A SRª JÚNIA MARISE (Bloco/PDT-MG. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Obrigada, Sr. Presidente. Serei breve.

           Retorno à tribuna do Senado Federal para, mais uma vez, fazer um veemente apelo ao Presidente Fernando Henrique Cardoso: que Sua Excelência determine a imediata tomada de providências pelos órgãos do seu Governo - Defesa Civil, Ministério do Planejamento, enfim, todos os órgãos estreitamente ligados a essa situação desoladora provocada pela seca que se abateu sobre as nossas regiões.

           Várias vezes tenho trazido essa questão à tribuna, principalmente renovando meu apelo para que o Governo socorra as vítimas da seca em nosso Estado, Minas Gerais. A TV Bandeirantes está promovendo a campanha da solidariedade em nosso Estado, arrecadando e remetendo aos flagelados toneladas e toneladas de alimentos no norte de Minas, no Vale do Mucuri, no Vale do Jequitinhonha e agora também, como tenho enfatizado, na região do Vale do Rio Doce.

Sr. Presidente, renovo, mais uma vez, o apelo ao Presidente Fernando Henrique, para que socorra as vítimas da seca do meu Estado. As pessoas estão fazendo filas em frente aos carros-pipas, com a fisionomia desoladora de quem está de mãos estendidas pedindo água, pedindo alimentos, pedindo socorro. Já temos um saldo extremamente grave, principalmente em relação às nossas crianças. No norte de Minas, quase setenta crianças estão subnututridas, existindo inclusive casos de morte de crianças por desnutrição. E essa situação está se agravando na nossa região. As informações que recebi ontem sobre o Vale do Jequitinhonha nos causaram emoção. São pessoas, famílias, são quase dois milhões de cidadãos que estão passando fome, passando necessidade, com os rios secos e a produção agrícola dizimada. Não têm nada e não têm como sobreviver.

As 16.500 cestas básicas remetidas pelo Governo são insuficientes. Não há nem como começar a distribuição necessária. É essa a situação daquelas regiões. Por essa razão - repito -, peço ao Presidente do Fernando Henrique que olhe para os flagelados da seca no meu Estado, Minas Gerais, dando-lhes atenção e socorro nesse momento, liberando recursos para que se possam implantar medidas eficazes, como a construção de minibarragens. Dos 658 postos cuja construção foi iniciada no norte de Minas, praticamente nenhum está funcionando. Falta equipamentos para a conclusão das obras.

É essa a situação, e é essa a realidade.

Por isso, nessa breve comunicação, pedimos ao Governo que atenda os nossos conterrâneos de Minas Gerais, os flagelados da seca, que, como os flagelados do Nordeste, encontram-se em situação extrema, em razão da avassaladora seca que atinge toda a nossa região.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigada.