Discurso no Senado Federal

CENTENARIO DE NASCIMENTO DO ILUSTRE PERNAMBUCANO E EX-SENADOR ANTONIO DE NOVAES FILHO.

Autor
Carlos Wilson (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PE)
Nome completo: Carlos Wilson Rocha de Queiroz Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • CENTENARIO DE NASCIMENTO DO ILUSTRE PERNAMBUCANO E EX-SENADOR ANTONIO DE NOVAES FILHO.
Publicação
Publicação no DSF de 19/06/1998 - Página 10830
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, CENTENARIO, NASCIMENTO, ANTONIO DE NOVAES FILHO, EX SENADOR, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE).

           O SR. CARLOS WILSON (PSDB-PE. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, venho a esta tribuna registrar a passagem, no dia 19 do corrente mês, do centenário de nascimento de um ilustre pernambucano, ex-integrante desta Casa, o saudoso Senador Antônio de Novaes Filho.

           Nascido no dia 19 de junho de 1898, no Engenho Pimentel, Município do Cabo, filho do Juiz de Direito Antônio de Novaes Mello Avelins e de Dona Rita de Cássia Carneiro da Cunha de Novaes, Antônio de Novaes Filho viria a ter uma vida repleta de realizações, tanto nos empreendimentos privados a que se dedicou quanto nos altos postos a que foi guindado na administração pública.

           Antônio de Novaes Filho iniciou sua vida profissional como empreendedor rural, dedicando-se à agricultura da cana-de-açúcar em propriedades localizadas nos Municípios de Escada e Jaboatão. Graças a sua competência e capacidade de liderança, foi eleito para sucessivos mandatos na Presidência da Sociedade Auxiliadora de Agricultura.

           A intensa labuta na agricultura e atuação como dirigente de classe não o impediu, porém, de prosseguir os estudos em nível superior. Logrou, dessa forma, graduar-se em Direito, pela Faculdade de Direito de Alagoas, no ano de 1935.

           O ingresso de Antônio de Novaes Filho na vida pública ocorreria dois anos mais tarde, quando, a convite de Azambuja Vilanova, assumiu o cargo de Secretário da Agricultura de Pernambuco. No mesmo ano, contudo, o Interventor Agamenon Magalhães viria a confiar-lhe uma tarefa de ainda maior responsabilidade, chamando-o para exercer o cargo de Prefeito da Capital pernambucana.

           Novaes Filho permaneceu à frente da Prefeitura do Recife até 1945, ano em que foi eleito, pelo extinto Partido Social Democrático, para ocupar uma cadeira no Senado Federal. Recém chegado ao Parlamento, Novaes Filho engajou-se ativamente nos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte que redigiu a Carta democrática de 1946.

           Com destacada atuação no Legislativo, Novaes Filho foi nomeado pelo Presidente Eurico Gaspar Dutra, em 1950, Ministro da Agricultura. Não foi essa, no entanto, sua única contribuição no nível do Executivo Federal, pois também ocupou, interinamente, a Pasta da Educação.

           Em 1953, Novaes Filho foi reeleito, dessa feita pelo Partido Libertador, para mais um mandato senatorial, correspondente à Legislatura 1954/1962.

           Ao concluir seu segundo mandato no Senado, aos 64 anos de idade, Antônio de Novaes Filho decidiu dar por encerrada sua brilhante carreira política. Retornando ao Recife, voltou a dedicar-se integralmente a seus empreendimentos agropecuários. Lá, atendendo a apelos, ocupou, mais uma vez, a Presidência da Sociedade Auxiliadora de Agricultura.

           Sr. Presidente, ao falecer em sua residência da Rua Benfica, no Recife, no dia 23 de março de 1978, poucos meses antes de completar 80 anos de idade, Antônio de Novaes Filho deixou para todos os pernambucanos o legado de uma vida exemplar, não apenas como empresário e homem público mas também como chefe de família dedicado, pai de numerosa prole. No transcurso do centenário de seu nascimento, desejo, portanto, deixar registrada nos anais da Casa esta singela homenagem ao valoroso conterrâneo que tanto contribuiu para o progresso do Estado, honrando, com sua atuação no Legislativo e no Executivo Federais, as melhores tradições pernambucanas de dedicação à causa pública.

           Era o que eu tinha a dizer.

           Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/06/1998 - Página 10830