Pronunciamento de José Agripino em 27/10/1998
Discurso no Senado Federal
HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO SENADOR VILSON KLEINUBING.
- Autor
- José Agripino (PFL - Partido da Frente Liberal/RN)
- Nome completo: José Agripino Maia
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DO SENADOR VILSON KLEINUBING.
- Publicação
- Publicação no DSF de 28/10/1998 - Página 14597
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM POSTUMA, VILSON KLEINUBING, SENADOR, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC).
O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL-RN. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, farei um pronunciamento que, honesta e sinceramente, gostaria de não fazer, que esperava não precisar fazer.
Olho à minha direita, para o fundo do plenário, e lembro-me dos cabelos grisalhos do meu amigo Vilson Kleinübing. Entre nós havia laços de companheirismo partidário, mas, acima de tudo, laços de amizade pessoal.
Na última sexta-feira, em torno do meio-dia, estava próximo a Mossoró, minha cidade, terra onde nasci, quando recebi a notícia por telefone do falecimento de Vilson Kleinübing. Lembrei-me da visita que fizemos, um ano antes, à minha terra: ele e sua esposa Vera, na companhia de seu amigo José Agripino e sua esposa, num encontro social de amigos que se gostavam e se respeitavam; amigos que se visitavam nos seus Estados, porque eu também estive com ele em Blumenau, em Florianópolis, em encontros sociais.
A perda de Vilson Kleinübing, a mim pessoalmente, traz tristeza profunda, porque eu o respeitava como companheiro de Partido, como líder de um Estado e como homem que tinha como marca de sua vida pública a probidade. Em nossas conversas íntimas de amigos, nós, que tínhamos tanta similitude - ele havia sido prefeito, assim como eu; governador, assim como eu; e era senador, assim como sou hoje -, trocávamos experiências de nossas vidas públicas. E lembro-me muito bem de episódios que ele me contou.
Vilson Kleinübing foi um homem que pautou sua vida pública pela probidade, competência e honestidade. Não negociava a defesa do interesse público na sua vida pública. Se estivesse em jogo, ele abriria mão da sua popularidade para não ter que abrir mão dos princípios que norteavam sua ação na defesa do interesse público. Ele zelava pelo bem público no plano municipal, estadual e nacional, como esta Casa é testemunha.
Lembro-me de uma conversa que tivemos em Blumenau, quando ele, com uma ponta de orgulho e vaidade - porque foi um homem vaidoso no trajar e no comportamento político, com todo merecimento -, dizia-me que, numa campanha eleitoral, empresários do seu Estado haviam-no procurado querendo contribuir para sua eleição, alegando que eram empresários que não dependiam de governo, para que ele não precisasse procurar alguém que, no futuro, viesse cobrar a retribuição que ele não desejava dar. Era a resposta dos seus conterrâneos ao zelo que ele tinha pelo interesse público e coletivo, pelo interesse da maioria.
Esse exemplo diz tudo sobre Vilson Kleinübing, o amigo que perco e cuja falta esta Casa lamenta. E a Nação lamentará no futuro, porque ele foi um permanente defensor do futuro sustentado deste País em bases modernas.
Convivi com ele tanto tempo, em momentos difíceis como na CPI dos Precatórios, e posso dar este testemunho da perda pessoal, para o seu amigo, e da perda política, para o companheiro de Partido e para o seu Colega de Senado.
Não quero me alongar, porque, até em homenagem à sua palavra objetiva e curta, devo prestar apenas este testemunho. Não pude estar presente às suas exéquias, mas estarei presente, na próxima quinta-feira, às 19 horas, em Florianópolis, à missa de sétimo dia, para, ao lado de Vera, sua esposa, João Paulo, Eduardo e Diogo, seus filhos, levar a minha solidariedade de amigo pessoal e levar ao povo de Santa Catarina a minha homenagem de político, amigo e correligionário de Vilson Kleinübing.