Discurso no Senado Federal

DOSSIE DEDICADO A ANALISE DE IMPORTANCIA DAS MARCAS REGISTRADAS DE EMPRESAS CATARINENSES, PUBLICADO NO DIA 30 DE SETEMBRO ULTIMO PELA GAZETA MERCANTIL.

Autor
Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Casildo João Maldaner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • DOSSIE DEDICADO A ANALISE DE IMPORTANCIA DAS MARCAS REGISTRADAS DE EMPRESAS CATARINENSES, PUBLICADO NO DIA 30 DE SETEMBRO ULTIMO PELA GAZETA MERCANTIL.
Publicação
Publicação no DSF de 24/11/1998 - Página 16716
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, ANALISE, IMPORTANCIA, MARCA DE INDUSTRIA, INDUSTRIA NACIONAL, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), PUBLICAÇÃO, JORNAL, GAZETA MERCANTIL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
  • SAUDAÇÃO, EMPRESARIO, INDUSTRIAL, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO, INDUSTRIA, REGIÃO, MELHORIA, CAPACIDADE, COMPETIÇÃO INDUSTRIAL, MERCADO INTERNACIONAL, PRODUTO NACIONAL.

O SR. CASILDO MALDANER (PMDB-SC) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Gazeta Mercantil publicou, recentemente, extenso dossiê dedicado à análise da importância das marcas das empresas catarinenses. Modernas, eficientes e competitivas, são, agora, reconhecidas como sinônimo de excelência e confiabilidade.  

Hoje em dia, além de preço e qualidade para ganhar os mercados e a preferência dos consumidores é preciso ter uma marca forte. A identificação visual de uma corporação é o principal elo entre a empresa e seu público. Em suma, a marca é, quase sempre, o fator determinante na decisão de comprar ou não um produto.  

O Estado de Santa Catarina tem um vasto e diversificado parque industrial, celeiro de grandes marcas. Sadia, Perdigão, Ceval, Tigre, Cônsul, Weg , Hering, Marisol, Cecrisa, Portobelo, Eliane e Portinari, são apenas algumas dentre as mais conhecidas no Brasil, mas que já ocupam também posição de destaque no mercado internacional. Além dessas, o dossiê aponta outras logomarcas que se firmam, como Metisa, Irmãos Zen, Femepe, Seara, Chapecó, Aurora, Gerasul, Embraco, Haco, Wiest, Minancora, Busscar, Hemmer, Geloko , Duas Rodas,.Docal, Santa Terezinha e Da Guarda.  

O representante do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), em Santa Catarina, Roberto Leitão, disse à Gazeta Mercantil que "geralmente as empresas só dão valor às suas marcas quando as perdem. Marcas como Sadia e Perdigão, por exemplo, ultrapassam o valor de suas empresas".  

A falsificação de marcas consagradas é um tipo de crime que, hoje, em todo o mundo, atinge proporções gigantescas. O advogado Henry Albert Mulbach, especializado em direito de marcas e patentes, ressalta que esse crime – que ele chama de "marcotráfico" – preocupa grandemente as empresas de Santa Catarina, alarmadas com a pirataria em torno de suas marcas. Segundo Mulbach, o conceito mais moderno de marca vai muito além da significação meramente econômica. Ou seja, ela pode ser encarada como um bem público. Uma determinada marca industrial pode ser o símbolo de uma cidade, região, estado ou país. Pode até mesmo ser o símbolo da operosidade de um povo.  

Analisando essa mesma questão, Juarez Beltrão, da Vox Profissionais de Comunicação, disse à Gazeta Mercantil que "atualmente, em tempos de internacionalização de capitais, a marca passou a ser um lastro das empresas. Com a elevada tecnologia da indústria, em geral os produtos ficaram muito parecidos. A diferença está na marca".  

O dossiê da Gazeta Mercantil traz uma série de casos bem sucedidos na indústria catarinense. Como não poderia deixar de ser, no caso de uma reportagem sobre este assunto, o jornal destaca a empresa Haco, de Blumenau, que há quase meio século produz etiquetas tecidas para empresas nacionais ou estrangeiras. Líder no setor na América Latina, a empresa está agora desenvolvendo um novo produto que dificulta a falsificação.  

