Pronunciamento de Ney Suassuna em 14/10/1998
Discurso no Senado Federal
PREOCUPAÇÕES COM A SECA NO ESTADO DA PARAIBA.
- Autor
- Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
- Nome completo: Ney Robinson Suassuna
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
- PREOCUPAÇÕES COM A SECA NO ESTADO DA PARAIBA.
- Publicação
- Publicação no DSF de 15/10/1998 - Página 13622
- Assunto
- Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
- Indexação
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- DEFESA, ADOÇÃO, PROVIDENCIA, AUTORIDADE FEDERAL, PRORROGAÇÃO, PRAZO, DESTINAÇÃO, RECURSOS, FRENTE DE TRABALHO, EMERGENCIA, AUXILIO, POPULAÇÃO, REGIÃO NORDESTE, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DA PARAIBA (PB), MOTIVO, AGRAVAÇÃO, SECA, REGIÃO SEMI ARIDA, COMPROMETIMENTO, ECONOMIA, REGIÃO.
O SR. NEY SUASSUNA
(PMDB-PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o tema que abordo é um tema recorrente, que já abordei algumas vezes: a seca na Paraíba, que está pior que nunca, e no Nordeste em geral.
O que me traz a esta tribuna é o fato de que as frentes de trabalho de emergência acabam em dezembro, quando, para todos os efeitos, a emergência acaba; todavia, a seca não terá acabado. A seca só terá fim no meu Estado, por exemplo, em fevereiro ou março, quando a chuva chega. E a primeira chuva não será de maneira alguma como aquela da Bíblia, que fez cair o maná. Vai ser necessário plantar e esperar 90 dias para colher. Somente em abril, maio, junho é que a população - hoje aflita com a falta de alimentos, já que toda a sua roça, todo o seu plantio foi perdido - vai ter realmente condições de ser abastecida pela plantação.
Urge que os técnicos do Governo, que as autoridades de Brasília tomem uma providência para que a emergência não seja finalizada em dezembro.
E mais ainda, Sr. Presidente, a seca é cumulativa. Se, no primeiro mês, tínhamos 100 pessoas aflitas; no quinto mês teremos 800 pessoas aflitas, já que os açudes vão se esvaziando, o gado vai morrendo, a roça vai acabando. É um processo gradativo e cumulativo. E, lamentavelmente, não há planos para se aumentar a emergência.
Esse é um assunto sobre o qual temos que pensar. E estou falando hoje, dia 14 de outubro, na esperança de que isso se modifique antes do final de dezembro. Espero que não cheguemos a essa data e milhões de pessoas nos Estados nordestinos, que estão sob a crueza dessa seca, tenham a má surpresa de ver que o ato criado por pessoas que não vivem na região não previu que as chuvas só vão chegar em fevereiro ou março e a colheita só poderá ocorrer em maio ou junho.
Era essa a minha colocação, o meu alerta, Sr. Presidente. Tendo em vista que o meu amigo Jefferson Péres quer usar a palavra antes da Ordem do Dia, faço esse registro, deixando para me aprofundar sobre o assunto numa próxima oportunidade.
Obrigado.