Discurso no Senado Federal

REIVINDICAÇÃO DOS PREFEITOS MUNICIPAIS EM DEFESA DOS MUNICIPIOS, SOLICITANDO O REFINANCIAMENTO DAS DIVIDAS NOS MESMOS PARAMETROS ACORDADOS ENTRE O GOVERNO FEDERAL E OS GOVERNOS ESTADUAIS. (COMO LIDER)

Autor
Junia Marise (PDT - Partido Democrático Trabalhista/MG)
Nome completo: Júnia Marise Azeredo Coutinho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.:
  • REIVINDICAÇÃO DOS PREFEITOS MUNICIPAIS EM DEFESA DOS MUNICIPIOS, SOLICITANDO O REFINANCIAMENTO DAS DIVIDAS NOS MESMOS PARAMETROS ACORDADOS ENTRE O GOVERNO FEDERAL E OS GOVERNOS ESTADUAIS. (COMO LIDER)
Publicação
Publicação no DSF de 13/08/1998 - Página 12883
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
Indexação
  • COMENTARIO, INFORMAÇÃO, PRESENÇA, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), GRUPO, PREFEITO, PREFEITURA, MUNICIPIO, BELO HORIZONTE (MG), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), REALIZAÇÃO, CONFERENCIA, DISCUSSÃO, REIVINDICAÇÃO, REFINANCIAMENTO, DIVIDA, MUNICIPIOS, SIMILARIDADE, TRATAMENTO, GOVERNO FEDERAL, GOVERNO ESTADUAL, OBJETIVO, GARANTIA, VIABILIDADE, FUNCIONAMENTO, ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL, PAIS.
  • NECESSIDADE, COMPROMISSO, GOVERNO FEDERAL, MUNICIPIOS, BRASIL, ALTERAÇÃO, FORMA, ARRECADAÇÃO, TRIBUTOS, OBJETIVO, AUMENTO, RECURSOS, DESTINAÇÃO, APLICAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.

A SRª JÚNIA MARISE (Bloco/PDT-MG. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há cerca de dois meses, prefeitos de todo o País vieram a Brasília em marcha pela defesa dos municípios.

Nessa ocasião, uma comissão de prefeitos foi recebida por V. Exª, como Presidente em exercício do Brasil. Destacou-se um grupo para discutir e debater com prefeitos de todo o Brasil questões referentes aos interesses prioritários dos municípios, com vista a atender às demandas de suas comunidades e, principalmente, a realizar reformas que venham ao encontro das aspirações de todos os municípios.

Como sabemos, o cidadão não mora na Federação, não mora no Estado: o cidadão mora no município. A prorrogação do Fundo de Estabilização Fiscal, a Lei Kandir e a reformulação do ICMS prejudicaram muito os municípios, apesar do ônus e das responsabilidades da municipalização da educação e da saúde e do atendimento de todas as demandas sociais da comunidade.

Hoje, os prefeitos estiveram em Brasília, sob a coordenação do Prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro, para participar do Fórum dos Prefeitos de Cidades Metropolitanas. Um dos pontos que eu gostaria de ressaltar e que tem sido objeto de discussão e debate entre os prefeitos - não só das regiões metropolitanas, mas do País como um todo - é o refinanciamento da dívida dos municípios. O que isso quer dizer? Os prefeitos municipais reivindicam, para os municípios, os mesmos parâmetros acordados entre o Governo Federal e os governos estaduais para a rolagem da dívida, ou seja, na base de 30 anos e a juros de 6% ao ano. Os prefeitos municipais querem, portanto, o mesmo tratamento que o Governo Federal dá aos governos estaduais, para também poderem refinanciar suas dívidas, o que inclui o aumento do Fundo de Participação dos Municípios dos 22,5% de hoje para 33% dos recursos do Imposto de Renda e do IPI; o repasse integral aos municípios dos recursos arrecadados através do IPVA; o aumento do PAB, a partir dos recursos da CPMF; a aprovação da nova lei complementar do ISS; a regulamentação da cobrança de taxa de iluminação pública.

Por outro lado, Sr. Presidente, apenas para sintetizar, trago ao conhecimento da Casa a importância deste debate, principalmente desse fórum de debates de todos os prefeitos municipais do Brasil. No entanto, quero lembrar também que um dos pontos de maior importância para os prefeitos é o compromisso do Governo Federal, do Presidente Fernando Henrique Cardoso, com a questão da reforma tributária. Isso é fundamental para que os nossos municípios tenham condições de atender a todas as demandas das comunidades, principalmente na área social. Com o ônus da municipalização da educação e da saúde e sem fórmulas financeiras compensatórias que lhes permitam atender às reivindicações da população dos seus municípios, está ficando cada vez mais difícil os prefeitos municipais continuarem a administrar as suas cidades, os seus municípios. Temos casos, por exemplo, de muitas prefeituras que já estão praticamente falidas, ou seja, que não têm absolutamente recurso nenhum, porque a arrecadação municipal não tem sido suficiente sequer para pagar os salários dos servidores municipais.

Daí a necessidade - e isto foi dito hoje no encontro dos prefeitos, realizado sob a presidência do Prefeito Célio de Castro, de Belo Horizonte - da compreensão do Governo Federal e do Presidente Fernando Henrique Cardoso, que precisam assumir agora compromisso com os municípios brasileiros, dando-lhes, assim, alguma esperança de que tomarão medidas eficazes relacionadas aos itens reivindicatórios desses prefeitos.

Sr. Presidente, consideramos também fundamental o refinanciamento da dívida desses municípios. Ora, se o Governo Federal, por intermédio do Ministério da Fazenda e do Banco Central, possibilitou aos Estados a rolagem das dívidas, principalmente das dívidas mobiliárias, por um prazo de trinta anos, alargando, portanto, o prazo de pagamento, por que não dar o mesmo tratamento aos nossos municípios, que estão hoje em situação quase falimentar?

Com essas palavras, queríamos registrar nos Anais desta Casa a nossa preocupação e, ao mesmo tempo, a importância desse fórum de debate em defesa dos municípios, bem como da marcha dos prefeitos a Brasília, que ocorreu nos últimos dois meses.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/08/1998 - Página 12883