Discurso no Senado Federal

COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA CRUZ VERMELHA, NO DIA 8 DE MAIO, HA 135 ANOS.

Autor
Benedita da Silva (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Benedita Souza da Silva Sampaio
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA CRUZ VERMELHA, NO DIA 8 DE MAIO, HA 135 ANOS.
Publicação
Publicação no DSF de 12/05/1998 - Página 7932
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, CRUZ VERMELHA, ORGANISMO INTERNACIONAL, INICIATIVA PRIVADA, ASSISTENCIA, POPULAÇÃO, MUNDO.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, CRUZ VERMELHA, BRASIL, ASSISTENCIA, ATENDIMENTO, NECESSIDADE, POPULAÇÃO, VITIMA, SECA, INUNDAÇÃO, EPIDEMIA.

A SRª BENEDITA DA SILVA (Bloco/PT-RJ. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, no dia 8 de maio, há 135 anos, comemora-se o Dia Mundial da Cruz Vermelha. É para homenagear essa respeitada organização internacional, que presta a tantos seres humanos serviços da maior relevância, em momentos cruciais e dramáticos de suas vidas, que ocupo na tarde de hoje a tribuna desta Casa do Congresso Nacional.

A idéia da criação da Cruz Vermelha surgiu em 1859, na mente do suíço Henry Dunant, e o dia 8 de maio foi escolhido como data comemorativa da organização por ser a do nascimento, em Genebra, de seu grande idealizador e fundador.

Henry Dunant, esse genebrês de elevado espírito humanitário, ao ver cerca de 40 mil homens feridos ou moribundos, sem assistência médica adequada, espalhados pelos campos italianos onde se travava a sangrenta Batalha de Solferino, em que franceses e italianos combatiam os austríacos, tomou a iniciativa de organizar um corpo de voluntários para socorrê-los, acomodando os feridos em igrejas, escolas e casas particulares da região.

Pouco tempo depois, em 1862, foi lançada uma campanha com o objetivo de melhorar a assistência às vítimas de guerra e de formar, em cada país, sociedades que, nos anos de paz, organizassem e treinassem homens e mulheres capazes de tratar, em tempo de guerra, dos feridos de ambos os lados, quer fossem eles amigos ou inimigos.

A idéia prosperou e, em 1863, 4 outros cidadãos de Genebra fundaram, juntamente com Henry Dunant, um comitê, o futuro Comitê Internacional da Cruz Vermelha, organismo fundador do Movimento, e convocaram uma Conferência Internacional, lançando as bases da organização.

No ano seguinte, por iniciativa do Comitê fundador, os plenipotenciários de 12 nações assinaram a Convenção de Genebra de 22 de agosto de 1864 “para melhorar e ajudar o destino dos militares dos exércitos feridos”.

Foi, desde então, instituído o signo da imunidade - a Cruz Vermelha sobre o fundo branco - e assim nasceu o Movimento Universal da Cruz Vermelha, que, hoje, reúne 171 Sociedades Nacionais, em 171 países do mundo.

Tenho certeza de que esta data tão significativa está sendo devidamente lembrada e comemorada em todos esses países, onde cerca de 350 milhões de voluntários, regidos por estatuto, princípios e finalidades comuns, definidos com base nas Convenções de Genebra, lutam para prevenir e atenuar os sofrimentos humanos com total imparcialidade, sem distinção de raça, nacionalidade, nível social, religião ou opinião política.

Srªs. e Srs. Senadores, sabemos muito bem que a Cruz Vermelha atua, em cada país em que foi fundada, como um poderoso agente catalisador de solidariedade, tanto em tempo de guerra quanto em tempo de paz.

A Cruz Vermelha é uma instituição privada e independente, composta por 171 Sociedades Nacionais de Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, pela Federação Internacional de Sociedades Nacionais de Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Podendo transitar livremente entre as partes que combatem, a Cruz Vermelha tem obtido resultados admiráveis, que são internacionalmente reconhecidos. Essa prestigiosa organização vem-se ampliando continuamente, aperfeiçoando-se para acompanhar o progresso e a evolução da humanidade, adaptando-se às crescentes necessidades de socorro, assistência e ajuda humanitária, sempre fiel a seus princípios fundamentais, sintetizados na missão de aliviar e minorar o sofrimento do ser humano, protegendo-o em qualquer circunstância e contribuindo para a preservação da paz e da harmonia entre os povos. 

Nosso País é signatário das Convenções de Genebra e a Cruz Vermelha Brasileira, fundada em 5 de dezembro de 1908, foi constituída com base nos 7 princípios fundamentais da organização que são: humanidade, imparcialidade, neutralidade, independência, voluntariado, unidade e universalidade.

A Cruz Vermelha Brasileira, sediada no Rio de Janeiro, é oficialmente reconhecida pelo Governo como Sociedade de socorro voluntário, autônoma, auxiliar dos poderes públicos e, em particular, dos serviços militares de saúde. Ela vive de doações de pessoas físicas e jurídicas, necessitando sempre do apoio da população e do empresariado nacional.

A história de sua atuação, em nosso País, registra que a Cruz Vermelha Brasileira sempre se fez presente no atendimento à nossa população em caso de seca, de inundações, catástrofes e epidemias, em comum acordo com a defesa civil, acreditando no êxito do trabalho voluntário e na força da solidariedade humana.

Como sabemos muito bem, onde quer que se faça necessária a mão amiga do auxílio, do carinho e do conforto aos necessitados, lá estão, e sempre estiveram, os desprendidos voluntários da nossa Cruz Vermelha, distribuindo donativos como roupas, alimentos, medicamentos ou participando ativamente na assistência aos desabrigados pelas chuvas e inundações e aos flagelados da seca.

Ao concluir meu breve pronunciamento neste dia 8 de maio, gostaria de deixar registrado nos Anais do Senado Federal meu apreço e admiração pela Cruz Vermelha e de reiterar minhas homenagens às Sociedades Nacionais de Cruz Vermelha, espalhadas por todos os Continentes, ao Comitê Internacional e à Federação Internacional de Sociedades de Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, nesta data tão significativa para esta prestigiosa Organização.

Sr. Presidente, finalmente, desejo cumprimentar, em especial, a direção da Cruz Vermelha Brasileira pelo excelente e meritório trabalho que desenvolve em nosso País, socorrendo nossa sofrida população sempre que se faz necessário.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/05/1998 - Página 7932