A SRª JÚNIA MARISE (Bloco/PDT-MG. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, quero aqui registrar, mais uma vez, a minha preocupação com a greve dos professores universitários de todo o País, que já dura cerca de 77 dias, sem nenhuma possibilidade de diálogo, com transparência e seriedade, com o Governo Federal.

O movimento começa a atingir todos os hospitais universitários do Brasil. O Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, por exemplo, está sendo ameaçado de fechar as portas e deixar de prestar atendimento principalmente à população mais carente da Capital e do interior do Estado de Minas Gerais, em razão da falta de sensibilidade do Governo em atender às reivindicações dos professores universitários. E é exatamente este o problema que estamos trazendo hoje à tribuna do Senado Federal, registrando, mais uma vez, nossa preocupação com relação à greve dos professores universitários. Esta questão tem sido tratada de forma autoritária pelo Governo Federal. Vale lembrar que o Presidente da República, recentemente, reeditou a medida provisória que institui o Plano de Incentivo à Docência por meio da Gratificação de Estímulo à Docência no Magistério, a chamada GED. Mas essa medida não atende às reivindicações dos professores universitários, de vez que esse plano é altamente discriminatório.

A questão dos hospitais universitários tem desdobramentos dos mais sérios. É exatamente neste ponto que queremos fazer um alerta ao Ministério da Educação: a paralisação e o fechamento dos hospitais universitários trará sérios prejuízos à nossa população, que deixará de contar com o atendimento dessas instituições universitárias, como o Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, um centro de referência para Minas Gerais e todo o Brasil, principalmente na área de transplantes de medula óssea, uma das especialidades a que mais se dedicam os professores daquele Hospital Universitário.

Com este registro, trago nossa preocupação e solidariedade aos professores universitários. Por mais de cinco vezes, ocupei esta tribuna para fazer relatos, principalmente quanto aos desdobramentos e omissões ocorridas, e falar da necessidade, com base em números, de se promover os reajustes reivindicados pelos professores universitários e promover também um amplo, sério e transparente.

Para concluir, haja vista estar se esgotando o tempo destinado à Liderança do Bloco Oposicionista, manifesto-me, mais uma vez, preocupada diante da atitude arbitrária do Governo, que, em vez de buscar o entendimento, através do diálogo, com os professores universitários de todo o País e as universidades públicas, prefere o caminho mais curto, que é o de decidir, nos gabinetes do Ministério da Educação, a fórmula que não atende às reivindicações dos professores universitários e das universidades públicas.

Com isso, Sr. Presidente, a nossa população, como os estudantes, certamente também ficará prejudicada com a paralisação dos hospitais universitários de todo o País e do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte.