O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT-SP. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, em nome do Partido dos Trabalhadores, eu também gostaria de externar o nosso sentimento de pesar à família e a todos aqueles que gostavam de ouvir Nelson Gonçalves.

Lembro-me de um colega, Luís Vargas do Amaral, na Fundação Getúlio Vargas, que sabia cantar todas as músicas do cantor imitando o seu estilo. Inclusive, ensinou-me muito sobre ele, falou-me de suas qualidades.

Nelson Gonçalves, cantor da boemia, faleceu aos 78 anos, em 18 de abril passado, depois de ter-se tornado um dos cantores mais populares do nosso País.

Interpretou sucessos como A Volta do Boêmio, Fica Comigo Esta Noite e Maria Bethânia. Com uma voz potente, arrebatadora, transformou-se no “Rei do Rádio”, título que dividiu, nos anos 40 e 50, com Francisco Alves, Orlando Silva e Sílvio Caldas. Gravou o seu primeiro disco em 1941, após ter trabalhado como engraxate, jornalista, garçom e lutador de boxe.

Nelson Gonçalves gravou 127 inesquecíveis discos. O último deles, no ano passado, quando regravou sucessos de rock, de Música Popular Brasileira dos anos 80, demonstrando, ao mesmo tempo, capacidade de renovação e marcante personalidade como intérprete.

Foi o maior vendedor de discos da música brasileira, 78 milhões de cópias. Marca imbatível, jamais superada por artistas contemporâneos, que muitas vezes têm o apoio extraordinário da indústria, da mídia fonográfica - com que ele nem sempre contou.

O Brasil perdeu uma de suas mais belas vozes, intérprete amado, admirado por gerações. Felizmente, como ressaltou a Senadora Emilia Fernandes, sua voz permanecerá para sempre entre nós, brasileiros, porque seus discos estão gravados e certamente poderemos continuar apreciando a sua voz.

Muito obrigado, Sr. Presidente.