Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO SENADOR VILSON KLEINUBING.

Autor
Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Casildo João Maldaner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO SENADOR VILSON KLEINUBING.
Publicação
Publicação no DSF de 28/10/1998 - Página 14589
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, VILSON KLEINUBING, SENADOR, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC).

O SR. CASILDO MALDANER (PMDB-SC. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vou procurar, em breves palavras, traduzir aquilo que procurei externar na ocasião dos funerais, no último sábado, na Assembléia Legislativa, onde o corpo do Senador Vilson Kleinübing estava sendo velado.

Dizia, naquele momento, que, embora pertencêssemos a partidos diferentes, a campos opostos - sou de um partido de oposição ao dele -, na época em que transferi o Governo de Santa Catarina a ele, tivemos a satisfação de viver num clima de transparência, porque houve uma fraternidade e uma transmissão civilizada. Recordava também - estas são palavras dele - que, quando, em 1995, viemos para esta Casa, ele dizia que, ao lado do Senador Esperidião Amin, três ex-Governadores de Santa Catarina exerciam funções neste Senado e que estes, embora em campos opostos, em partidos diferentes, atuavam sempre em prol dos catarinenses e dos ideais maiores deste País.

Sr. Presidente e Nobres Colegas, no último sábado, eu recordava também que, no ano passado, tive a honra de ser convidado, juntamente com o Senador Vilson Kleinübing, a participar de uma visita presidencial ao Canadá. Visitando a Comissão de Economia do Parlamento canadense, o Senador Vilson Kleinübing fazia questão de buscar sugestões sobre como o Canadá conseguiu alcançar o seu equilíbrio financeiro, sobre como aquele país conseguiu se encontrar na atual situação. Durante o nosso trajeto a uma outra cerimônia, ele me dizia: “Maldaner, vamos procurar aplicar essas idéias, opiniões e dados do Canadá em nosso País, no Brasil!”. Uma das grandes teses que ele sempre defendia é a que foi levantada por vários Colegas: a tese do equilíbrio financeiro, do ajuste fiscal, de um teto ou de um limite para o endividamento público, porque não sabemos onde vamos chegar. Ele tratava dessa questão naquele país.

Afora esse destaque que todos reconhecem na Comissão de Economia e neste plenário, pela sua grande dedicação, eu diria que, no campo político - neste aspecto, posso falar como homem de oposição a ele -, no meu Estado, o Senador Vilson Kleinübing nos dava um grande trabalho. Lá houve diversos embates, alguns dos quais vencemos; outros, perdemos. Reconheço, em público, que ele valorizava o embate eleitoral, porque fazia com que nós, da Oposição, dormíssemos menos, com que nos reuníssemos mais, com que usássemos mais nossos neurônios, para que pudéssemos encontrar uma forma de enfrentar a altivez, a luta e o embate democrático articulados por ele.

Sempre tenho dito que ele valorizava o embate político em Santa Catarina e fazia com que, quiséssemos ou não, a luta fosse maior. E mais: as estratégias usadas por ele eram sempre feitas às claras. Ele dizia para mim, neste plenário ou em Santa Catarina, que agiria desta ou daquela forma. Dizia claramente de que forma ia agir no campo político; nunca agia à socapa, mas sempre às claras.

Parece-me que ele valorizava qualquer embate político, haja vista o trabalho que nos tem dado. Deu-nos muito trabalho no campo político e partidário em Santa Catarina, o que valorizava, em todos os sentidos, nossas vitórias ou derrotas.

Devo abordar essa questão aqui, não só como Presidente do meu Partido em Santa Catarina, mas também como seu Colega no Senado e como Colega do ex-Governador do meu Estado.

Por tudo isso, devo respeitá-lo. Alio-me aos demais Colegas, que, a partir da última sexta-feira, quando ocorreu o óbito, foram a Santa Catarina, como o Presidente desta Casa, o ilustre Senador Antonio Carlos Magalhães, que até lá foi levar as condolências em nome de todo o Senado brasileiro. O Senador Roberto Requião também esteve lá na sexta-feira à noite. No funeral, também estavam presentes os Senadores Eduardo Suplicy, Lúcio Alcântara, Edison Lobão e José Roberto Arruda. Sei que o Senador Bernardo Cabral, na última sexta-feira, já se pronunciava no plenário deste Senado. Houve manifestações as mais diversas.

Aliando-me às manifestações quer dos catarinenses, quer dos brasileiros, quero dizer que ele fez história. Vilson Kleinübing ajudou a escrever uma parte da história catarinense, e, sem dúvida alguma, sua contribuição será fonte de pesquisa para nós, catarinenses, e - por que não dizer - para o Senado. Os depoimentos aqui prestados, em especial o do Senador Jefferson Péres, da Comissão de Economia, também serão fontes de referência.

Como eu dizia no último sábado, não sei se esta é uma homenagem de despedida. Penso até que não. Pelo que ele foi como Prefeito, Deputado Federal, ex-Governador e Senador, queiramos nós ou não, Vilson Kleinübing. criou uma legião de amigos e de companheiros naquele Estado. Por certo, praças, ruas e logradouros públicos levarão o nome do Senador Vilson Kleinübing.

À sua esposa, D. Vera, aos seus filhos, aos seus irmãos, à sua mãe, aos parentes, aos companheiros e à legião de amigos que formou, os nossos mais sinceros cumprimentos neste momento!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/10/1998 - Página 14589