O SR. CARLOS BEZERRA (PMDB-MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, antes de me ater ao assunto objeto do nosso discurso, quero me referir ao discurso do ex-Ministro da Agricultura e nosso Colega, Senador Arlindo Porto, com relação às cobranças feitas desta tribuna por S. Exª no tocante à agricultura brasileira. Também quero me reportar ao aparte muito apropriado do Senador Pedro Simon a respeito da questão da água potável. Segundo S. Exª, o Brasil tem a maior reserva de água potável do mundo, e lembrou que a água potável, no próximo milênio, será um dos bens mais importantes para a Humanidade. Inclusive, se não houver uma maior conservação desse manancial, a água potável será um bem escasso. E o Brasil, que tem a maior quantidade de água potável, é campeão mundial do desperdício. Se não me engano, o nosso desperdício de água dava para abastecer toda a população brasileira.  

Sr. Presidente, além dessa questão da água, temos a questão da agricultura brasileira, que, apesar dos discursos, apesar dos esforços, vem patinando, não caminha. Precisamos, segundo a FAO, de 100 milhões de toneladas de grãos para alimentar nossa população. No Governo Sarney, quando o nosso Colega Iris Rezende era Ministro da Agricultura, chegamos a produzir 82 milhões de toneladas de grãos. Dez anos depois, a produção é menor.  

Como se não bastasse a questão do aumento da produção, que não acontece, não temos uma política agrícola definida no País. Além disso, temos cada vez menos recursos para a pesquisa, que quase já não existe no Brasil.  

A extensão rural está falida, não funciona. HoMû