráveis. Não seria exagero, pelo muito que fez, considerá-lo o Líder das Reformas.

           É de se ressaltar o profundo respeito que sempre mereceu dos seus pares, mesmo na discussão das matérias mais polêmicas.

           Luís Eduardo sabia ouvir, sabia discutir, sabia compreender. Era aberto ao debate. A prioridade era o Brasil, o interesse nacional, o interesse maior, o interesse público, o interesse do País. A sua força vinha das suas convicções; eram suas convicções que o inspiravam e lhe davam a sustentação para a luta e para a vitória, certo de que estava abrindo caminhos, removendo obstáculos, contribuindo para o progresso do Brasil.

           É evidente que, como Deputado, eleito pela Bahia, dava as atenções merecidas ao seu Estado, sem esquecer as justas reivindicações dos municípios, sabendo distinguir, perfeita e zelosamente, a atuação do Deputado, não a confundindo com a de Líder.

           Exercitava-se na esteira ou em caminhadas na quadra, com algumas interrupções por falta de tempo.

           Chegava ao gabinete pela manhã, entre 9 horas e 12 horas; à tarde, participava das votações e depois atendia às audiências. Não tinha hora para sair, a hora era depois que atendesse aos que o procuravam, às vezes, às 22 horas.

           Luís Eduardo recebia com satisfação e alegria os correligionários. Todos eles se sentiam muito à vontade, era um encontro de velhos amigos, mais amigos do que correligionários, e não raro vinha o pedido de fotografia para registro da afetiva audiência.

           Possuía memória privilegiada, não precisava de anotações para cumprir a agenda.

           Entre a eleição para Senador ou Governador, optou pela de Governador. Informalmente havia começado a campanha visitando municípios nos fins de semana.

           Senador Antonio Carlos Magalhães e Deputado Luís Eduardo - pai e filho, irmãos, amigos, líderes, correligionários - mantinham-se em perfeita harmonia, os estilos políticos diferentes se complementavam.

Antonio Carlos foi o semeador que plantou em solo fértil. A planta nasceu, cresceu e deu bons frutos. É difícil saber quem, em tão pouco tempo, fez tanto, brilhou tão intensamente quanto Luís Eduardo.

Antonio Carlos, que o Senhor do Bonfim o proteja, que o cubra de bençãos, que lhe dê forças para prosseguir servindo ao povo baiano, que o tem consagrado com tanto carinho e imenso amor, como correligionário, como líder, como amigo. Luís Eduardo, valeu seu esforço, sua dedicação, seu talento, sua inteligência, seu trabalho, sua luta. O Brasil e a Bahia o reverenciam e agradecem.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/04/1998 - Página 7043