Discurso no Senado Federal

ESCLARECIMENTOS SOBRE AS IRREGULARIDADES PRATICADAS PELO GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO.

Autor
Epitácio Cafeteira (PPB - Partido Progressista Brasileiro/MA)
Nome completo: Epitácio Cafeteira Afonso Pereira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO MARANHÃO (MA), GOVERNO ESTADUAL.:
  • ESCLARECIMENTOS SOBRE AS IRREGULARIDADES PRATICADAS PELO GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO.
Publicação
Publicação no DSF de 18/06/1998 - Página 10505
Assunto
Outros > ESTADO DO MARANHÃO (MA), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • EXPLICAÇÃO PESSOAL, ESCLARECIMENTOS, DENUNCIA, DESVIO, VERBA, ROSEANA SARNEY, GOVERNADOR, ESTADO DO MARANHÃO (MA), PAVIMENTAÇÃO, RODOVIA, COMPROVAÇÃO, IRREGULARIDADE, APLICAÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, AMBITO ESTADUAL.

O SR. EPITACIO CAFETEIRA (PPB-MA. Para uma explicação pessoal.) - Sr. Presidente, o Senador Edison Lobão disse que só agora o Deputado Aderson Lago encontrou o desvio do dinheiro; só agora, três anos depois, o assunto vem à baila. Mas só agora as prestações de contas foram entregues, Senador Edison Lobão, aos Deputados para exame. Mas o crime não prescreveu. Fosse uma denúncia eleitoreira, não teríamos recorrido à Procuradoria-Geral da República. Não é por aí! Ficou claramente demonstrado que a Governadora chamou a si; só ela poderia mandar pagar. Convoco os Senadores que quiserem ver a estrada para irem lá. Fretarei um avião. Pagaram inicialmente R$ 6 milhões e, agora, mais de R$33 milhões, perfazendo cerca de R$40 milhões por 127 Km! As fotografias estão aqui. Inclusive, em uma parte dela, há uma cerca entre duas fazendas, porque, na realidade, só se pode passar lá a cavalo, Senador Lobão. Tenho em mão uma fita de vídeo. Quem quiser ver a estrada, mostro em meu gabinete. Estão convidados para ir ao Maranhão todos os Senadores que quiserem ver a estrada fantasma. Dizer-se que só agora descobriu-se isso é porque só agora as prestações de contas chegaram às mãos dos deputados e só agora o Deputado Aderson Lago conseguiu verificar. Não fui eu quem denunciou, Sr. Presidente. O Senador Edison Lobão assistiu ao meu programa. Não há nenhuma denúncia minha, e a Governadora disse: “Vou processar o Senador Cafeteira”. Como, se eu não a havia denunciado? Hoje, vim à tribuna para ler a representação, mas abro mão da minha imunidade parlamentar para que a Srª Governadora me processe. Ela ameaçou me processar quando eu não tinha dito nada; hoje, eu disse, para ver se ela inicia o processo. Ruim, Senador Lobão, é ver tirarem R$1.150 milhão do Programa de Assistência ao Menor e ao Adolescente para entregarem a uns bandidos que não fizeram a estrada e achar que isso é correto! O que é grave é o que se está passando no Maranhão, quando deputados, depois de aprovarem a criação de uma comissão que iria só verificar o local da estrada - não era uma CPI, Senador Lobão -, pedem que não se constitua a comissão. Sr. Presidente, por que eles estavam coagidos? O nobre Senador Lobão quis falar por mim, eu não falei no Judiciário. V. Exª insinuou que eu estava falando dos demais Poderes. Falei do Legislativo, dos Deputados Estaduais, que vivem coagidos sim pelo Governo, e V. Exª sabe disso. Quem assina um documento e depois assina desmentindo o primeiro é porque tem medo da Governadora. Ela apenas mandou chamá-los. Ela não procurou, ela mandou que fossem em Palácio assinar. Sr. Presidente, em 1994, quando eu tinha doze pontos à frente da candidata Roseana Sarney, o Senador José Sarney, em um artigo de primeira página de seu jornal, afirmou ser eu o responsável pelo seqüestro, assassinato e ocultação do cadáver de um cidadão que S. Exª sabia estar vivo! O processo para provar que o homem estava vivo e para apontar os responsáveis pela denúncia está na 10ª Vara da Justiça de Brasília. Amanhã, irei depor como testemunha de acusação, porque eles, sim, falsificam provas. Estas, ao contrário, são provas legítimas.

Convido os Senadores do meu País, sem ônus algum, a visitar meu Estado e conhecer a estrada que o nobre Senador Edison Lobão acabou de defender.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/06/1998 - Página 10505