Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM AOS 250 ANOS DO ESTADO DE MATO GROSSO.

Autor
Ramez Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Ramez Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM AOS 250 ANOS DO ESTADO DE MATO GROSSO.
Publicação
Publicação no DSF de 08/05/1998 - Página 7675
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), REGISTRO, HISTORIA, DIVISÃO, MINISTERIO DA SAUDE (MS).
  • DEFESA, UNIÃO, ESTADOS, REGIÃO CENTRO OESTE, OBJETIVO, PROTEÇÃO, MEIO AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO, TURISMO, EXPORTAÇÃO, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB-MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, ocupo a tribuna neste momento oportuno para me associar a essa justa e merecida homenagem pelos duzentos e cinqüenta anos de criação do Estado de Mato Grosso.

Falaram dois ex-Governadores, Senadores Júlio Campos e Carlos Bezerra, e depois o nosso grande Presidente, Antonio Carlos Magalhães, que reconheceu a força e a grandeza do Estado de Mato Grosso no contexto nacional. Prestigia ainda esta homenagem o último Prefeito da Capital, a vetusta Cuiabá, o Deputado Federal Rodrigues Palma. Os oradores que me antecederam contaram a história do Estado, eu vou me permitir falar apenas da história mais recente de Mato Grosso. Em 1977, pela Lei Complementar nº 31, o Estado de Mato Grosso foi dividido e era, então, seu Governador José Garcia Neto e eu era Prefeito do quarto município do Estado, a minha querida cidade de Três Lagoas. Acompanhei, portanto, de perto, as démarches, as lutas travadas entre os dois Estados. É verdade que Mato Grosso do Sul se opunha, ele não queria a separação, mas a história demonstrou que estava errado. Mato Grosso do Sul dizia até que separar o Estado era como cortar o coração daqueles que lutaram pela sua grandeza e pelo seu desenvolvimento, que a riqueza estava no sul. Hoje, decorrido pouco mais de uma década da decisão histórica do Presidente Ernesto Geisel, vemos que aqueles que não acreditavam na criação do Estado de Mato Grosso do Sul, que se opunham à divisão territorial do Estado de Mato Grosso estavam enganados. Hoje, Mato Grosso se apresenta pujante, forte, passou a acreditar mais em si próprio e está avançando e, em muitos aspectos como, por exemplo, na produção de grãos, já superou a produção do meu querido Estado de Mato Grosso do Sul.

Neste aniversário, julgo oportuno fazer referência a vultos que prestaram relevantes serviços a Mato Grosso, como Júlio Müller, Arnaldo Estevão de Figueiredo, a Filinto Müller, a Fernando Corrêa da Costa, a Ponce de Arruda, a Vespasiano Martins e tantos outros que ajudaram a construir o Estado.

Mato Grosso do Sul, agora, quer dizer que existem pontos em comum entre os dois Estados, que é verdade a afirmativa do Senador Carlos Bezerra de que é necessária a união de esforços de toda a região Centro-Oeste, para a solução dos problemas, que, em verdade, são problemas comuns, e para contribuir com os destinos do País.

O Pantanal não é somente um território comum a Mato Grosso e a Mato Grosso do Sul, mas pertence a todo o Brasil, é um patrimônio da humanidade. Para solucionar os desafios que atingem o Pantanal, como o problema do mercúrio, do garimpo desenfreado, do assoreamento dos rios, da aplicação de produtos químicos não condizentes com a verdadeira produção da agricultura, temos que formar um projeto único, indivisível, unindo Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, para que possamos encontrar a efetiva solução para o desenvolvimento e salvação do Pantanal.

Une Mato Grosso e Mato Grosso do Sul a sua vocação para o turismo. Se em Mato Grosso existe a Chapada dos Guimarães - tão bonita, pouco visitada pelos brasileiros, é verdade -, no nosso Mato Grosso do Sul temos a cidade de Bonito, com a sua formosura, a espera de um projeto de desenvolvimento para aproveitar esse potencial econômico que é, sem dúvida alguma, a maior indústria hoje existente no mundo, o turismo. Hoje nenhum Estado possui tantas potencialidades como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, principalmente para a exploração do ecoturismo.

Sr. Presidente, Srs. Senadores, as nossas fronteiras são comuns. Se Mato Grosso anseia pelo seu processo de industrialização, o mesmo ocorre com Mato Grosso do Sul. Todos queremos que o gasoduto da Bolívia não fique enterrado apenas no nosso solo, mas que sirva para uma política diferenciada para Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a fim de podermos gerar o processo de agroindustrialização dos nossos Estados.

Temos ainda em comum as nossas fronteiras com países vizinhos. Precisamos aproveitar o mercado consumidor dos países do Mercosul. A nossa vocação agrícola e pecuária precisa ser transformada a fim de que possamos aproveitar efetivamente os benefícios advindos do Mercosul.

O Presidente do Senado estava ansioso para entrar na Ordem do Dia e realizar os nossos trabalhos. A mim cumpre apenas ratificar os apartes já feitos pelos meus colegas Senadores por Mato Grosso do Sul, Lúdio Coelho e Levy Dias, e oferecer a Mato Grosso a nossa solidariedade. Mato Grosso do Sul, que nasceu de Mato Grosso, tem que ter gratidão, como tem; tem que reconhecer os méritos de Mato Grosso e continua dando as mãos e convocando o Estado irmão para que, juntos, possamos trabalhar em projetos de desenvolvimento que interessem a melhor qualidade de vida dos mato-grossenses e dos mato-grossenses-do-sul.

Assim, nesta ocasião, peço aos três Senadores de Mato Grosso e ao Deputado Federal Rodrigues Palma, aqui presente, que sejam porta-vozes aos nossos irmãos de Mato Grosso da integral solidariedade de Mato Grosso do Sul, formulando a certeza de que temos do progresso, da grandeza e da prosperidade de Mato Grosso.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/05/1998 - Página 7675