O SR. ERNANDES AMORIM (PPB-RO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em nome da coerência que sempre norteou a minha vida política, devo fazer um registro do meu posicionamento em relação à aprovação da emenda constitucional que aprovou a reeleição para Presidente da República, Governadores e Prefeitos.  

Estão nos Anais desta Casa a minha manifestação contrária ao processo. Contrária, não por ser do contra, mas, sim, por uma razão clara e insofismável, os nossos políticos e o povo ainda não estão suficientemente amadurecidos para o processo, a nossa democracia ainda é muito jovem.  

A história recente já nos fez justiça, assistimos a um festival do uso da máquina governamental a serviço da reeleição dos atuais governadores.  

Em meu Estado não foi diferente, nos defrontamos com campanhas milionárias, artistas de primeiro time da nossa constelação artística a serviço da promoção da candidatura chapa branca.  

Nós da oposição e o povo de Rondônia, em uma aliança histórica, conseguimos vencer com um programa rico em propostas de trabalho, em busca do resgate da dignidade do nosso Estado e do nosso povo.  

O povo do meu Estado deu-nos uma lição de maturidade política, dizendo não a um governo sem compromisso com a classe trabalhadora e com o desenvolvimento de Rondônia.  

A aliança do PPB com o PFL, que a nossa imprensa batizou de "pacto macaxeira", foi uma frente de idéias contra o capital e a mentira.  

Já no primeiro turno, o povo rondoniense sabiamente apontava para onde se dirigia a vitória. No segundo turno, configurou-se o que já era previsto: a decisão soberana das urnas dava a consagradora vitória ao nosso eminente Colega Senador Bianco.  

O Senador Bianco chega ao governo do nosso Estado ungido pela seriedade, honradez e dignidade, trilogia que marcou a sua trajetória política, como Deputado Federal e Prefeito de Ji-Paraná - e agora Senador da República.  

Rondônia, sem dúvida, muito espera do seu novo Governador. Grandes desafios serão por ele enfrentados. Mas eu e o povo rondoniense depositamos toda a nossa confiança na sua experiência e vontade de trabalhar pelo nosso povo, em especial pela classe trabalhadora e pelo nosso desenvolvimento.  

O Senador Bianco chega ao Governo do Estado derrotando alas políticas retrógradas, responsáveis pela estagnação do progresso e da moralidade pública. Governará sem compromisso com grupelhos políticos, que representam o atraso, incompetência e sensibilidade social.  

Estou certo de que, pela primeira vez, desde a transformação de Território para Estado, eu me alinharei a um Governo, pois a história dos Governos anteriores já me fazem justiça; o povo do meu Estado me conhece, sempre estive ao seu lado e não ao lado do poder de plantão.  

A trajetória política do Senador Bianco me dá a garantia da seriedade no trato da coisa pública. Estarei, como sempre estive, ao lado do povo rondoniense, vigilante, zelando pelo seu patrimônio e buscando soluções para os problemas que nos afligem.  

Vamos juntos transformar Rondônia em um Estado da Federação com maior igualdade social e uma justa distribuição de renda, oportunidade de trabalho e dignidade a todos.  

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sabem todos os Colegas que aqui travamos uma luta contra a corrupção, contra os desmandos que ocorriam e que ainda ocorrem no Estado de Rondônia neste Governo que se finda. Foi um trabalho duro, uma luta incansável. Entregamos a reeleição aos mandatários. A maioria, 90% dos atuais governadores - quiçá até o Presidente da República -, não conseguiria se reeleger se tivéssemos exigido o seu afastamento seis meses antes, pois a maioria não tinha competência nem condições para tal. Os recursos repassados aos Estados, como no caso de Rondônia, por exemplo, foram feitos de qualquer maneira, sem se verificar as condições do Estado e onde se estavam aplicando os recursos.  

Toda vez que se denunciava uma corrupção no Estado de Rondônia, a máquina econômica federal sempre lhe passava dinheiro. Mas batemos nessa tecla, discutimos, e a população, mesmo à distância, ouviu os nossos discursos, por intermédio do programa A Voz do Brasil.  

Em campanha, formamos uma coligação entre o PPB e o PFL e, na proporcional, saímos com as duas candidaturas: os Senadores José Bianco e eu candidatos ao Governo do Estado. No início da campanha, eu estava em segundo lugar. Logo após, por causa do derramamento de dinheiro público e o caráter milionário da campanha, com cantores fazendo shows de US$100 mil, pagos pelo atual Governo, ficou evidente que eu não conseguiria disputar o Governo. Fiz uma campanha de mídia e fortaleci a candidatura do nosso Colega Senador José Bianco, que venceu as eleições. A nossa coligação venceu as eleições. Com isso, vamos tirar o grupo que estava arrasando o Estado, afundando as suas economias e levando-o ao atraso. Esse é o objetivo deste pronunciamento.  

Ainda em relação ao tema eleição, eu gostaria de dizer que realmente há necessidade de esta Casa apoiar a CPI, solicitada pelo nosso Colega Senador Ademir Andrade, sobre os institutos de pesquisa, visto que realmente prejudicaram alguns candidatos. Não foi a primeira vez.  

Quando fui candidato ao cargo de Senador, há quatro anos, o meu nome, dentre os seis, geralmente estava em último lugar nas pesquisas, enquanto que, por meio da nossa pesquisa particular, eu sabia qual era a minha colocação. Tanto que venci as eleições. Nesta última, eu estava em segundo lugar, mas, por interesse de jornais, de grupos, a imprensa levou a notícia à população de queda nas pesquisas, sem que isso fosse verdade, o que desestimulou a minha companha e me prejudicou.  

Por essa razão, peço à Presidência desta Casa que viabilize, o mais rápido possível, a formação dessa Comissão Parlamentar de Inquérito. Já pedi também ao Líder do meu Partido, o PPB, que me inclua como membro dessa Comissão. O Estado de Rondônia tem muito o que analisar a respeito.  

Eles negociavam com a pesquisa, diminuíam os percentuais dos candidatos, inclusive os do nosso Colega Senador José Bianco, que era o terceiro ou o quarto colocado. Nos últimos minutos, na última semana ou na véspera das eleições, eles informavam o resultado real e diziam que não erraram. Porém, na verdade, haviam negociado com a pesquisa o tempo todo. Isso tem que acabar. Esta Casa não pode ficar alheia a esse problema. Por isso, solicito a instalação urgente dessa Comissão, para que possamos disciplinar a questão das pesquisas no Brasil.  

Muito obrigado, Sr. Presidente.  

¿S