Discurso no Senado Federal

COMENTARIOS AO ARTIGO DO JORNALISTA MAURO CHAVES, PUBLICADO NO JORNAL O ESTADO DE S.PAULO, DE ONTEM, QUE TENTA RIDICULARIZAR A SESSÃO DO SENADO EM QUE FOI OUVIDO O MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES.

Autor
Roberto Requião (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PR)
Nome completo: Roberto Requião de Mello e Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA.:
  • COMENTARIOS AO ARTIGO DO JORNALISTA MAURO CHAVES, PUBLICADO NO JORNAL O ESTADO DE S.PAULO, DE ONTEM, QUE TENTA RIDICULARIZAR A SESSÃO DO SENADO EM QUE FOI OUVIDO O MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES.
Publicação
Publicação no DSF de 28/11/1998 - Página 17327
Assunto
Outros > IMPRENSA.
Indexação
  • CRITICA, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), AUTORIA, MAURO CHAVES, JORNALISTA, DESRESPEITO, ATUAÇÃO, SENADOR, SESSÃO, CONGRESSO NACIONAL, INTERPELAÇÃO, LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DAS COMUNICAÇÕES (MC), ESCLARECIMENTOS, PROCESSO, PRIVATIZAÇÃO, SISTEMA, TELECOMUNICAÇÕES BRASILEIRAS S/A (TELEBRAS).

O SR. ROBERTO REQUIÃO (PMDB-PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o que provoca essa minha intervenção é a leitura do nosso jornalão, O Estado de S. Paulo, jornal que leio todos os dias e que presta serviços enormes ao País, dentro das suas contradições. Embora seja, evidentemente, do ponto de vista editorial, um jornal quase sempre mais conservador do que eu gostaria.  

Sr. Presidente, hoje há um artigo do Mauro Chaves no O Estado S. de Paulo. Tenta ele ridicularizar a sessão do Congresso em que foi ouvido o Medonça de Barros. Debocha do Senador Pedro Simon, ridiculariza os argumentos do Senador Jefferson Péres e procura transformar o Mendonça de Barros numa espécie de "inatacável varão da pátria", que teria como único pecado a falta de coragem em se defender no Plenário do Senado e imediatamente desistir do seu cargo de Ministro, via renúncia.  

Mauro Chaves, jornalista, advogado, dramaturgo e produtor cultural, a meu respeito, o nosso gaiato dramaturgo diz o seguinte:  

Esse episódio trouxe lances realmente curiosos sob o ponto de vista da lógica (pelo menos a aristotélica)  

Veja só, talvez por ser dramaturgo seja chegado à lógica aristotélica.  

Por exemplo, o Senador Roberto Requião iniciou sua interpelação ao Ministro dizendo: "Em nome do decoro parlamentar, eu não vou perguntar ao senhor o que significa o termo babaca, tão usado em suas conversas." Ora, segundo o Aurélio, babaca é o mesmo que boboca, que, por sua vez, é sinônimo de bobo, tolo. Se o próprio Senador usou o termo no plenário do Senado - onde o decoro é obrigatório, o que não se dá, necessariamente, nos ambientes privados - e se o termo não conota sentido algum mais impróprio que os mencionados, onde existiria a quebra de decoro?  

Neste sentido, do Aurélio, babaca é o Mauro Chaves, jornalista, advogado, dramaturgo e produtor cultural, precisou recorrer ao Aurélio para tentar entender o que significa, na linguagem brasileira, o termo "babaca". Quero remeter o jornalista, o dramaturgo, o advogado e o articulista de O Estadão àquilo que o Presidente Fernando Henrique, nos seus momentos de inspiração, chama de a voz rouca das ruas. "Babaca" tem outra conotação. É a conotação do dicionário popular, do uso comum da palavra. E eu deixo à escolha do Sr. Mauro Chaves, se o seu artigo, o seu texto e a sua opinião é um texto "babaca" na versão do Aurélio, ou é um texto "babaca" no sentido que lhe dá o macaco Simão ou a voz das ruas.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/11/1998 - Página 17327