O SR. GERALDO MELO (PSDB-RN) - Sr. Presidente, Srs Senadores, tenho a honra de anteceder o Senador Pedro Simon, que pensou que eu estivesse lesando a ordem de inscrição para esta comunicação.  

Sr. Presidente, eu gostaria de trazer ao conhecimento da Casa a realização, em Natal, há uma semana, de uma reunião que foi, de fato, uma espécie de audiência pública, que se realizou por iniciativa do Sindicato dos Bancários e da Deputada Fátima Bezerra, do Partido dos Trabalhadores.  

Naquela ocasião, discutiu-se a importância negativa que tem para o Rio Grande do Norte a idéia de algumas instituições bancárias transferirem de Natal para fora do Rio Grande do Norte - em quase todos os casos, para Recife - alguns serviços que poderiam perfeitamente continuar sendo realizados em Natal, talvez até com maior eficiência, por se tratar de uma cidade menor. Em Recife, está havendo perda de postos de trabalho, nesta hora tão crítica para os trabalhadores do sistema bancário.  

Repetirei a expressão de um amigo muito querido do Rio Grande do Norte. Ele diz que, depois da pena de morte, o pior castigo que se pode dar a um pai de família é tirar-lhe o emprego.  

A tendência do mundo hoje é que atividades complexas, que não exigem o contato direto com o mercado, saiam dos grandes centros, das grandes aglomerações urbanas para as pequenas cidades, para as áreas mais afastadas. Hoje, a existência do trabalho em casa, graças ao computador, graças ao fax, graças aos sistemas de comunicação instantânea, graças à Internet, não necessita de que serviços como os setores de compensação de cheques, informática, contabilidade, compras, controle de pessoal, por exemplo - que constitui um Cesec do Banco do Brasil -, saiam de Natal para Recife; que a Caixa Econômica transfira a sua central de prestação de serviços, que cuida de FGTS, seguro-desemprego e PIS, para Recife.  

Compreendo que estamos vivendo um momento em que não apenas a modernização interna das instituições, mas também a própria realidade econômica da crise que estamos passando justificam que essas instituições tomem medidas sérias de contenção de despesas e de redução de custos.  

O que eu queria, no momento em que registro a audiência pública que foi realizada na Assembléia Legislativa, era fazer um apelo ao Banco do Brasil, à Caixa Econômica, para que examinem a possibilidade de manter em Natal essas instituições e de fazer esses cortes - se forem absolutamente inadiáveis - em outras praças e em outros Estados.  

Congratulo-me com a iniciativa do Sindicato dos Bancários e da Deputada Fátima Bezerra.  

Solicito à Casa a transcrição do documento produzido pelo Sindicato dos Bancários, pelo Dieese do Rio Grande do Norte, pelo Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Norte e pela Central Única dos Trabalhadores, documento esse que serviu de base, foi a análise sintética, objetiva, séria, desapaixonada, um documento bastante sério sobre a realidade do Rio Grande do Norte e sobre a desimportância, para essas instituições, de medidas que, entretanto, são tão importantes para aqueles que perderão os seus empregos no Rio Grande do Norte.  

Por isso, solicito a transcrição, nos Anais da Casa, do documento denominado "Ação dos bancos esvazia economia do Rio Grande do Norte", cujos autores acabo de citar.  

Era essa a comunicação, Sr. Presidente.  

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