O SR. LÚDIO COELHO (PSDB-MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há quatro dias, mantivemos em Bruxelas uma reunião das Comissões Parlamentares do Mercosul com a Comissão Parlamentar do Mercado Comum Europeu.  

Nas reuniões que realizamos com esse grupo de pessoas, representantes do Mercado Comum Europeu, foi abordado, com clareza, o interesse deles em estabelecer convênios com o Mercosul. Mas eles realçaram permanentemente as objeções que faziam a que o Mercosul firmasse o acordo da Área de Livre Comércio das Américas - ALCA. Insistiram também que o Mercado Comum Europeu não tem interesse na importação de produtos primários do Mercosul. Disseram isso com uma certa insistência. Eu, como Presidente pro tempore das Comissões Parlamentares do Mercosul, informei a eles que uma colocação dessa natureza, que a resistência do Mercado Comum Europeu em importar produtos primários do Mercosul praticamente inviabilizava um acordo de imediato.  

As nações do Mercosul se caracterizam por serem grandes produtoras de produtos primários. Cinqüenta e quatro por cento das exportações do Mercosul para o Mercado Comum Europeu correspondem a produtos agrícolas. Se não conseguirmos exportar produtos agrícolas para o Mercado Comum Europeu, pouco nos sobrará para exportar.  

Os países do Mercado Comum Europeu oferecem subsídios enormes à agricultura européia. Desde o fim da última guerra, eles procuraram dar relevância, dar apoio aos oito milhões de agricultores que trabalham no Mercado Comum Europeu. Dessa forma, criam todas as dificuldades ao desenvolvimento do nosso relacionamento comercial com a Europa.  

No próximo dia 8, haverá, no Rio de Janeiro, uma reunião quadripartite dos Presidentes das nações do Mercosul, à qual as Comissões Parlamentares estarão presentes a fim de dar conhecimento aos Executivos do que consideramos ser mais importante acontecer proximamente.  

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.  

Muito obrigado.  

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