O SR. JOSÉ SAAD (PMDB-GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estamos de volta a esta Casa, eu e vários Colegas, chegando de nossos Estados, uns vitoriosos, outros derrotados, mas todos preocupados com os dramáticos acontecimentos ocorridos durante a campanha eleitoral, que demonstraram a fragilidade de nossas instituições políticas. Os partidos foram detonados e pulverizados nos mais contraditórios ajustes e acordos eleitorais, nos quais não prevaleceram siglas, programas, princípios partidários, mas sim um vale-tudo, do qual, de maneira geral, ninguém, nem mesmo o PT, salvou-se.  

Chegamos aqui em um clima de indagação e de inquietação sobre o que está acontecendo e o futuro de nosso País. Diante de tantas surpresas, não podemos deixar de questionar e analisar o quadro político-administrativo de nossos Estados e os absurdos que vão se delineando nesse setor.  

Goiás não foge à regra. Embora tenhamos elegido dois terços da Assembléia Legislativa e 11 dos 17 Deputados Federais e mantido intacta a nossa representação no Senado Federal, com a eleição de Maguito Vilela, que teve mais de dois terços dos votos goianos, não conseguimos eleger o Governador no primeiro turno. Nosso candidato, o eminente Senador Iris Resende Machado, iniciou a campanha com 70% de aprovação e viu questionada a sua votação, porque a ela se antepôs, no programa eleitoral, um palhaço de circo e televisão, submetendo o povo goiano a ter que escolher entre o perfil do Senador Iris Rezende, um político experiente, e o seu adversário, candidato com pouca expressão no Estado e nenhuma experiência administrativa.  

Iris Rezende, com 40 anos de vida pública, Vereador, Prefeito de Goiânia, Deputado Estadual, Presidente da Assembléia Legislativa, duas vezes Governador de Goiás, duas vezes Ministro de Estado, Senador da República mais votado proporcionalmente, vê-se, de repente, execrado por determinados setores que não querem reconhecer o processo de desenvolvimento do Estado de Goiás, praticamente iniciado por meio dos seus mandatos de Governador e, posteriormente, com os mandados de Maguito Vilela e Naphtali Alves.  

É inominável que se queira apresentar à população de Goiás uma panelinha miúda de deboches, quando temos a exibir um panelão, contendo 12 mil quilômetros de estradas asfaltadas, onde antes só existiam mil; água encanada e energia elétrica em todos os municípios e povoados do Estado; eletrificação rural de 80% de todas as fazendas de Goiás; implantação de 17 faculdades gratuitas, quando antes só existia uma; providências na área da educação, elevando o nosso Estado do 16º lugar para o 5º no ranking nacional; ginásios de esportes e estádios de futebol em vários municípios; construção de milhares de casas populares, melhorando, assim, a vida de muitas famílias e dando-lhes dignidade; instituição, nos últimos anos, da cesta básica, do leite e do pão para milhares de famílias pobres; isenção de pagamento de energia elétrica e taxa de água para os mais carentes; implantação de batalhões da Polícia Militar em regiões estratégicas do Estado, para garantir a ordem e a segurança da população; incremento da indústria - onde só havia um distrito industrial, hoje existem 28 que estão recebendo grandes empresas nacionais e estrangeiras.  

E tantas outras providências foram tomadas na área da produção, da Agricultura, da Saúde, que conferem ao Senador Iris Rezende, bem como aos seus sucessores, o título de paladinos do desenvolvimento, personalidades que realmente transformaram o Estado de Goiás.  

Assim, não convence a ninguém a tentativa de mudar a história e ferir a credibilidade dos nossos homens públicos, que são, efetivamente, os autores das mudanças revolucionárias realizadas nos últimos 12 anos no Estado de Goiás.  

Foram 12 anos sim, porque durante o período de 16 anos exercidos pelo PMDB em Goiás, quatro anos foram exercidos pelo ex-Governador Henrique Santillo, em cujo Governo, que fracassou política e administrativamente, foi criado o candidato Marconi Perillo, que conta com o apoio de mais cinco ex-Governadores do Estado de Goiás. Santillo, ao terminar o seu governo de tropelias, deixou seis folhas de pagamento do funcionalismo público em atraso.  

A conclusão, a propósito do poder político e administrativo em Goiás, com o objetivo de saber quem tem mais tempo de poder, indica claramente que Marconi Perillo, juntamente com aqueles que o apoiam, são responsáveis pelo exercício de 24 anos de poder, de mando e de desmando, cujos detalhes, infelizmente, a história não conta nas escolas.  

O Senador Iris Rezende e aqueles que lhe emprestam apoio na sua pretensão de exercer mais um período governamental têm a responsabilidade pela condução dos destinos do Estado de Goiás pelo tempo de doze anos, ou seja, a metade do seu adversário nessa campanha eleitoral.  

Dessa forma, faz-se necessário mostrar que o continuismo, representante das forças políticas reacionárias, conservadoras e atrasadas, está encarnado pelo próprio candidato Marconi Perillo, que além da UDR do Ronaldo Caiado, conta com o apoio do PPB, PFL e PSDB. Esse arco de alianças entre políticos fracassados e partidos políticos demonstra claramente a sua intenção de conciliar o inconciliável.  

Dentro desse quadro de aberrações, assinala-se o apoio do PT de Goiás ao candidato da Oposição, cujo mentor e líder é simplesmente o Dr. Ronaldo Caiado, ex-Presidente da UDR nacional, daqueles tempos que não deixaram boas lembranças em Goiás e no Brasil. Esse apoio completa a descaracterização absoluta de uma das últimas reservas de coerência partidária, que é o PT em Goiás.  

Assistimos então no programa de televisão do candidato a Governador da oposição a presença do Governador petista de Brasília, Cristovam Buarque, com a sua bandeira da bolsa-escola, dizendo que a mesma seria implantanda em Goiás. Esquece o Governador que a execução desse programa em Brasília foi possível porque quase todos os gastos do Distrito Federal são subsidiados mensalmente pelo Governo Federal, o que não ocorre em outros Estados da Federação mais necessitados e mais pobres.  

Para tomar essas iniciativas eleitoreiras, ele passou quatro anos sem dar aumento para os cinqüenta e cinco mil servidores da área da educação, cortou o tíquete-refeição e, na última greve legítima dos professores na reivindicação dos seus direitos, não cedeu nada, humilhou a todos, obrigando-os a voltar às aulas depois de noventa dias, com salários congelados e suspensos.  

Quanto à região do entorno de Brasília, foram suspensos no seu governo todos os convênios anteriormente assinados com Goiás nas áreas de saúde, educação, segurança, Emater, máquinas rodoviárias, implantação de poços artesianos e outras conquistas adquiridas nos Governos Joaquim Roriz e Iris Rezende, como as agências do BRB em Formosa e Luziânia, fechadas por Cristovam.  

Estou certo que neste segundo turno o povo goiano irá demonstrar que ninguém melhor do que Iris Rezende está preparado para os desafios e empreitadas dos próximos anos, estruturando com sua experiência e sua capacidade todos os setores, no caminhar seguro para um novo marco importante no processo de desenvolvimento, ampliando o salto da economia para o estágio mais avançado do processo de industrialização.  

Tem ele plena consciência do que e como precisa ser feito, porque traz no bojo dessa nova missão o referencial de maior benfeitor do progresso de Goiás neste final de século. Iris Rezende tem uma conduta exemplar na gestão da coisa pública, determinada sempre pela lisura e pela transparência em todos os seus atos e atitudes.  

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.  

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