Um outro exemplo destacado pelo jornal é a marca Laranjinha, muito conhecida dos catarinenses – pertencente à empresa Max Wilhelm, de São José – que fabrica refrigerantes a partir de suco de frutas. Embora regional, a MW consegue concorrer, em nosso Estado, com as duas maiores fabricantes de refrigerantes do mundo. No setor de águas minerais, a Gazeta Mercantil listou várias marcas consagradas no estado, como Santa Terezinha, Docol e Da Guarda.  

Analisando alguns setores da economia catarinense, o jornal aponta três em que as empresas de nosso estado têm reconhecimento nacional: alimentos, cerâmicas e têxteis. No caso dos alimentos, a Gazeta Mercantil destaca Sadia, Perdigão, Hemmer e Aurora. A Sadia, por exemplo, está investindo pesado hoje para firmar sua marca: a letra S. Este ano, os investimentos desta empresa em marketing chegarão a US$50 milhões.  

Entre as cerâmicas, o jornal destaca as marcas Portobello, que hoje está presente em cerca de 60 países; Eliane, que terá um faturamento de quase US$ 400 milhões, em 1998; Cecrisa e Portinari. Entre as empresas têxteis, o jornal menciona a Hering, conhecida pela sua marca dos dois peixinhos; e a Marisol, que faturou US$ 160 milhões, em 1997.  

No terreno da imprensa, Santa Catarina tem uma peculiaridade: conta hoje com quatro jornais de grande circulação. Na maioria dos estados, como se sabe, há um ou, no máximo, dois veículos impressos dominando as bancas e as assinaturas. Os nossos quatro jornais são modernos, ágeis e eficientes e se mantêm dentro do padrão de alta qualidade que caracteriza as empresas catarinenses em todas as áreas de atuação.  

A reportagem da Gazeta Mercantil se estende sobre os quatro principais títulos do Estado: Diário Catarinense, A Notícia, Jornal de Santa Catarina e O Estado . Maior jornal do Estado, o Diário Catarinense , sediado em Florianópolis, tem uma circulação diária que varia de 120 a 170 mil exemplares. A Notícia , de Joinville, tira entre 30 e 45 mil exemplares, e circula com quatro edições regionalizadas. Estabelecido em Blumenau, o Jornal de Santa Catarina , mais conhecido como Santa, tem tiragem média de 22,5 mil exemplares nos dias de semana e 31,5 mil aos domingos. Finalmente o jornal O Estado , o mais antigo, que circula desde 1915, passa por uma fase de acelerada renovação.  

Conforme a reportagem da Gazeta Mercantil , o tenista Gustavo Kuerten, o Guga, é hoje uma espécie de marca registrada de Santa Catarina. Colocado entre os melhores do mundo, e contando com numerosos fãs pelo Brasil, o jovem tenista de Florianópolis tem hoje sua imagem atrelada a seis empresas: Banco Real, Pepsi, Diadora, Renault, Head e Rider. Também é exemplo de marca catarinense famosa a nacionalmente consagrada Oktoberfest, festa anual do chope em Blumenau.  

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Santa Catarina tem algumas características singulares que fazem dela um estado de excelente qualidade de vida. No que se refere às cidades, não temos, felizmente, nenhuma metrópole, com os seus problemas sociais e econômicos. Temos, isto sim, meia dúzia de cidades-pólo, todas de porte médio, sem graves problemas de violência ou de trânsito. Recentemente, cinco municípios de Santa Catarina foram listados entre as dez cidades brasileiras de melhor qualidade de vida. Nossa capital, Florianópolis, foi considerada a segunda melhor cidade do Brasil para se viver.  

De outro lado, no campo, o estado de Santa Catarina caracteriza-se pela esmagadora presença de minifúndios, o que garante o abastecimento das cidades. Nossa indústria, competitiva em diversas frentes de atuação, tanto no âmbito nacional quanto internacional, está entre as mais dinâmicas do País. A numerosa presença das pequenas e médias empresas garante a manutenção de um bom nível de emprego e remuneração. O turismo é outra força considerável da economia catarinense, porque nosso estado reúne diferentes climas, tradições, culturas e etnias. Todos esses fatores, em suma, acabam contribuindo para que haja uma boa distribuição de renda entre os cidadãos. E como quanto mais justa for a distribuição melhor será a qualidade de vida, Santa Catarina dá a seus habitantes as condições necessárias para afirmação de sua cidadania.  

Encerro este breve pronunciamento, saudando os empreendedores de Santa Catarina que tanto têm feito pelo nosso estado e pela nossa população.  

Muito obrigado.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/11/1998 - Página 16716