Discurso no Senado Federal

RESPOSTAS AO PRONUNCIAMENTO DO SENADOR NEY SUASSUNA SOBRE OS DESENTENDIMENTOS INTERNOS DO PMDB NO ESTADO DA PARAIBA.

Autor
Ronaldo Cunha Lima (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Ronaldo José da Cunha Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • RESPOSTAS AO PRONUNCIAMENTO DO SENADOR NEY SUASSUNA SOBRE OS DESENTENDIMENTOS INTERNOS DO PMDB NO ESTADO DA PARAIBA.
Publicação
Publicação no DSF de 20/06/1998 - Página 10902
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • EXPLICAÇÃO PESSOAL, PRONUNCIAMENTO, NEY SUASSUNA, SENADOR, REITERAÇÃO, OCORRENCIA, CORRUPÇÃO, CONVENÇÃO NACIONAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ESTADO DA PARAIBA (PB), GARANTIA, INDICAÇÃO, CANDIDATURA, GOVERNADOR, DISPUTA, REELEIÇÃO.
  • INFORMAÇÃO, APRESENTAÇÃO, REPRESENTAÇÃO, TRIBUNAL DE JUSTIÇA, ESTADO DA PARAIBA (PB), JUSTIÇA ELEITORAL, PAIS, APURAÇÃO, OCORRENCIA, CORRUPÇÃO, REALIZAÇÃO, CONVENÇÃO ESTADUAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB).

O SR. RONALDO CUNHA LIMA (PMDB-PB. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Agradeço a V. Exª.

Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, no meu pronunciamento de ontem, ao me referir ao ilustre Senador Ney Suassuna, eu não disse que a repórter tinha perguntado quem pagava a conta pessoal do Senador Ney Suassuna. Na reportagem divulgada pela televisão, a pergunta feita era quem pagava a conta dos convencionais que estavam confinados nos hotéis de Natal. E o Senador Ney Suassuna respondeu que a pergunta era irrespondível. Isso consta de um vídeo, que eu iria apresentar à Casa. Mas, por atenção e respeito ao Senador, não o fiz e não irei fazê-lo, a não ser que S. Exª insista; então, o trarei para que esta Casa assista à cena em que os convencionais da Paraíba foram levados, no processo mais desavergonhado que já vi no meu Estado, de aliciamento, de cooptação e de confinamento dos convencionais. A alegação do Senador Ney Suassuna de que os Secretários estavam lá, coincidentemente, o Secretário de Segurança acompanhado de policiais, o Secretário de Educação, o Presidente do Banco, Secretários de Estado, diretores de empresa, não é mera coincidência. Era coação, era pressão, era o exercício ilegítimo, afrontoso da democracia, na mais desvirtuada Convenção de que tem notícia este País. Com relação à nota - lida pelo próprio Senador - o Governador do Estado confessa a presença de Secretários de Estado nos hotéis de Natal, acompanhado dos convencionais. Não se pode negar isso, pois seria negar evidência. Os convencionais foram levados para João Pessoa de avião e de ônibus e ali receberam dinheiro, inclusive em três suítes no Hotel Tambaú, chegando a ofertar R$200 mil, e R$40 mil a convencionais, que gravaram declarações, que poderei trazer para esta Casa ouvir. O despacho do juiz foi datado do dia 12. Fizemos uma comunicação avisando que isso iria ocorrer, porque tínhamos ciência do ocorrido; evidentemente, não podíamos ter provas. O fato ocorreu no dia 14, e o Juiz despachou no dia 12; logo, não tínhamos a prova. Mas já entramos com uma representação junto ao Corregedor, pedindo a apuração dos fatos gravíssimos, acompanhados, inclusive, pelos jornais de Natal.

Devo dizer ainda que, no sábado, ao tomar conhecimento do fato, telefonei para o Senador José Agripino, que está presente neste plenário, para o Senador Geraldo Melo, que preside esta sessão, e também para o Governador Garibaldi Alves, porque a Polícia da Paraíba, soldados que não têm dinheiro para pagar sua hospedagem em hotel de cinco estrelas, estava lá coagindo os convencionais. E a imprensa não tinha acesso aos hotéis. Liguei para os Senadores e para o Governador, que mandou o Secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Norte permitir que a imprensa tivesse acesso ao local. Dessa forma, a TV Record de Natal e a TV Cabo Branco da Paraíba puderam entrevistar algumas pessoas, inclusive o Senador Ney Suassuna e o Secretário da Paraíba, Pedro Adelson. No dia seguinte, os jornais noticiaram o ocorrido.

Ontem, foi publicado o artigo “O rapto das sabinas”, em que Valério Mesquita, escritor e Deputado pelo PPB, disse: “Numa compungida e abjeta submissão, dezenas de convencionais do PMDB paraibano foram confinados no Hotel Vila do Mar e proibidos de falar com quem quer que fosse”. Esse artigo foi publicado ontem pelos jornais de Natal. Vários jornais publicaram o fato, e desmentir isso é negar a evidência.

Estamos entrando com uma representação perante a Justiça. Creio no Tribunal da Paraíba e na Justiça Eleitoral deste País. Aquela convenção foi a mais aberta em processo de corrupção de que tenho notícia. Por isso, denunciei, vou continuar a denunciar e vou brigar para que se restabeleça a verdade, para que meu Estado não seja enlameado com um fato despudorado como esse, em que os convencionais foram confinados num hotel, no Rio Grande do Norte.

Agradeço, Sr. Presidente, o tempo que V. Exª me concedeu, para que eu fizesse esses esclarecimentos a esta Casa e ao País.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/06/1998 - Página 10902